2 de janeiro de 2011
"Qual a razão de tudo isso?" é talvez a maior pergunta que o homem faz, que pode ser perguntada de outras maneiras como: "Qual o sentido da vida?", "Por que estamos aqui?" e "Por que a vida é assim?". Muitos conseguem obter suas respostas, mesmo que já estivessem guardadas em seu íntimo, necessitando apenas um pouco de coração aberto para recebê-las. Mas mesmo assim, grande parte delas não resolvem definitivamente as lacunas existenciais de nossa jornada pela carne, e muitos acabam sofrendo e padecendo das inconstâncias causadas por seu mental.
Sempre nos questionamos por que nascemos em certo lugar, com certa família, em certa circunstância financeira, física e mental. Por que tantas limitações em nossas vidas? Há dois tipos de respostas para essa questão específica. Ambas são verdadeiras, todavia uma dá mais conforto que a outra, que costuma nos chocar quando a ouvimos pela primeira vez. A primeira resposta é a que a maioria das pessoas ouvirá em determinado momento de suas caminhadas, seja na fisicalidade, seja no etérico, em sua parte mais baixa: a autopunição. Ela existe como uma forma inevitável, porém remediável em vida, da Lei da Causa e Efeito. Desta forma, independente de suas considerações sobre esta lei, os efeitos na carne serão projetados por si mesmo, ainda que de forma inconsciente, adaptando e criando sua nova presença na fisicalidade.
Como já dissemos em outra ocasião, quer você pense nesta lei como punição ou como caminho inevitável para a libertação, não faz muita diferença em seu consciente e inconsciente, já que terá de lidar com suas consequências na carne. Assim sendo, pelo caminho da colheita de suas próprias ações, efeitos voltarão para você de maneira intensa em forma de energias densas e agressivas. Esse efeito se dá em 90% das pessoas subdesenvolvidas espiritualmente de maneira inconsciente, fazendo-as escolher suas experiências na fisicalidade baseando-se nos padrões vibratórios vigentes na ocasião do reencarne. Neste padrão vibratório, o espírito não tem muitas opções de escolha, pois não pode ir para orbes mais elevados enquanto essa densidade negativa estiver impregnada em seu ser. O único meio, todavia, de se livrar dessa negatividade é por meio da fisicalidade. Eis então a maior armadilha da Terra, uma vez que sofremos da amnésia espiritual e a maioria da humanidade não consegue remediar seu Carma (elevar sua vibração) para libertar-se da Matrix existencial terrestre.
Sendo um mundo no qual a evolução se dá por meio de reencarnações, a Terra entrou num círculo suicida quase sem volta. A única maneira de vencer a Lei do Causa e Efeito é o despertar em vida e o alcance da Unidade. Não há outro meio. Todos os mestres do passado sempre disseram que apenas a iluminação vence a roda cármica, apenas a unidade ergue o espírito nas planícies superiores e pode fazê-lo vencer seus demônios após o desencarne. Desta forma, querido leitor, as pessoas que dormem estão fadadas a viver e reviver em mundos de 3D por tempo indeterminado até que chegue seu tempo de despertar. Todavia mesmo despertando, dependendo de sua intensidade, ainda assim não há garantias. É preciso chegar à Unidade Interior, ou Iluminação.
Em Busca da Evolução
A segunda resposta, que a muitos pode ser chocante, é a escolha consciente e para fins evolutivos de encarnar com limitações físicas, familiares, territoriais ou financeiras. Essa decisão tem dois objetivos concretos: o desejo de viver aquela experiência, como uma forma perene e passo a passo de evolução, ou uma forma de obrigar, se autoforçar um despertar em determinado momento de sua vida física. Embora a decisão consciente seja a que faz mais sentido, poucos são aqueles no orbe terrestre que conseguem ter uma consciência elevada o bastante para enxergar as coisas dessa maneira. Quando dizemos poucos, querido leitor, estamos realmente considerando uma parcela bem baixa da população mundial.
Desses, aqueles que escolhem experienciar determinadas situações físicas são os que já tem certa consciência espiritual e muita experiência no ciclo encarnatório a ponto de saberem parte do que é evolução. Assim sendo, escolhem vários papéis físicos a serem representados em diversas encarnações. São espíritos já conscientes da evolução e de parte de uma realidade mais além. Não mais presos, ao menos inteiramente, ao psiquismo material, eles costumam avaliar, ou julgar, a si mesmos de maneira mais austera em determinadas situações e só não escolhem experiências físicas punidoras, pois já sabem que elas normalmente causam efeitos contrários ao que se destinam. Esses espíritos, todavia, ainda não tem uma compreensão mais exata sobre Carma, ou Lei da Causa e Efeito, e por vezes acabam fazendo escolhas que atrapalham seu desenvolvimento e a "queima" de suas negatividades. Mas como são ótimos aprendizes, cedo ou tarde, se não nesta, em outra vida, ao longo do ciclo encarnatório, irão aprender determindas lições. Obviamente, aqui falamos apenas de uma pequena parte da Lei, limitada apenas ao pessoal.
Uma parte ainda menor desse grupo são espíritos elevados que vêm à Terra com um propósito maior, escolhendo de forma preventiva determinada circunstância material para assegurar, ou ao menos tentar, o despertar espiritual em determinado momento. Como este mundo no qual vivemos é muito mais complicado do que podemos imaginar, por vezes tais espíritos elevados não alcançam seus objetivos e muitos, inclusive, acabam se perdendo por aqui e caindo no ciclo encarnatório. Mas por que espíritos elevados escolheriam a pobreza ou alguma deficiência física? Ora, querido leitor, a limitação evita a mente de se ocupar das futilidades da matéria, concentrando-se apenas em si e em suas superações. Aqueles que nascem em berço de ouro e têm tudo acabam se corrompendo pelo que têm, além de terem problemas sérios de egocentrismo, orgulho, arrogância, disfunções comportamentais, além, é claro, de serem mais propensos a patologias psiquiátricas, como a depressão, por exemplo. Isso sem falar no apego à matéria, "inimigo" número um do despertar espiritual.
Obviamente, o tiro pode sair pela culatra e o espírito pode não despertar justamente devido às limitações. Mas ainda assim é a "tática" mais eficaz para tal finalidade. Quando as dificuldades estão presentes em nossas vidas, dependendo da origem e natureza de nossos espíritos, tendemos a nos superar e visualizar tal limitação de uma perspectiva mais otimista do que a maioria consideraria. Por vezes, essa maneira positiva de enxergar-se acaba favorecendo por meio da sincronicidade o acesso a informações ou situações referentes à espiritualidade e, por conseguinte, ao despertar. Muitos passam desapercebidos por tais oportunidades, mas aqueles que conseguem enxergá-las, reconhecê-las e aceitá-las acabam de fato despertando e descobrindo que suas limitações nada mais eram que uma maneira de conectá-los à verdade em determinado passo de suas caminhadas.
Então, o espírito acaba compreendendo e enxergando o cenário maior. Alguns ainda não conseguem realmente sentir e descobrir seus verdadeiros propósitos, nem mesmo origem cósmica. Mas este despertar pode ser lento, então as respostas podem vir devagar, em seu ritmo. Quando o despertar, ao contrário, se dá de forma brusca, as informações principais vêm de maneira sólida e quase abolutas, trazendo então todo o entendimento de uma só vez num período que muitas vezes não passa de 1 ano terrestre. Normalmente, esses espíritos ou são mais velhos, ou são mais sábios que outros. Mas veja, querido leitor, que não há generalização nesta frase e nem isso tem realmente importância neste processo. O que importa é o despertar e não o tempo que levamos para alcançá-lo.
Você e Eu
Mas o que realmente há de importante nisso tudo, querido leitor? O que isso pode nos ajudar em nossas caminhadas? Bem, de fato este assunto serve apenas para afastar as dúvidas egóicas relativas ao seu atual estado físico, facilitando então sua caminhada espiritual. Todavia, não interessa a razão para as coisas terem sido de certa maneira em sua vida antes de seu processo de despertar, o que realmente importa é que você está fazendo agora com tudo o que já sabe e com a tonelada de coisas que ainda irá saber. Esta vida, este momento são as únicas coisas que importam e nelas você deve depositar sua atenção, gana e energia.
Todos nós já fomos tudo em outras existências. Já fomos homens, mulheres, nem lá nem cá; já fomos policiais, bandidos, advogados; já salvamos vidas, já assassinamos, já lavamos as mãos; já fomos cafetões, prostitutas, políticos; já fomos sábios, atrasados mentalmente, paranóicos e psicóticos; já fomos cegos, surdos, mudos; já fomos padres, satanistas, monges budistas, iogues indianos; já fomos isso, fomos aquilo. Isso, querido leitor, neste planeta, quiçá em outros! Então o passado é totalmente irrelevante para seu desenvolvimento pessoal e espiritual, pois já experenciamos tantas coisas que não há razão para dar atenção a todas elas. Se houve em algum momento algo que o tenha prendido em algum ciclo encarnatório, saber a respeito não irá libertá-lo, pelo contrário, irá lhe trazer um contraponto do qual se distanciar para tentar evoluir, quando isso poderá limitar seu entendimento e abertura cardíaca.
O que interessa é esta vida. É nela que você deve fazer as mudanças. É nela que você deve despertar. Iluminando-se nesta vida, não na próxima, irá libertá-lo do ciclo encarnatório, levando-o para as esferas maiores. Obviamente, que há muitas e muitas chances de você estar aqui por um propósito maior e, como citamos acima, você pode ser um espírito mais elevado e portanto, mais do que ninguém, deve ascender para não ficar preso num mundo que não é seu. Se você veio de cima, deve fazer de tudo para retornar para casa. E isso é interessante, querido leitor, muitos de nós sentimos esta sensação de que este planeta, este mundo não é nosso lar. Tal sentimento, quando forte e sempre presente, é uma das melhores formas de reconhecer que sua origem não se dá neste orbe, e sim, bem mais além. E as chances de você ser o que é comumente chamado de "Semente Estelar" são boas. Mas, preste atenção ao "mas", essa não deve ser a sua motivação para evoluir, ao contrário, deverá deixá-la de lado. Apegar-se a isso poderá ser apenas um grande empecilho em sua caminhada.
Portanto, querido leitor, não queira saber quem você foi, o que fez, como o foi ou como o fez, concentre-se no que você é e no que faz. A curiosidade é boa, sempre nos dá prazer sabermos sobre nossa origem, mas não devemos pavimentar nossos caminhos com essa informação, ela deve ser algo à parte de sua evolução.
Morremos um pouco todos os dias de nossa passagem pela fisicalidade, todavia quando nossas consciências estão despertas e buscando elevar-se, renascemos a cada minuto, a cada respiração, a cada segundo, a cada pensamento. Isso é existir, é morrer e renascer mais forte e elevado infinitamente, buscando a perfeição e a total deidade de si mesmo, ainda limitada pela divindade, mas que um dia, num futuro intangível poderá se tornar real. Mas por ora, alcance sua divindade e liberte-se!
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