terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Por Pamela Kribbe
O relacionamento entre canalizador e entidade canalizada
Acho que canalização é uma cooperação entre um ser humano e uma entidade não-física que atua como um professor. O professor oferece inspiração e uma perspectiva mais ampla ao ser humano, e o ser humano traduz a energia da entidade espiritual em palavras e conceitos com os quais ele está familiarizado através da sua criação, educação e cultura. Não acredito que seja possível, e nem desejável, que o canal humano se coloque completamente de lado, de modo a ‘canalizar puramente’ a energia da entidade não-física. Acho que é inevitável que a mentalidade, a percepção e o vocabulário do canal influenciem enormemente aquilo que vem através dele. Mesmo que o canal entre num estado de transe profundo, ele é o receptor, o recipiente e, portanto, co-criador do material. Acho que é ingênuo presumir que o canalizador possa receber a mensagem totalmente ‘de fora’, sem participar dela. Acho que as mensagens vêm ‘de dentro’, através da sua consciência ampliada pela consciência do professor espiritual, e que a qualidade da canalização não depende tanto de quanto o canalizador pode esvaziar-se de si mesmo, mas do nível de consciência que ambos – canalizador e entidade canalizada – possuem.
Como julgar a qualidade da informação canalizada
Canalizar pode ser bonito e inspirador. Mas também pode levar a bobagens, frases ocas, ou a estórias de infortúnios, assustadoras e moralistas. Na pior das hipóteses, pode levar à adoração de autoridades que não têm nada a seu favor, a não ser seus nomes ou postos em alguma hierarquia espiritual invisível. Procurar fora de nós autoridades difíceis de serem alcançadas – não foi justamente contra isto que todos os professores espirituais nos alertaram?
O fato de a informação ser canalizada não diz absolutamente nada a respeito da qualidade dela.
Na filosofia da ciência, um ramo da filosofia que investiga o que torna uma teoria ‘científica’ ou confiável, é feita uma distinção muito útil entre o ‘contexto da descoberta’ e o ‘contexto da justificativa’. Aquilo que leva à descoberta de uma teoria científica não tem nenhuma influência sobre a possibilidade de ela ser justificada. Um cientista pode inventar qualquer teoria que ele queira, dependendo dos seus sonhos pessoais, associações ou devaneios, mas uma vez que ele tenha formulado a teoria, ela será julgada por seus colegas com base em critérios geralmente reconhecidos, tais como confirmação empírica, coerência, poder explicativo, etc. Então, no contexto da descoberta, qualquer coisa funciona, enquanto que no contexto da justificativa, a teoria tem que estar de acordo com certos padrões de qualidade, para que possa ser valorizada pela comunidade científica. Acho que isso também vale para o material canalizado.
As mensagens canalizadas deveriam ser julgadas pelos mesmos padrões válidos para textos espirituais escritos por ‘simples humanos’, ou seja: A informação é clara? Ela acrescenta uma nova percepção ao seu conhecimento? Ela inspira você a se amar mais? Você se sente iluminado ou elevado pela mensagem? Penso que, se a resposta a essas perguntas for ‘sim’, então a questão de quem a canalizou e como foi que ela veio (o contexto da descoberta) é relativamente sem importância. A prova está no sabor da sobremesa e não na suposta posição ou status daquele que a preparou.
Minha própria experiência como canalizadora
Quando canalizo Jeshua, sinto que estou ficando maior, em vez de menor. Sinto que a energia dele está me ajudando a me elevar até o meu próprio Eu Superior. Sinto que na verdade ele está sendo o mediador entre o meu ‘pequeno eu de todos os dias’ e o meu ‘Eu mais amplo’, ajudando-me a incorporá-lo um pouco mais. Sempre que ele faz isso e eu permito que aconteça, eu expando a minha consciência um pouco mais, e isso afeta o meu próprio crescimento e capacitação. Uma vez, fiz uma canalização (sobre “Relacionamentos na Nova Era”) na qual senti tão intensamente a presença do meu próprio Eu Superior (a quem eu chamo de Aurélia), que fiquei na dúvida se ainda estava canalizando Jeshua. Perguntei-lhe sobre isso naquela noite, antes de ir dormir, e ele me disse algo muito carinhoso: “Lembre-se sempre que eu estou aqui para você, você não está aqui para mim.” Isto fez com que essa questão ficasse muito clara para mim. Todos nós temos o propósito de incorporar completamente e manifestar o nosso Eu Superior aqui na Terra. Os professores vêm para nos ajudar na nossa caminhada, e se for um professor de verdade, ele nos ajudará enquanto nós precisarmos dele, e depois sairá do nosso caminho.
Jeshua ainda está comigo, embora eu sinta que não tenho ‘conversado’ tanto com ele quanto eu costumava fazer no começo. Hoje em dia, muitas vezes quando lhe faço uma pergunta pessoal, ele me pergunta: o que você sente verdadeiramente sobre isso? E quando me concentro nisso, a resposta vem do meu próprio conhecimento interior e intuição. Então, Jeshua incentiva todos nós a assumir o nosso próprio poder e a ver a canalização como um meio e não um fim. Talvez um dia eu seja capaz de ‘canalizar’ o meu próprio Eu Superior ou Ser Crístico, e não depender mais de Jeshua. Tenho certeza que ele será o primeiro a me aplaudir!
Jeshua na canalização
Vou terminar com uma ‘canalização na canalização’… algumas palavras de Jeshua sobre o seu relacionamento comigo como canalizadora.
Canalizar é uma forma de estar mais próximo de você mesmo com a ajuda de outro ser – não-físico. Este ser faz temporariamente o papel de professor. A energia do professor ajuda você a alcançar um nível mais profundo de si mesmo. A energia do professor eleva-o acima dos medos que mantêm a sua própria luz velada.
Um professor mostra-lhe a sua própria luz. O professor tem mais consciência da sua luz do que você. Logo que essa luz, que é o seu conhecimento interior, se torna acessível a você, o professor torna-se supérfluo. Então, você é capaz de canalizar a sua própria luz. O professor não precisa mais agir como uma ponte entre você e o seu Eu Superior.
Por enquanto, eu estou relembrando-a da sua própria luz. Eu espelho a sua grandiosidade para você na forma de Jeshua ben Joseph. Em mim você enxerga a si mesma, o seu Ser Crístico, mas você ainda não percebe isto completamente. Sou como um ponto de referência para você, a minha energia serve como um farol. Eu a ajudo a se familiarizar mais profundamente com o seu próprio Ser Crístico. Lentamente ele vai se mover para frente, e eu vou me mover para os fundos. Isso está certo. É assim que deve ser. Não se esqueça que, neste relacionamento, eu estou aqui para você, você não está aqui para mim. Eu não sou a meta, mas sim o meio. O renascimento de Cristo é o despertar do seu Ser Crístico, não do meu.
Eu ajo de acordo com o que serve ao seu Eu Superior. Meu propósito é que você me torne supérfluo. Quando você me canalizar, não tente se fazer menor ou invisível. Eu desejo que você se faça maior, que sinta a sua verdadeira força fluir para fora de você e brilhar sobre o mundo.
Um professor indica o caminho mas é você que vai caminhar por ele. Daqui a pouco, você vai se ver caminhando sozinha, tendo deixado o professor para trás. Este será um momento grandioso e sagrado. O professor ficará com você, viverá no seu coração, como uma presença interior, mas a figura separada desaparecerá.
Nós continuamos conectados, mas conforme for crescendo, você me verá cada vez menos, ou terá menos vontade de me chamar como um ser separado. Lentamente eu me tornarei parte da sua própria energia.
E num certo ponto, você não me conhecerá mais como separado de você. Isto vai lhe mostrar que você verdadeiramente me ouviu e me viu.
Jeshua, verão de 2006
Tradução: Vera Corrêa veracorrea46@ig.com.br
Revisão: Luiz Corrêa
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