domingo, 24 de abril de 2011
OS OUTROS
(uma pequena reflexão)
Há tempos atrás, Jean Paul Sartre – escritor e filósofo francês – escreveu: “o inferno são os outros”. Não sei se ele sabia realmente o que estava dizendo, mas disse uma grande verdade.
Sim, o “inferno” em nossas vidas está – via de regra – associado à maneira como vemos, tratamos, convivemos e nos relacionamos com ‘os outros’.
Sempre tem um “outro” por trás de todas as ‘preocupações humanas’. Podem notar isso?
Afinal, quem é esse “outro”?
Milhares de pessoas podem dizer: é o meu marido/amante/namorado; é o meu filho; é a minha mãe/pai; é o meu chefe no escritório; é o investidor exigente; é o papa/bispo (a autoridade religiosa, não importa qual); é o meu vizinho barulhento; é o síndico agressivo; é o time todo de futebol, etc e etc. Identificamos melhor ‘os outros’ por aqueles que, por qualquer motivo, estão mais próximos de nós, ou de nossos pensamentos. Se quiser, descubra aquele ‘outro’ que está por trás das suas dores, aflições, preocupações, raivas, ódios, alegrias ou tristezas...
Vai encontrar. Ahhh...vai!
E, no pano-de-fundo de todo esse cenário está a divina frase do Divino Mestre: “amai-vos uns aos outros”.
Como? Como?! Como amar o responsável por todas as minhas dores? (físicas, emocionais e mentais).
Não amamos ‘os outros’. Ainda não.
E sabem por quê?
Por que sequer os conhecemos como eles realmente são.
Os vemos como 'pai'/'mãe'/'filho'/'chefe' (vide resto acima), quando na verdade ‘eles’ não são nada disso. Isso que eles parecem ser são apenas seus papéis no teatro desta vida 3D.
Você não tem ‘pai’/’mãe’/’cônjuge’, ‘chefe’, etc, seja lá o que pense/sinta sobre eles. Não tem.
Pensar ao contrário é a fonte dos seus ‘mundos infernais’ passados, presentes e futuros, pois o seu relacionamento com esses falsos outros nunca poderá ser verdadeiro – seria uma contradição. No mínimo pode ser um paradoxo – não mais que isso.
É tudo falso, percebem? Já conseguem perceber isso?
Se você diz que ama o ‘outro’ porque ele é seu ‘pai’/’mãe’ (etc.)
é mentira, pois como você pode amar ‘um outro’ se você não o conhece como ele realmente é? Geralmente você está acreditando no papel que ele representa. Não nele real.
Grande ilusão. Enorme pedra no Caminho.
Claro que, como sempre, não pretendo esgotar o assunto, mas tão somente instigar vocês a fazê-lo.
Em todo caso, uma última reflexão: ‘o outro’ é a projeção de mim mesmo (a). É um espelho através do qual posso aprender mais sobre mim.
Por ex: a raiva que tenho de ‘alguém’ é uma projeção da raiva que tenho dentro de mim e que diz respeito a mim mesmo.
Vale (ufa!) também para quando dizem que ‘gostam-de-uma-outra-pessoa’: na verdade vocês gostam de si mesmos. E quando você gosta de si mesmo, você gosta do ‘outro’. E o relacionamento ‘infernal’ acaba.
Não há mais problema.
Nenhum.
Por fim, a reflexão básica: você se confunde com os papéis que representa?
Se assim for, em algum momento você poderá se tornar um inferno para os outros.
Até breve.
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