quinta-feira, 16 de junho de 2011

.: a arte de não fazer nada - TRÊS

SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JUNHO DE 2011

a arte de não fazer nada - TRÊS
Na seqüência da Arte de Não fazer Nada Veronique aborda
A ARTE DE MEDITAR
Para alcançar um estado de elevada consciência – estar, de certa forma, ‘conectado’ – é preciso esvaziar a mente.
Mas como a mente pode estar cheia e vazia ao mesmo tempo?
Esta é apenas uma das muitas contradições que têm feito os mestres de meditação discutir entre si durante séculos. Acalme a mente, dizem eles.
A consciência não é um estado de ‘fazer’, mas de ‘ser’.
É preciso procurar sem procurar, ensinam os mestres zens.
O truque é estar aqui e agora.
Sente-se quieto, esvazie a mente, espere. A expectativa vai manter você acordado.
A palavra ‘meditação’ tem a mesma origem da palavra ‘medicina’.
A primeira coisa que a gente nota quando começa a meditar é ‘como isso faz bem’.
A maioria das técnicas para silenciar a mente requer que você relaxe, feche os olhos e se concentre numa viagem interior – coisas muito agradáveis.
Durante os primeiros segundos, experimenta-se uma sensação de cura.
Inofensiva, eficaz, bem que a meditação poderia ser vendida em qualquer farmácia...
Infelizmente, é um produto volátil, que não pode ser engarrafado.
Pouquíssimas pessoas conseguem manter uma postura de calma, por mais de alguns minutos. Assim que você começa a pensar que atingiu algum tipo de equilíbrio mental, já se congratula por isso.
E, sem perceber, seus pensamentos já estão indo longe demais.
Os exercícios de meditação eleitos por todos os mestres espirituais, dos sábios tradicionais aos gurus que inventam um estilo próprio, nunca são tão milagrosos quanto prometem.
São exatos demais para uma pessoa normal, que costuma ter curtos períodos de atenção.
Sejamos sinceros: só uma meia dúzia de discípulos consegue praticar de verdade o que apregoam seus mestres.
Se você alguma vez já tentou praticar o Tao da Respiração ou visualizar a Roda de Vida tibetana, ou se esforçou para alcançar algo como o ideal hassídico da ‘memória contínua de Deus’, faz idéia do que eu quero dizer.
Depois de uns dez minutos, você perde a concentração e começa a enrolar.
 Afinal de contas, é humano. Mas, em vez de admitir que está sonhando acordado, embeleza o exercício em seu subconsciente e imagina que está atingindo resultados sublimes.
Será que, na verdade, as técnicas de meditação foram criadas mais para testar nossa honestidade mental do que para avaliar nossas habilidades espirituais?
Só quando a gente aceita que não consegue meditar é que a meditação começa a funcionar.
Em vez de ser uma missão guiada para o sucesso, a meditação nos faz lembrar, humildemente, como é difícil para qualquer um de nós permanecer em contato com a realidade.
O importante é estar prevenido. A meditação nos seduz com a promessa de paz interior e serenidade, mas, assim que nos deixamos levar, acabamos frustrados. E não há nada para nos consolar, além de nossos mantras e nossos egos perfurados.
É nesse estado vulnerável que se está pronto para ser iluminado.
O QUE É A ILUMINAÇÃO?
Pode levar algumas semanas, alguns meses, alguns anos ou (de acordo com algumas religiões) algumas vidas – até você começar a compreender o que é o ‘satori’  japonês, o ‘wu-wei’ chinês, o ‘samadhi’tibetano, o  hebraico ou a ‘conversão’ cristã, antes de que você decida se candidatar à iluminação.
Os zen-budistas, especialistas na iluminação, definem o fenômeno como um ‘súbito realce espiritual’ que provoca uma mudança radical de perspectiva.
Centenas de historias zens contam como os monges passam décadas praticando sem conseguir atingir o estado satori, até que um dia tropeçam nele por acaso.
Essas anedotas são interpretadas como uma prova de que você pode apenas se preparar para a mudança espiritual, mas não consegue controlá-la.
Alcançar o estado de graça é quase como ganhar na loteria.
As chances estão a seu favor. Daqui alguns anos você vai rir ao se lembrar de como foi ‘repentino e natural’.
E vai se perguntar porque o acontecimento não foi mais emocionante ou dramático.
Provavelmente você nem estava meditando. Se bobear, estava esperando o semáforo mudar, ou olhando pela janela enquanto falava ao telefone, ou lavando a louça, depois do jantar.
Surge assim, sem avisar. Você não estava preparado para isso.
Ninguém pode ‘esperar o inesperado’. Ninguém 'está pronto', de verdade, para a iluminação.
O fato é que ela muda a sua vida.
A iluminação é apenas outro nome para aquele sentimento confortável que você é uma pessoa absolutamente comum.
E então, o comum passa a ser excepcional: uma poça d’água, uma criança correndo atrás de uma bola, o zumbido do seu computador e você, no meio disso tudo, com uma auto-imagem sem verniz algum.
OS GATOS SABEM TUDO O QUE É PRECISO SOBRE A MEDITAÇÃO.
Extração, edição e colaboração: Amigos de Anthar
(continua)
Postado por Anthar

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