Pergunta a Osho:
O que significa amar a si mesmo?
Uma pessoa tem de começar não amando a si mesma...
´porque você não sabe quem você é.
Quem você vai amar?
Se começar a amar a si mesmo, você amará apenas o seu ego, que não é o seu eu, que é a sua personalidade falsa.
E quase todos amam sua personalidade, todos amam seu ego.
Mesmo a mulher mais feia, se você lhe disser:
"Como você é linda", não se recusará a aceitar isso.
Ouvi contar:
dois velhos se encontraram numa esquina.
"Onde você esteve nestes dois últimos meses?"
"Na prisão", responde o segundo homem.
"Na prisão?
Como é possível?", diz o primeiro homem.
O segundo responde:
"Bem, há dois meses eu estava parado numa esquina e uma linda garota apareceu correndo com um policial e disse:
'Ele é o homem, oficial.
Foi ele que me atacou'.
E você sabe, eu me senti tão lisonjeado que admiti isso".
Quantas coisas você tem admitido que sabe perfeitamente bem não serem verdadeiras?
As pessoas dizem que você é tão amoroso, tão sincero, tão verdadeiro, tão lindo, tão honesto, e você nunca nega isso.
Esse não é o amor sobre o qual tenho falado.
Sim, eu gostaria que você amasse a si mesmo, porque, a menos que você ame a si mesmo, não pode amar ninguém mais.
Você não sabe o que é o amor se você não amar a si mesmo.
Mas antes que possa amar a si mesmo, você tem de conhecer a si mesmo.
Por isso amar é secundário; a meditação é principal.
E o milagre é que, se você meditar e lentamente sair do seu ego, sair da sua personalidade e conhecer o seu eu verdadeiro, o amor virá por si mesmo.
Você não tem de fazer nada, é um florescimento espontâneo.
Mas ele floresce apenas num certo clima, e esse clima eu chamo de meditação.
No clima do silêncio, da não-mente, de nenhuma perturbação interior, de absoluta clareza, paz e silêncio, de repente você verá que milhares de flores se abriram dentro de você.
E a fragrância delas é amor.
Naturalmente, primeiro você amará a si mesmo, porque esse será o seu primeiro encontro.
Primeiro você ficará consciente da fragrância que está surgindo em você e da luz que nasceu em você e da bênção que está banhando você.
Então amar se tornará a sua natureza.
Você amará muitos, você amará todos.
Na verdade, o que conhecemos em nossa ignorância é um relacionamento, e o que conhecemos em nossa consciência não é mais um relacionamento.
Não é que eu ame você; é que eu sou amor.
Você tem de entender a diferença.
Quando você diz "eu amo você", e os outros?
E a existência toda?
Quanto mais estreito for o seu amor, mais pressionado será.
Sua asas são cortadas; não pode voar ao céu em direção ao sol; não tem liberdade; quase está numa gaiola dourada.
A gaiola é linda, mas dentro da gaiola o pássaro não é o mesmo que você vê no céu abrindo as asas.
O amor tem de se tornar não um relacionamento, não um estreitamento, mas um alargamento.
O amor tem de se tornar sua própria qualidade, seu próprio caráter, seu próprio ser, sua radiância.
Assim como o sol não irradia luz para alguém em especial, sem endereçar, a meditação irradia amor sem endereço.
Obviamente, primeiro ele é sentido dentro de você mesmo, para você mesmo, e então começa a irradiar por todos os lados.
Então você não só ama os seres humanos; você ama as árvores, ama os pássaros, você simplesmente ama; você é amor.
Osho, em "Religiosidade é Diferente de Religião"
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