quarta-feira, 5 de outubro de 2011
O Livro de Urântia
-Documento 50:
Os Príncipes Planetários
(572.1) 50:0.1
EMBORA pertençam à ordem dos Filhos Lanonandeques, os Príncipes Planetários prestam um serviço tão especializado que são considerados comumente como um grupo distinto.
Depois de haverem sido confirmados pelos Melquisedeques como Lanonandeques secundários, esses Filhos do universo local são designados para as reservas da ordem nas sedes-centrais da constelação.
Daí são designados para vários deveres pelo Soberano do Sistema, finalmente sendo comissionados como Príncipes Planetários e enviados para governar os mundos habitados em evolução.
(572.2) 50:0.2
O sinal para que o Soberano do Sistema proceda na questão da designação de um governante, a um determinado planeta, é a recepção de um pedido dos Portadores da Vida para que despache um dirigente administrativo com o fito de funcionar naquele planeta onde eles estabeleceram a vida e desenvolveram seres inteligentes evolucionários.
Todos os planetas habitados por criaturas mortais evolucionárias têm um governante planetário, dessa ordem de filiação, designado para eles.
1. A Missão dos Príncipes
(572.3) 50:1.1
O Príncipe Planetário e os seus irmãos assistentes representam a forma personalizada por meio da qual o Filho Eterno do Paraíso pode aproximar-se, o mais perto possível (encarnação à parte), das criaturas inferiores do tempo e do espaço.
É bem verdade que o Filho Criador alcança as criaturas dos reinos por intermédio do seu espírito, todavia, o Príncipe Planetário é a última das ordens de Filhos pessoais, que se estende desde o Paraíso até os filhos dos homens.
O Espírito Infinito chega até bem próximo dos filhos dos homens, nas pessoas dos guardiães do destino e outros seres angélicos; o Pai Universal vive no homem por meio da presença pré-pessoal dos Monitores Misteriosos; mas o Príncipe Planetário representa o último esforço do Filho Eterno, e dos seus Filhos, para aproximar-se de vós.
Num mundo recém-habitado, o Príncipe Planetário é o único representante da divindade completa, originário do Filho Criador (que é uma progênie direta do Pai Universal e do Filho Eterno) e da Ministra Divina (a Filha, no universo, do Espírito Infinito).
(572.4) 50:1.2
O príncipe de um mundo recém-habitado é cercado de um corpo de ajudantes leais e de assistentes, bem como de um número grande de espíritos ministradores. Contudo, o corpo diretor desses novos mundos deve ser composto das ordens mais baixas dos administradores de um sistema, a fim de que seja inatamente compassivo e compreensivo para com os problemas e as dificuldades do planeta. E todo esse esforço de prover um governo compassivo para os mundos evolucionários envolve um risco crescente de que essas personalidades quase humanas possam ser desviadas da vontade dos Governantes Supremos, quando em uma exaltação das suas próprias mentes,.
(572.5) 50:1.3
Pelo fato de estarem completamente sós, como representantes da divindade, nos planetas individuais, esses Filhos são severamente testados; mas Nébadon tem sofrido os infortúnios de várias rebeliões.
Na criação dos Soberanos dos Sistemas e Príncipes Planetários, ocorre a personalização de um conceito que já se afastou em muito do Pai Universal e do Filho Eterno; e, assim, há o perigo crescente da perda do sentido de proporção, quanto à auto-importância; e isso gera uma possibilidade maior de fracasso ao manter um controle adequado dos valores e relações entre as inúmeras ordens de seres divinos e as suas gradações de autoridade.
O fato de que o Pai não esteja pessoalmente presente nos universos locais também impõe, a todos esses Filhos, uma certa provação de fé e de lealdade.
(573.1) 50:1.4
Não é freqüente, todavia, que tais príncipes dos mundos falhem nas suas missões de organizar e administrar as esferas habitadas; e o êxito deles facilita em muito as missões subseqüentes, dos Filhos Materiais, que vêm para imprimir, nos homens primitivos dos mundos, as formas mais elevadas de vida da criatura.
O governo deles também realiza muito para preparar os planetas para os Filhos de Deus do Paraíso, os quais, subseqüentemente, vêm com o fito de julgar os mundos e inaugurar as dispensações sucessivas.
2. Administração Planetária
(573.2) 50:2.1
Todos os Príncipes Planetários estão sob a jurisdição administrativa universal de Gabriel, o comandante executivo de Michael, ao passo que, quanto à autoridade imediata, ficam submetidos aos mandados executivos dos Soberanos dos Sistemas.
(573.3) 50:2.2
A qualquer momento, os Príncipes Planetários podem buscar o conselho dos Melquisedeques, antigos instrutores e padrinhos seus,
mas eles não são arbitrariamente levados a solicitar essa assistência e,
se essa ajuda não é voluntariamente requisitada, os Melquisedeques não interferem na administração planetária.
Esses governantes dos mundos também podem se valer dos conselhos dos quatro-e-vinte conselheiros, reunidos de mundos de auto-outorga no sistema.
Em Satânia, todos esses conselheiros são, no momento, nativos de Urântia.
E há um conselho análogo, dos setenta, na sede-central da constelação, também selecionado entre os seres evolucionários dos reinos.
(573.4) 50:2.3
O governo dos planetas evolucionários, nas suas carreiras iniciais ainda não estabelecidas, é amplamente autocrático.
Os Príncipes Planetários organizam os seus grupos especializados de assistentes, escolhendo-os entre os corpos de ajudantes planetários.
E cercam-se geralmente de um conselho supremo de doze membros, selecionado de modos variados e diversamente constituído nos diferentes mundos.
Um Príncipe Planetário pode também ter, como assistentes, um ou mais da terceira ordem do seu próprio grupo de filiação e, algumas vezes em certos mundos, pode ter um da sua própria ordem, um Lanonandeque secundário, como adjunto.
(573.5) 50:2.4
Todo o corpo de assessores do governante de um mundo consiste em personalidades do Espírito Infinito, em certos tipos de seres evoluídos mais elevados e mortais ascendentes de outros mundos.
Esse corpo de assessores tem, em média, cerca de mil personalidades,
mas, à medida que o planeta progride, esse corpo de colaboradores pode ser aumentado, chegando até a cem mil e mesmo mais.
A qualquer momento que seja sentida a necessidade de mais colaboradores, os Príncipes Planetários têm apenas de requisitar aos seus irmãos, os Soberanos dos Sistemas, e a petição é atendida imediatamente.
(573.6) 50:2.5
Os planetas variam muito quanto à natureza, organização e administração, mas todos são providos de tribunais de justiça.
O sistema judicial do universo local tem os seus começos nos tribunais de um Príncipe Planetário, presidido por um membro da sua assessoria pessoal; os decretos dessas cortes refletem uma atitude altamente paternal e prudente.
Todos os problemas que envolvem algo além do regulamentado, para os habitantes do planeta, ficam sujeitos à apelação aos tribunais mais altos, mas os assuntos do domínio do seu mundo são amplamente ajustados em consonância com a discriminação pessoal do príncipe.
(574.1) 50:2.6
As comissões itinerantes de conciliadores servem aos tribunais planetários e suplementam-nos, e tanto os controladores espirituais quanto os físicos estão sujeitos aos ditames desses conciliadores, mas nenhuma execução arbitrária é feita, jamais, sem o consentimento do Pai da Constelação, pois os “Altíssimos governam nos reinos dos homens”.
(574.2) 50:2.7
Os controladores e os transformadores designados para os planetas estão também capacitados para colaborar com os anjos e as outras ordens de seres celestes, tornando essas personalidades visíveis para as criaturas mortais.
Em ocasiões especiais, os ajudantes seráficos e até mesmo os Melquisedeques podem tornar a si próprios visíveis para os habitantes dos mundos evolucionários.
A razão principal para trazer seres ascendentes mortais da capital do sistema, como parte do corpo de assessores do Príncipe Planetário, é facilitar a comunicação com os habitantes do reino.
3. Os Assessores Corpóreos do Príncipe
(574.3) 50:3.1
Em geral, quando vai para um mundo jovem, um Príncipe Planetário leva consigo, da sede-central do sistema, um grupo de seres ascendentes voluntários.
Esses seres ascendentes acompanham o príncipe, como conselheiros e colaboradores, no trabalho inicial de melhoramento da raça.
Esse corpo de ajudantes materiais constitui o elo de ligação entre o príncipe e as raças do mundo. Caligástia, o Príncipe de Urântia,
dispunha de um corpo de cem desses colaboradores.
(574.4) 50:3.2
Esses assistentes voluntários são cidadãos da capital de um sistema, sendo que nenhum deles fusionou-se ainda ao seu Ajustador residente.
Os Ajustadores desses servidores voluntários permanecem no seu status de residentes na sede-central do sistema, enquanto os progressores moronciais regressam temporariamente a um estado material anterior.
(574.5) 50:3.3
Os Portadores da Vida, arquitetos da forma, dotam esses voluntários de novos corpos físicos, os quais eles ocupam pelo período da sua permanência planetária.
Essas formas de personalidade, ainda que isentas das doenças comuns dos reinos, são como os corpos moronciais iniciais, ainda sujeitos a alguns acidentes de natureza mecânica.
(574.6) 50:3.4
A assessoria corporificada do príncipe, via de regra, é retirada do planeta quando do julgamento seguinte, na época da chegada do segundo Filho à esfera.
Antes de partir, costumeiramente, eles designam, para as suas várias tarefas, as suas progênies mútuas e alguns voluntários nativos superiores.
Nos mundos em que a esses colaboradores do príncipe é permitido acasalarem-se com os grupos superiores das raças nativas, as suas progênies usualmente sucedem a eles.
(574.7) 50:3.5
Esses assistentes do Príncipe Planetário raramente acasalam-se com as raças do mundo, sempre se acasalam entre si.
Duas classes de seres resultam dessas uniões: o tipo primário de criaturas intermediárias e alguns tipos elevados de seres materiais,
que permanecem agregados ao corpo de assessores do príncipe depois que os seus progenitores são retirados do planeta, na época da chegada de Adão e Eva.
Esses filhos não se acasalam com as raças mortais, à exceção dos casos de certas emergências e apenas por um mandado do Príncipe Planetário.
Num caso assim, os seus filhos — os netos da assessoria corpórea — têm o mesmo status das raças superiores da sua época e geração. Toda a progênie desses assistentes semimateriais do Príncipe Planetário é de seres resididos por Ajustadores.
(575.1) 50:3.6
Ao fim da dispensação do príncipe, quando chega o momento em que essa “assessoria de reversão” deve retornar à sede-central do sistema, para reassumir sua carreira ao Paraíso, esses seres ascendentes apresentam-se aos Portadores da Vida com o propósito de entregar os seus corpos materiais.
Eles entram no sono de transição e despertam livres das suas vestimentas mortais e envoltos nas suas formas moronciais, prontos para o transporte seráfico que os devolverá à capital do sistema, onde os seus Ajustadores, separados deles, os aguardam.
Eles ficam atrasados, uma dispensação inteira, em relação à sua classe de Jerusém, mas ganham uma experiência única e extraordinária, um capítulo raro na carreira de um mortal ascendente.
4. As Sedes Centrais e as Escolas Planetárias
(575.2) 50:4.1
A assessoria corpórea do príncipe organiza, muito cedo, as escolas planetárias de aperfeiçoamento e cultura, onde o melhor das raças evolucionárias é instruído e, então, enviado para ensinar ao seu povo o que de melhor aprenderam.
Essas escolas do príncipe estão localizadas na sede-central material do planeta.
(575.3) 50:4.2
Grande parte do trabalho no mundo físico, ligada ao estabelecimento dessa cidade sede-central é realizada pela assessoria corpórea.
Essas cidades sedes-centrais, ou colônias, dos primeiros tempos do Príncipe Planetário, são muito diferentes daquilo que um mortal de Urântia poderia imaginar.
São simples, em comparação às das idades posteriores, sendo caracterizadas por ornamentações minerais e por construções materiais relativamente avançadas.
E tudo isso contrasta com o regime Adâmico, centrado em volta de um jardim sede-central, onde é realizado o trabalho Adâmico, para o bem das raças durante a segunda dispensação dos Filhos do universo.
(575.4) 50:4.3
Na colônia sede-central, no vosso mundo, cada habitação humana era abundantemente provida de terras.
Embora as tribos mais primitivas continuassem caçando e saqueando, em busca de alimentos, os estudantes e os instrutores, nas escolas do Príncipe, eram todos agricultores e horticultores.
O tempo era dividido igualmente entre as seguintes tarefas:
(575.5) 50:4.4 1.
O trabalho físico.
O cultivo do solo, associado à construção de casas e ornamentações.
(575.6) 50:4.5 2.
As atividades sociais.
As representações teatrais e as reuniões socioculturais.
(575.7) 50:4.6 3.
As aplicações educativas.
A instrução individual ligada ao ensino grupal familiar, suplementado por classes de aperfeiçoamento especializado.
(575.8) 50:4.7 4.
O aperfeiçoamento vocacional.
As escolas de casamento e tarefas do lar, escolas de arte e aperfeiçoamento artesanal; e as classes para o aperfeiçoamento de instrutores — seculares, culturais e religiosos.
(575.9) 50:4.8 5.
A cultura espiritual.
A irmandade dos instrutores, o esclarecimento da infância e de grupos de jovens, e o aperfeiçoamento de crianças nativas adotadas como missionárias para o seu povo.
(575.10) 50:4.9
Um Príncipe Planetário não é visível para os seres mortais; é um teste de fé acreditar que ele possa estar representado pelos seres semi materiais do seu corpo de assessores.
Entretanto, essas escolas de cultura e aperfeiçoamento são bem adaptadas às necessidades de cada planeta; e logo se desenvolve uma rivalidade aguda, mas louvável, entre as raças dos homens nos esforços de conquistar a admissão nessas várias instituições de aprendizado.
(575.11) 50:4.10
Desses centros mundiais de cultura e realizações, gradualmente, é irradiada uma influência elevadora e civilizadora a todos os povos,
que, gradativa, mas seguramente, transforma as raças evolucionárias.
Nesse meio tempo os filhos educados e espiritualizados dos povos das proximidades, que foram adotados e treinados pelas escolas do príncipe, retornam aos seus grupos nativos e dentro do melhor das suas capacidades estabelecem ali novos centros poderosos de ensino e cultura, que são levados adiante de acordo com o plano das escolas do príncipe.
(576.1) 50:4.11
Em Urântia, esses planos para o progresso planetário e avanço cultural estavam encaminhando-se bem, e avançando muito satisfatoriamente, até que Caligástia aderisse à rebelião de Lúcifer;
e tudo que estava sendo empreendido teve um fim precipitado e inglório.
(576.2) 50:4.12
Um dos episódios mais profundamente chocantes dessa rebelião, para mim, foi tomar conhecimento da dura perfídia de um ser da minha própria ordem de filiação, Caligástia, que deliberadamente e com uma malícia calculada, desvirtuou sistematicamente as instruções e envenenou os ensinamentos dados em todas as escolas planetárias de Urântia em funcionamento naquela época.
O naufrágio dessas escolas foi rápido e completo.
(576.3) 50:4.13
Muitos, da progênie dos seres ascendentes do corpo materializado de assessores do Príncipe, permanecendo leais, desertaram das fileiras de Caligástia.
Esses seres leais foram encorajados pelos administradores Melquisedeques provisórios de Urântia e, em tempos posteriores, os seus descendentes fizeram muito para sustentar os conceitos planetários da verdade e retidão.
O trabalho desses evangelistas leais ajudou a impedir a obliteração total da verdade espiritual em Urântia.
Essas almas corajosas e seus descendentes mantiveram vivo um pouco do conhecimento da lei do Pai e preservaram, para as raças do mundo, o conceito das dispensações planetárias sucessivas das várias ordens de Filhos divinos.
5. A Civilização Progressiva
(576.4) 50:5.1
Os príncipes leais dos mundos habitados ficam permanentemente agregados aos planetas para os quais foram designados originalmente.
Os Filhos do Paraíso e as suas dispensações podem ir e vir, mas um Príncipe Planetário que tenha tido êxito continua sempre como governante do seu reino.
O seu trabalho é inteiramente independente das missões dos Filhos mais elevados, pois é destinado a fomentar o desenvolvimento da civilização planetária.
(576.5) 50:5.2
O progresso da civilização nunca é semelhante em dois planetas distintos.
Os detalhes do desenrolar da evolução mortal são muito diferentes nos inúmeros mundos dessemelhantes.
Apesar das muitas diferenças dos desenvolvimentos planetários, nos domínios físico, intelectual e social, todas as esferas evolucionárias progridem em certas direções bem definidas.
(576.6) 50:5.3
Sob o governo benigno de um Príncipe Planetário, intensificado pela presença dos Filhos Materiais e marcado pelas missões periódicas dos Filhos do Paraíso, as raças mortais, em um mundo do tempo e do espaço dentro da carreira normal, passarão sucessivamente pelas sete épocas seguintes de desenvolvimento:
(576.7) 50:5.4 1.
A época da nutrição.
As criaturas pré-humanas e as raças iniciais do homem primitivo ocupam-se principalmente com os problemas da nutrição.
Esses seres em evolução passam o tempo em que estão despertos à procura de alimento ou em combates, ofensiva ou defensivamente.
A busca da comida é fundamental nas mentes desses ancestrais primitivos da civilização subseqüente.
(576.8) 50:5.5 2.
A idade da segurança.
Tão logo possa ter algum tempo de sobra, entre os períodos de procura de alimento, o caçador primitivo usa desse lazer para aumentar a sua segurança.
E uma atenção cada vez maior é dedicada à técnica da guerra.
Os lares são fortificados e os clãs solidificam-se em conseqüência do medo mútuo e com a inculcação de ódio aos grupos estranhos.
A auto preservação é uma meta que vem sempre em seguida à da auto manutenção.
(577.1) 50:5.6 3.
A era do conforto material.
Depois que os problemas da alimentação hajam sido parcialmente resolvidos e algum nível de segurança houver sido alcançado, o tempo de lazer adicional é utilizado para promover o conforto pessoal.
O luxo, ocupando o centro do palco das atividades humanas, passa a rivalizar-se com a simples necessidade.
Essa idade é muito freqüentemente caracterizada pela tirania, intolerância, glutonaria e bebedeira.
Os elementos mais fracos das raças têm uma inclinação para os excessos e a brutalidade.
Gradativamente tais seres debilitam-se na busca do prazer e são subjugados pelos elementos mais fortes e amantes da verdade na civilização em avanço.
(577.2) 50:5.7 4.
A busca de conhecimento e sabedoria.
O alimento, a segurança, o prazer e o lazer fornecem a base para o desenvolvimento da cultura e a disseminação do conhecimento.
O esforço para colocar em prática o conhecimento resulta em sabedoria e, quando houver aprendido como tirar proveito da experiência e assim aprimorar-se, uma cultura terá realmente atingido a época de civilização.
O alimento, a segurança e o conforto material ainda dominam a sociedade; mas muitos indivíduos de visão mais ampla têm fome de conhecimento e sede de sabedoria.
Cada criança terá a oportunidade de aprender praticando; a educação é a palavra de ordem dessas idades.
(577.3) 50:5.8 5.
A época da filosofia e da fraternidade.
Quando os mortais aprendem a pensar e começam a tirar proveito da experiência, tornam-se filosóficos — e começam a raciocinar por si próprios e exercer o juízo do discernimento.
A sociedade, nessa idade, torna-se ética; e os mortais dessa época estão realmente transformando-se em seres morais.
E seres morais sábios são capazes de estabelecer uma irmandade entre os homens, em um mundo que progride desse modo.
Os seres morais e éticos podem aprender a viver segundo a regra de ouro.
(577.4) 50:5.9 6.
A idade das batalhas espirituais.
Quando os mortais em evolução houverem passado pelos estágios do desenvolvimento físico, intelectual e social, atingem, mais cedo ou mais tarde, aquele nível de visão interior pessoal que os impele a buscar a satisfação espiritual e o entendimento cósmico.
A religião faz por completar a elevação, desde os domínios emocionais do medo e da superstição, aos níveis elevados de sabedoria cósmica e experiência espiritual pessoal.
A educação leva à aspiração de alcançar os significados, e a cultura apreende as relações cósmicas e os valores verdadeiros.
Tais mortais em evolução são genuinamente cultos, verdadeiramente educados e primorosamente conhecedores de Deus.
(577.5) 50:5.10 7.
A era de luz e vida.
Este é o florescimento das eras sucessivas, de segurança física,
expansão intelectual, cultura social e realização espiritual.
Essas realizações humanas são agora combinadas, associadas e coordenadas em unidade cósmica e para o serviço não-egoísta.
Dentro das limitações da natureza finita e dos dons materiais, não há fronteiras estabelecidas para o alcance das possibilidades da realização evolucionária das gerações em avanço, que vivem sucessivamente nesses mundos supernos e estabelecidos do tempo e do espaço.
(577.6) 50:5.11
Depois de servirem às suas esferas, nas sucessivas dispensações da história do mundo e das épocas progressivas de avanço planetário, os Príncipes Planetários são elevados à posição de Soberanos Planetários, quando da inauguração da era de luz e vida.
6. A Cultura Planetária
(578.1) 50:6.1
O isolamento de Urântia torna impossível fazer uma apresentação dos muitos detalhes da vida e ambiente dos vossos vizinhos de Satânia.
Nestas apresentações estamos limitados pela quarentena planetária e pelo isolamento do sistema.
Devemos ser guiados por essas restrições, nos nossos esforços para esclarecer os mortais de Urântia.
Dentro do que foi permitido, porém, vós fostes instruídos sobre a seqüência do progresso de um mundo evolucionário comum, e estais capacitados a estabelecer comparações entre a carreira de um mundo assim e a condição atual de Urântia.
(578.2) 50:6.2
O desenvolvimento da civilização de Urântia não diferiu tanto do de outros mundos que suportaram o infortúnio do isolamento espiritual.
Contudo, quando comparado aos mundos leais do universo, o vosso planeta parece muito confuso e grandemente retardado em todas as fases do progresso intelectual e das realizações de alcance espiritual.
(578.3) 50:6.3
Como conseqüência das infelicitações planetárias, os urantianos ficaram impedidos de compreender mais sobre a cultura dos mundos normais.
Mas não deveríeis considerar os mundos evolucionários, mesmo os mais ideais, como esferas em que a vida seja um mar de rosas e de facilidades.
A vida inicial das raças mortais é sempre acompanhada de lutas.
O esforço e a determinação são parte essencial na conquista dos valores da sobrevivência.
(578.4) 50:6.4
A cultura pressupõe qualidade de mente; a cultura não pode ser enfatizada, a menos que a mente seja elevada.
O intelecto superior buscará uma cultura nobre e encontrará algum modo de alcançar essa meta.
As mentes inferiores irão desprezar a cultura mais elevada, mesmo que esta lhes seja apresentada já pronta.
Muito, também, depende das missões sucessivas dos Filhos divinos e da medida pela qual o esclarecimento é recebido nessas idades das suas respectivas dispensações.
(578.5) 50:6.5
Não deveríeis esquecer-vos de que, por duzentos mil anos, todos os mundos de Satânia têm permanecido banidos espiritualmente de Norlatiadeque, em conseqüência da rebelião de Lúcifer.
E serão necessárias idades e mais idades, para que haja uma correção nas limitações resultantes do pecado e da secessão.
O vosso mundo ainda continua seguindo uma carreira irregular e cheia de vicissitudes por causa de uma dupla tragédia: a rebelião de um Príncipe Planetário, e a falta dos seus Filhos Materiais.
Mesmo a auto-outorga de Cristo Michael em Urântia, de imediato,
não eliminou as conseqüências temporais dos erros tão sérios cometidos pela administração anterior deste mundo.
7. As Recompensas do Isolamento
(578.6) 50:7.1
À primeira vista, poderia parecer que Urântia e os mundos isolados semelhantes sejam por demais desafortunados por haverem sido privados da influência e presença benéficas de personalidades supra-humanas, tais como um Príncipe Planetário, um Filho e uma Filha Materiais.
Entretanto, o isolamento dessas esferas proporciona às suas raças uma oportunidade única para o exercício da fé e o desenvolvimento de uma qualidade especial de confiabilidade cósmica: uma convicção que não depende da vista nem de qualquer outro aspecto material.
Pode ser que isso, finalmente, acarrete o resultado de que as criaturas mortais provenientes dos mundos em quarentena, em conseqüência da rebelião, sejam extremamente afortunadas.
Descobrimos que a tais seres ascendentes, muito cedo, são confiadas inúmeras missões especiais de empreendimentos cósmicos, para a realização das quais uma fé inquestionável e uma confiança sublime sejam essenciais.
(579.1) 50:7.2
Em Jerusém, os seres ascendentes desses mundos isolados ocupam um setor residencial deles próprios e são conhecidos como agondonteiros; esta palavra significando criaturas evolucionárias de vontade que podem acreditar sem ver, que perseveram quando isoladas e que triunfam sobre dificuldades insuperáveis, até mesmo quando isoladas em solidão.
Esse agrupamento funcional de agondonteiros perdura em toda a ascensão do universo local e na travessia do superuniverso;
desaparece durante a permanência em Havona, mas reaparece prontamente quando do alcançar do Paraíso e perdura, em definitivo,
com os Corpos Mortais de Finalidade.
Tabamântia é uma gondonteiro com status de finalitor, havendo sobrevivido de uma das esferas em quarentena envolvidas na primeira rebelião que aconteceu nos universos do tempo e do espaço.
(579.2) 50:7.3
Durante toda a carreira até o Paraíso, um esforço é seguido da recompensa, exatamente como o resultado se segue às causas.
Tais recompensas distinguem o indivíduo da média, estabelecem um diferencial entre as experiências das criaturas e contribuem para a versatilidade da sua atuação última no corpo coletivo dos finalitores.
(579.3) 50:7.4
[Apresentado por um Filho Lanonandeque Secundário do Corpo de Reserva.]
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