segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Já postei aqui sobre a Criança Interior e sobre os Estados de Ego que todos nós apresentamos segundo a teoria de personalidade chamada Análise Transacional.
Hoje vamos aprofundar um pouco sobre a nossa parte Criança.
No post linkado já expliquei o que é a Criança interna, agora vamos ver como ela atua.
A Análise Transacional nos diz que a Criança interna ou interior se subdivide em três partes distintas:
Criança Adaptada (rebelde, submissa ou opositora)
Pequeno Professor (sensitividade e criatividade)
Criança Natural (instintos, alegria de viver, prazer)
A Criança Adaptada é um aspecto da personalidade onde foram registrados nossos sentimentos em relação às condutas de nossos pais (ou substitutos), principalmente em relação a nós, durante a primeira infância (até mais ou menos 8 anos).
É nessa fase em que somos “programados” ou como diria Pavlov,
condicionados.
A infância é um período da vida humana em que ao mesmo tempo “onde tudo parecem flores”, há brincadeiras e alegria, também há muita frustração porque os pequenos não têm entendimento cognitivo do que se passa.
Por mais inteligente que a criança seja seu cérebro não tem ainda suficientes informações para realizar as conexões necessárias ao entendimento de uma situação específica.
Isso vai acontecendo aos poucos, conforme os anos passam, até chegar à idade onde o HD interno já tem uma gama enorme de informações que podem ser linkadas entre si (a memória) permitindo então ao indivíduo ter compreensão do assunto, fazer inferências, análises, etc.
Na infância, então, o que existe são reações aos estímulos externos fundamentadas em sensações e sentimentos.
Daí ocorrerem muitas frustrações e sentimentos de rejeição e/ou abandono.
É importante ressaltar que toda criança quer e precisa do apoio e segurança que os pais proporcionam e elas também vão percebendo que nem sempre o conseguem, já que muitas vezes são repreendidas ou castigadas por algo que tenham feito.
Então os pequenos vão se adaptando ao status quo que os rodeia.
Cada um se adapta à sua maneira, mas segundo a extensa observação dos teóricos da Análise Transacional, existem três tipos bem distintos de adaptação decorrentes da própria índole da criança e do comportamento dos pais com ela.
São eles:
Criança Submissa – é aquela que faz tudo o que os pais dizem ou ordenam.
São dóceis e passivas, orientadas por medo e culpa.
Futuramente, a não ser que algo as faça mudar (psicoterapia, por exemplo) serão aqueles adultos a quem a voz popular chama de
“bunda mole”.
Criança Opositora – com esse tipo atua predominantemente o comportamento parental dúbio, ou seja, um dos pais atua com os filhos de uma forma e o outro de forma oposta.
Pode também ser uma única figura parental que tem atitudes do tipo:
“faz o que eu digo, mas não faz o que eu faço”.
Ou ainda: repreende a criança com um sorriso (mensagem dúbia que gera confusão na cabecinha da criança).
Criança Rebelde – Faz “o que lhe dá na telha”, o que quer fazer e não o que lhe mandam.
É mais saudável (psicologicamente falando) do que os outros dois tipos, pois seu comportamento é mais adequado à sua faixa etária.
Vejam um exemplo de atuação dos três tipos.
A mãe coloca em cima da mesa um bolo que acabou de tirar do forno e diz ao filho: “não mexa no bolo, é para comer mais tarde”.
A Criança Submissa atende prontamente e não o toca.
A Criança Opositora vai esperar a mãe sair da cozinha para pegar um pedaço do bolo, já a Criança Rebelde pegará um pedaço se estiver com vontade, não o fará só para contrariar a mãe.
O PEQUENO PROFESSOR seria considerado a parte adulta da Criança Interna, é o somatório de nossa criatividade, astúcia, curiosidade,
desejos de explorar, de experimentar, ou seja, de conhecer.
Esta também é aquela parte dos pequerruchos que atua captando intuitiva ou empaticamente as emoções e atitudes dos adultos, o que substituí, provavelmente, sua falta de entendimento cognitivo.
A CRIANÇA NATURAL é o primeiro nível que aparece logo após o nascimento.
É a nossa parte instintiva ou animal, a constituição genética herdada.
É a alegria, o prazer puro e simples, a diversão como também pode ser o choro, a raiva e a agressividade.
Essa é a parte responsável pelo mecanismo de enfrentamento ou fuga em situações de perigo.
Que fique bem claro que estas partes do ego agem na infância, mas também vão continuar agindo durante toda a vida do indivíduo, seja de forma sadia, psicologicamente, ou não.
Quando interagimos como os demais podemos usar um dos nossos Estados de Ego, dois ou mesmo os três (Pai, Adulto e Criança) por isso é que são tão complicadas as relações humanas. Rsrs
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