sexta-feira,
9 de março de 2012
O DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL E SUA FUNÇÃO
"Se eu não
sentisse , não sofreria.”
A maioria
das pessoas está se esforçando ao máximo para não sentir , tendo a crença
errônea de que assim podem evitar a infelicidade.
Já não lhe passou coisa semelhante pela
cabeça?
Achamos que
se trata apenas de um pensamento , mas esse desejo tem sua conseqüência: o entorpecimento de nossa capacidade de
sentir.
Entretanto ,
a repressão dos sentimentos não diminui o sofrimento ; pelo contrário , ela o
aumenta.
Os
sentimentos precisam de espaço para se desenvolver ,
exatamente
como acontece com nosso corpo e nossa mente ,
para que
possamos alcançar um estado emocional mais elevado em que tenhamos coragem de
amar.
Para que
vocês possam se conhecer profundamente , é cada vez mais necessário deixar que
todas as emoções cheguem à plena consciência ; aí , elas poderão ser
compreendidas e terão condições de amadurecer.
A maioria de
vocês aqui presentes resiste muito a deixar que isso aconteça.
Vocês não
têm consciência dos obstáculos que colocam no caminho do seu próprio
desenvolvimento.
Por isso , é
importante e necessário que nós discorramos sobre o mecanismo da resistência.
Em primeiro
lugar , sejamos claros sobre a unidade da personalidade humana.
Os seres
humanos que vivem harmoniosamente desenvolveram os aspectos físico , mental e
emocional de sua natureza.
Devem essas
três esferas funcionar em harmonia uma com a outra , cada uma auxiliando a
outra , em vez de uma faculdade dominar a outra.
Se uma
função é pouco desenvolvida , ela provoca uma desarmonia na estrutura humana ,
e também mutila a personalidade toda.
Procuremos
compreender agora o que faz com que os seres humanos negligenciem , reprimam e
mutilem o desenvolvimento de sua natureza emocional.
Esse
desleixo é universal.
A maioria
dos seres humanos dedica sua maior atenção principalmente ao eu físico , faz
mais ou menos o que é necessário para desenvolvê-lo e mantê-lo sadio.
Uma boa
porção da humanidade cultiva o aspecto mental.
Para fazer
isso , as pessoas aprendem , usam o cérebro e sua capacidade de pensamento ;
absorvem conteúdos , treinam a memória e o raciocínio lógico.
Tudo isso
amplia o desenvolvimento mental.
Mas , por que , em geral , a natureza
emocional é esquecida? Existem
boas razões para isso.
Para maior
clareza , procuremos antes entender a função da natureza emocional nos seres
humanos.
Antes de
mais nada , ela inclui a capacidade de sentir.
A capacidade
de experimentar sentimentos é sinônimo de capacidade de dar e receber
felicidade.
Na proporção
em que você recua diante de qualquer espécie de experiência emocional , nessa
mesma medida você também tranca a porta à experiência de felicidade.
Além disso ,
o lado emocional de sua natureza , quando em funcionamento , possui habilidade
criadora.
Na medida em
que você se fecha para a experiência emocional ,
nessa mesma
proporção a potencialidade plena de sua habilidade criadora é tolhida em sua
manifestação.
Contrariamente
ao que muitos de vocês acreditam , o desenvolvimento da habilidade criadora não
é um mero processo mental.
Na verdade ,
o intelecto tem muito menos a ver com ela do que possa parecer à primeira vista
, apesar do fato de que há também necessidade de destreza técnica para dar ao
fluxo criador expressão plena.
O
desdobramento criador é um processo intuitivo.
Não é
preciso dizer que a intuição funciona somente na medida em que sua vida
emocional é forte , saudável e madura.
Portanto ,
seus poderes intuitivos serão tolhidos se você negligenciar o desenvolvimento
emocional e se se desmotivar a experimentar o mundo do sentimento.
Por que , no seu mundo atual , é dada tanta
ênfase ao desenvolvimento físico e mental e um quase desprezo evidente ao
desenvolvimento emocional?
Várias
explicações de caráter geral poderiam ser adiantadas ,
mas prefiro
ir imediatamente à raiz do problema.
O ENTORPECIMENTO DOS SENTIMENTOS PARA
EVITAR A INFELICIDADE
No mundo do
sentimento , você vivencia o bom e o mau , a felicidade e a infelicidade , o
prazer e a dor. Ao invés de apenas registrar tais impressões mentalmente , a
experiência emocional realmente o afeta
Visto que
sua luta é em primeiro lugar pela felicidade , e visto que as emoções imaturas
conduzem à infelicidade , seu objetivo secundário é evitar a infelicidade.
Toda criança
vivencia circunstâncias infelizes ; o sofrimento e o desapontamento são comuns.
Isto cria ,
já nos primeiros anos de vida , a seguinte conclusão ,
das mais
inconscientes:
“Se eu não
sentir , não serei infeliz.”
Em outras
palavras , em vez de dar o passo corajoso e apropriado de viver as emoções
negativas e imaturas para que tenham a oportunidade de se desenvolverem e de se
tornarem maduras e construtivas , as emoções infantis são reprimidas , postas
fora de foco da consciência e enterradas , e assim permanecem inadequadas e
destrutivas , muito embora a pessoa fique inconsciente de sua existência.
Embora seja
verdade que você possa anestesiar sua capacidade para a experiência emocional ,
e portanto não possa sentir sofrimento imediato , é também verdade que você
embota sua capacidade para a felicidade e para o prazer enquanto não evita
realmente a infelicidade temida.
A
infelicidade que você parece evitar lhe chegará de um modo diferente e muito
mais doloroso , embora indireto.
O desgosto
amargo do isolamento , da solidão , do sentimento corroedor de ter passado pela
vida sem experimentar suas alturas e suas profundidades , sem ter-se
desenvolvido ao máximo e o melhor que pudesse , é o resultado de uma solução
errada dessas.
O uso dessas
táticas evasivas não permite que você viva a vida na sua plenitude.
Ao recusar o
sofrimento , você se distancia da felicidade e , mais do que isso , você foge
da experiência.
Num momento
ou outro – e pode acontecer que você jamais se lembre da declaração consciente
de intenção – você se afastou do viver , do amar e do experimentar – de tudo o
que torna a vida rica e recompensadora.
O resultado
é que seus poderes intuitivos ficam amortecidos juntamente com suas faculdades
criadoras.
Você apenas
funciona com uma fração do seu potencial.
O dano que
infligiu a você mesmo com esta pseudo-solução e que continua a infligir-se
enquanto fica preso a ela é tal que impede sua compreensão e avaliação no
momento presente.
O ISOLAMENTO
Visto que
foi com essa tática que você começou sua defesa contra a infelicidade , é
compreensível que , inconscientemente,
você lute
com unhas e dentes contra a renúncia ao que lhe parece proteção vital.
Você não se
dá conta de que não apenas desperdiça a riqueza da vida , os dons da vida , seu
próprio potencial pleno , mas também que não evita de fato a infelicidade.
Você não
escolheu este isolamento doloroso espontaneamente e por isso ele não é aceito
como um preço a ser pago.
Antes ,
surgiu como um subproduto necessário de sua pseudo-solução , e com este
mecanismo de defesa em operação a criança em você espera e luta para receber o
que não pode absolutamente receber.
Em outras
palavras , em algum lugar no seu íntimo , você espera e acredita que é possível
pertencer e ser amado enquanto embota seu mundo de sentimento num estado de
entorpecimento e proíbe assim a você mesmo de amar verdadeiramente os outros.
Sim , você
pode precisar dos outros e essa necessidade pode apresentar-se-lhe como amor ,
mas agora você sabe que não é a mesma coisa.
Em seu
interior , você espera e acredita que é possível unir-se aos outros ,
comunicar-se com o mundo ao seu redor de um modo compensador e prazeroso ,
enquanto constrói um muro de falsa proteção contra o impacto da experiência
emocional.
Se não
consegue deixar de sentir , e quando não consegue , você se ocupa em ocultar
tais sentimentos de você mesmo e dos outros.
Como você
pode receber aquilo que deseja – amor , o sentido de fazer parte , a
comunicação – se não sente nem expressa os vislumbres
ocasionais de sentimentos pelos quais ainda luta a parte saudável de você ?
Você não
pode obter isso pela utilização de ambas as alternativas , embora a criança em
você não aceite isso.
Visto que se
“protege” dessa maneira tola , você se isola , o
que significa que se expõe muito mais àquilo que se esforça por evitar.
Assim , você
perde duplamente: não evita
o que teme – não verdadeiramente e em última instância – e perde tudo o que
poderia ter se não fugisse da experiência do viver. Pois viver e sentir são uma
só coisa.
O amor e a
realização a que deve aspirar sempre mais fazem com que você acuse os outros ,
as circunstâncias , o destino , ou a má sorte , em vez de fazê-lo ver como você
é responsável por isso.
Você resiste
a essa percepção intuitiva porque pressente que ao dar-se conta do fato , você
terá de mudar , não podendo mais apegar-se à esperança confortável , mas
irrealizável , de que pode ter o que quer sem preencher as condições
necessárias de oferecê-la.
Como pode oferecê-la , se não tem o desejo e
a capacidade de sentir tanto quanto pode sentir?
Perceba que
foi você que provocou esse estado de não-realização , e é você que pode mudar a
situação ,
independentemente
de sua idade física.
A NECESSIDADE DE EXERCITAR AS EMOÇÕES
Outro motivo
para apelar a esta pseudo-solução fracassada é o seguinte: como em tudo o mais , o sentimento e a
expressão emocional podem ser maduros e construtivos ou imaturos e destrutivos.
Como criança
, você tinha um corpo e uma mente imaturos , e portanto , muito naturalmente ,
uma estrutura emocional imatura.
Muitos deram
ao corpo e à mente a possibilidade de evoluírem da imaturidade e alcançaram uma
certa maturidade física e mental.
Daremos um
exemplo no nível físico: um
bebê sentirá um forte impulso para usar suas cordas vocais.
Ele tem um
instinto com a função de promover o desenvolvimento de certa matéria orgânica
através do uso repetido das cordas vocais.
Não é nada
agradável ouvir um bebê gritar , mas este período de transição tem como
resultado a formação de órgãos saudáveis ,
sob este
aspecto específico.
Para o bebê
, não passar por este período desagradável ,
reprimindo o
impulso instintivo de berrar , seria prejudicial e causaria o enfraquecimento
desses órgãos.
O impulso
para ter satisfação com um exercício físico exigente tem a mesma função.
Tudo isto é
parte de um processo de desenvolvimento. Interromper este processo de
desenvolvimento com a desculpa de que há perigo no exercício excessivo seria
tolice e até acarretaria danos.
E , todavia
, é isso que acontece com seu eu emocional.
Você
interrompe seu funcionamento porque considera o período transicional de desenvolvimento
tão perigoso que chega a interromper o próprio desenvolvimento.
A
conseqüência desse raciocínio é que você não só reduz os excessos , mas também
bloqueia todo funcionamento transitório que por si só pode levar a emoções
maduras e construtivas.
Por ser este
o caso que até certo ponto acontece com todos , o período de desenvolvimento de
experiência e maturação deve acontecer agora.
Quando seus
processos mentais amadurecerem , você também deve passar por períodos de
transição.
Você não
apenas aprende ; está fadado a também cometer erros.
Em seus anos
de adolescência , com freqüência você mantinha opiniões que mais tarde foi
abandonando.
Com o tempo
, você começa a perceber que aqueles pontos de vista não eram tão “certos” quanto pareciam , e vê aspectos que anteriormente o confundiam.
Entretanto ,
foi-lhe muito benéfico passar por esses períodos de erro.
Como você poderia avaliar a verdade se não
tivesse passado pelo erro?
Você jamais
pode chegar à verdade evitando o erro.
O erro
reforça suas faculdades mentais , sua lógica , e também sua amplitude e poder
de dedução.
Sem poder
cometer erros em seu pensamento ou em suas opiniões , suas faculdades mentais
não poderiam desenvolver-se.
Por estranho
que pareça , a natureza humana apresenta muito menos resistência aos
sofrimentos necessários ao desenvolvimento dos aspectos físico e mental da
personalidade do que ao desenvolvimento da natureza emocional.
Dificilmente
alguém admite que as dores do desenvolvimento emocional também são necessárias
, e que são construtivas e benéficas.
Sem pensar
conscientemente sobre isso nesses termos , você acredita que o processo de
desenvolvimento emocional deveria se realizar sem sofrimentos crescentes.
Na maioria
das vezes ignora-se completamente a existência dessa área , sem falar da sua
necessidade de desenvolvimento ; e você desconhece também como esse
desenvolvimento deve realizar-se.
Você que
está ciente neste caminho deve começar a compreender isto.
Se o fizer ,
sua insistência em permanecer amortecido e embotado irá por fim ceder e você
não mais objetará passar por um período de desenvolvimento agora.
O AFLORAMENTO DOS SENTIMENTOS IMATUROS
Nesse
período de crescimento , as emoções imaturas devem expressar-se.
É somente na
medida que puderem expressar-se , para que se possa compreender o significado
delas , que você finalmente chegará ao ponto em que não precisará mais de tais
emoções imaturas.
Isto não
acontecerá ao ponto em que não precisará mais de tais emoções imaturas.
Isto não
acontecerá através de um processo de vontade , de uma decisão mental exterior
que reprime o que ainda é parte de seu ser emocional em que os sentimentos
mudarão naturalmente sua direção , seu objetivo , sua intensidade e sua
natureza.
Isto , porém
, só poderá ser feito se você vivenciar suas emoções como existem em você agora.
Como criança
, quando alguém magoava você , suas reações eram de raiva , ressentimento ,
ódio – e às vezes de grande intensidade.
Se você
dificulta a si mesmo vivenciar conscientemente essas emoções , você não se
livrará delas ; você não deixará que as emoções maduras e saudáveis as
substituam , mas simplesmente reprimirá os sentimentos existentes.
Você os
enterrará e enganará a si mesmo afirmando que não sente o que realmente ainda
sente.
Por embotar
sua capacidade de sentir , você se torna inconsciente do que existe sob a
superfície.
Então você
sobrepõe sentimentos que pensa que deveria ter mas que de fato e
verdadeiramente não tem.
Algumas mais
, outras menos , todas as pessoas lidam com sentimentos que não são
verdadeiramente seus , com sentimentos que pensam que deveriam ter mas que não
têm.
Na camada
subjacente , algo inteiramente diferente está acontecendo.
Somente em
momentos de crise extrema esses sentimentos reais chegam à superfície.
Então você acredita
que foi a crise que causou essas reações em você.
Não: a crise reativou as emoções ainda
imaturas.
Estamos
diante do efeito da imaturidade emocional escondida e também da auto-ilusão
existente.
O fato de
você afastar da sua visão as emoções em estado ainda não lapidado , destrutivas
e imaturas , em vez de desenvolver-se a partir delas e de iludir-se acreditando
ser uma pessoa muito mais integrada e madura do que realmente é , não é apenas
uma auto-ilusão , mas é também um fato que o leva a um isolamento ainda mais
profundo , à infelicidade , à alienação de si mesmo e a padrões de insucesso e
fracasso que você repete sempre de novo.
A
conseqüência de tudo isso parece confirmar sua pseudo-solução , seu mecanismo
de defesa , mas essa é uma conclusão bastante enganosa.
As emoções
imaturas fizeram com que , quando criança , você fosse castigado ; ou lhe
causaram sofrimento ou ainda produziram um resultado indesejado quando as
expressava.
Você perdeu
algo que queria , como a afeição de certas pessoas , ou um objetivo desejado se
tornou inatingível quando você expressou o que realmente sentia.
Isso então
se tornou um motivo a mais para obstaculizar a sua auto-expressão.
Consequentemente
, à medida que percebia que essa emoções eram indesejáveis , você continuou a
afastá-las de sua própria visão.
Você achou
necessário tornar essa atitude porque não queria ser magoado , não queria viver
o sofrimento de se sentir infeliz.
Você também
considerou necessário reprimir emoções existentes porque a expressão do negativo
produzia um resultado indesejado.
Você poderia
dizer que pelo fato de esta última afirmação ser verdadeira , seu procedimento
portanto é válido , necessário e auto reservador.
Você dirá
corretamente que , se manifestar suas emoções negativas , o mundo o castigará ,
de um modo ou de outro.
Sim , isso é
verdade.
As emoções
imaturas são na verdade destrutivas e lhe trarão desvantagens.
Mas seu erro
está no pensamento consciente ou inconsciente de que dar-se conta do que você
sente e expressá-lo em ação constituem uma só e mesma coisa.
Você não
pode discriminar entre os dois cursos de ação.
E também não
pode discriminar entre uma meta construtiva
– para o que
é necessário expressar e falar sobre o que sente , no lugar certo , com as
pessoas certas – e a destrutividade de negligentemente perder todo controle ,
de não escolher a meta correta , o lugar correto e as pessoas certas , de não
querer empregar tal expressão que lhe proporcionaria uma percepção intuitiva
com relação a si mesmo.
Se você
deixar que aconteça simplesmente porque não tem disciplina , ou uma meta , e
expressa suas emoções negativas ,
isto é de
fato destrutivo.
Procure
distinguir entre metas construtivas e metas destrutivas ,
tente
perceber o propósito de expor suas emoções , e então desenvolva a coragem e a
humildade de permitir-se estar consciente do que realmente sente e de
expressá-lo quando é significativo.
Se fizer
isso , você verá a enorme diferença entre meramente deixar que emoções imaturas
e destrutivas aflorem para aliviá-lo da pressão e dar-lhes uma saída sem meta
ou significado , e a atividade intencional de experimentar novamente todos os
sentimentos que uma vez existiam em você e que ainda existem. O que não foi
assimilado adequadamente na experiência emocional , mas em vez disso foi
reprimido , será constantemente reativado pelas situações presentes.
De um modo
ou de outro , essas situações lhe trazem à memória a “solução” original que causou essa experiência não assimilada.
Tal
lembrança pode não ser fatual.
Pode ser um
clima emocional , uma associação simbólica que se abriga exclusivamente no
subconsciente.
À medida que
aprender a tornar-se consciente do que realmente está acontecendo em você ,
também perceberá tais lembranças.
Com isto
pode manifestar-se a percepção de que muitas vezes você realmente sente o
oposto do que se força a sentir.
COMO ATIVAR O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
Na proporção
em que os primeiros passos experimentais são dados no sentido de tornar-se
consciente do que sente e de expressar isso de uma maneira direta , sem
justificativas e desculpas , você chegará a uma compreensão de si mesmo como
nunca conseguira antes.
Você notará
o processo de desenvolvimento em funcionamento , pois está engajado ativamente
nele com o seu eu mais profundo e não apenas com gestos externos.
Você
compreenderá não só o que provocou muito desses resultados indesejáveis , mas
também como é possível mudá-los.
Compreender
a interação entre você e os outros lhe mostrará como seu padrão inconsciente
distorcido afetou as outras pessoas de modo exatamente oposto ao que você
desejava inicialmente.
Isto lhe
dará uma compreensão interior do processo de comunicação.
Este é o
único meio pelo qual as emoções podem amadurecer.
Passando
pela fase que não recebeu atenção na infância e na adolescência , as emoções
amadurecerão e você não precisará mais temer a força daquelas emoções que não
pode controlar através da tática de deslocá-las do foco da consciência .
Você será
capaz de confiar nelas , e de se deixar guiar por elas – porque esta é a meta
final da pessoa madura e saudável.
Eu poderia
dizer que , até certo ponto , isto aconteceu com vocês todos. Há ocasiões em
que você se deixa orientar por sua intuição.
Mas isto
acontece mais como exceção do que como regra.
Não pode
acontecer como regra enquanto suas emoções permanecem destrutivas e infantis ;
elas não são confiáveis nesse estado.
Pelo fato de
desencorajar o desenvolvimento delas , você vive apenas por suas faculdades
mentais – e essas são secundárias em termos de eficiência.
Quando
emoções saudáveis tornam sua instituição confiável ,
haverá uma
harmonia mútua entre as faculdades mental e emocional.
Uma não
estará em contradição com relação à outra. Enquanto não puder contar com seus
processos intuitivos , você estará inseguro e desprovido de autoconfiança.
Você procura
compensar isso contando com outros , ou através de uma religião falsa.
Assim você
se torna fraco e desamparado.
Mas se tiver
emoções fortes e maduras , você confiará em si mesmo e devido a isso encontrará
uma segurança que nem sonhava que existisse.
Depois da
primeira liberação dolorosa de emoções negativas ,
você
encontrará um certo alívio ao constatar que material venenoso foi expulso de
seu sistema de um modo que não foi destrutivo para você nem para os outros.
Depois de
obter essa nova intuição e compreensão , novas emoções ardentes e agradáveis
brotarão de você.
Essas mesmas
emoções não podiam expressar-se antes ,
enquanto as
emoções negativas eram mantidas sob controle. Você aprenderá também e
distinguir entre os bons sentimentos verdadeiros e os bons sentimentos falsos
que você sobrepõe movido pela necessidade de manter na sua auto-imagem
idealizada.
“É assim que eu
deveria ser“.
Por
apegar-se a esta auto-imagem idealizada , você não consegue encontrar seu verdadeiro
eu e não tem a coragem de aceitar que uma área bastante extensa de sua
personalidade ainda é infantil , incompleta e imperfeita.
O QUE É A SEGURANÇA VERDADEIRA ?
Reconhecer
isso é o primeiro passo necessário para eliminar seus processos destrutivos e
para construir um eu realmente sólido que permaneça sobre terreno firme.
Porque é
somente nas emoções maduras , na coragem de tornar possível esta maturidade e
desenvolvimento , que você obterá a segurança interior que tão ardentemente
busca em outros lugares.
Assim ,
construa sua segurança verdadeira.
Você não tem
nada a temer por tornar-se consciente do que já está em você.
Desviar-se
do que é não faz com que deixe de existir.
Portanto é
sábio de sua parte querer observar , encarar e reconhecer o que está em você –
nada mais , nada menos !
É
extremamente tolo acreditar que lhe será mais prejudicial conhecer do que não
conhecer o que você é e sente.
Entretanto ,
até certo ponto , é exatamente isso que todos fazem.
Esta é a
natureza de sua resistência a aceitar e a encarar a si mesmo.
É somente depois de que você se defronta com o
que está em você que seu intelecto bem mais amadurecido será capaz de tomar a
decisão quanto a esses padrões de comportamento interior são dignos de ser
mantidos ou não.
Você não é
forçado a renunciar ao que lhe parece uma proteção ,
mas
observe-o com os olhos abertos e lúcidos da verdade. Isso é tudo que lhe
pedimos que faça.
Nada há a
temer dessa atitude.
Agora ,
consideremos este assunto à luz da espiritualidade.
Todos vocês
vieram com a idéia de desenvolver-se espiritualmente.
Nós
poderíamos dizer que mais ou menos todos vocês esperam alcançar esse objetivo
sem dar atenção ao seu desenvolvimento emocional.
Vocês querem
acreditar que uma coisa é possível sem a outra .
Desnecessário
dizer , está é uma impossibilidade total.
Mais cedo ou
mais tarde , todos terão de tornar a decisão quanto a se realmente desejam o
desenvolvimento emocional ou se ainda querem ater-se à esperança infantil de
que o desenvolvimento espiritual é possível negligenciando o mundo do
sentimento e deixando-o adormecido sem lhe dar a oportunidade de crescer.
Examinemos
isso por um momento.
SE OS SENTIMENTOS SÃO TOLHIDOS , A AMOR
NÃO PODE CRESCER
Não
considerando a religião , a filosofia ou a doutrina que sigam ,
todos vocês
sabem que o amor é a primeira e a maior de todas as forças.
Em última
análise , é a força única.
A maioria de
vocês utilizou esta máxima muitas vezes ;
gostaríamos
, porém , de saber , se sabiam que estavam usando palavras vazias , sempre se
desviando do sentimento , da reação e da experiência.
A verdade é esta : como você pode amar se
não se permite sentir ?
Como
você pode amar e ao mesmo tempo continuar sendo o que decide chamar de “
desapegado ”?
Isso
significa permanecer não envolvido pessoalmente , não arriscando o sofrimento ,
a decepção e o envolvimento pessoal.
Você pode amar de modo tão cômodo?
Se você deixar dormente a sua faculdade de
sentir , como pode verdadeiramente experimentar o amor?
O amor é um processo intelectual?
É o amor um questão tíbia de leis , palavras
, letras , regulamentos e regras sobre os quais você fala?
Ou é o amor um sentimento que brota do fundo
da alma , um ardor de impacto que flui e que não pode deixá-lo indiferente e
intocado?
Não é ele , antes de mais nada , um sentimento
, e não só depois que o sentimento , é plenamente vivenciado e expresso que
dele resultará a sabedoria , e talvez mesmo a percepção intuitiva
– como um subproduto, por assim dizer?
Como você
espera chegar à espiritualidade – e espiritualidade e amor são uma só coisa –
não dando atenção a seus processos emocionais?
Pense nisso.
Comece por
observar como você se retrai , esperando por uma espiritualidade confortável
que prescinda de seu envolvimento pessoal com o mundo dos sentimentos.
Depois de
ver isto com clareza , você compreenderá como essa atitude é irracional.
Suas
racionalizações conscientes ou inconscientes em ainda negar a percepção e a
expressão de suas emoções , embora no momento ainda sejam bastante destrutivas
, assumirão uma luz diferente a seus próprios olhos.
Você
observará sua resistência a fazer o que é tão necessário com um pouco mais de
compreensão e verdade.
Qualquer
desenvolvimento espiritual será uma farsa se você negar esta parte de seu ser.
Se você não
tiver a coragem de deixar que o negativo em você aflore à superfície de sua
consciência , como poderão emoções saudáveis e fortes
preencher seu ser?
Se você não puder lidar com o negativo porque
ele se encontra fora de sua consciência , esse mesmo elemento negativo se
interporá no caminho do positivo.
Você que
agora segue este caminho e faz o que é tão necessário irá inicialmente
experimentar uma avalanche de sentimentos negativos.
Mas depois
que esses tiverem sido adequadamente compreendidos e tiverem amadurecido ,
sentimentos construtivos desenvolver-se-ão.
Você sentirá
o ardor , a compaixão e o envolvimento bom como nunca imaginou ser possível.
Não se
sentirá mais isolado.
Começará a
relacionar-se com os outros na verdade e na realidade , não na falsidade e no
auto-engano.
Quando isto
acontecer , uma nova segurança e respeito por você mesmo se tornará parte de
você.
Você
começará a confiar e a gostar de si mesmo.
Poderia se perguntar se é possível ter fé no
Criador e no amor sem maturidade emocional?
É impossível
, se por amor entendemos o amor verdadeiro , a disposição de envolver-se
pessoalmente , e não a necessidade infantil de ser amado e afagado que tantas
vezes confundimos com amor.
A maturidade emocional é a base necessária
para que o amor e a fé verdadeiros existam.
Amor , fé e
imaturidade emocional são mutuamente excludentes.
A capacidade
de amar é conseqüência direta da maturidade e do desenvolvimento emocional.
A verdadeira
fé no Criador , no sentido da religião verdadeira em oposição à religião falsa
, é de novo uma questão de maturidade emocional porque a verdadeira religião é
auto-dependente.
Ela não se
agarra a um pai-autoridade devido à necessidade de ser protegida.
A fé e o
amor falsos sempre carregam a forte conotação emocional de necessidade.
O amor e a
fé verdadeiros derivam da força , da autoconfiança e da responsabilidade
pessoal.
Essas são
atributos da maturidade emocional.
E somente
com força , autoconfiança e responsabilidade pessoal é que o amor , o
envolvimento e a fé verdadeiros são possíveis.
Quem quer
que tenha alcançado o desenvolvimento espiritual ,
conhecido ou
desconhecido na história , teve necessidade da maturidade emocional.
Outra
pergunta: Se alguém que
esteja fazendo esse trabalho descobre emoções turbulentas que remontam à
infância , como é possível controlá-las , substituí-las e deixar que se
desintegrem sem que a pessoa que ajuda neste trabalho esteja presente?
No momento ,
digamos duas vezes por mês , quando temos a oportunidade de expressá-las na
presença de um assistente ,
podemos não
sentir tais emoções , ao passo que as sentimos muito fortes em outras ocasiões.
Se alguém estiver sozinho , qual é a maneira
correta de controlar essas emoções no momento em que se manifestam?
Em primeiro
lugar , é significativo saber se as emoções somente surgem quando a pessoa não
está fazendo este trabalho ativamente com o assim chamado assistente.
Só isso
basta para indicar uma forte resistência.
Esse é o
resultado longo e prolongado da repressão.
Devido a essa
repressão , as emoções que brotam em primeiro lugar aparecerão em momentos
inoportunos e serão tão fortes que podem confundir a pessoa.
Mas depois
de um tempo relativamente curto , com a vontade interior verdadeiramente
determinada a encarar o eu em sua totalidade , as emoções destrutivas não
apenas começarão a aparecer em ocasiões adequadas e no lugar adequado , mas
também você será capaz de controlá-las com um resultado significativo.
O estado de
resistência aponta para o fato de que a luta e o ódio interiores ainda existem
juntamente com o desejo infantil de que conflitos manifestos devam ser
resolvidos enquanto o mecanismo de defesa básico é mantido intocado.
Se as
emoções destrutivas o dominam , em vez de você ser capaz de dominá-las sem
repressão , o que temos é
uma forma de explosão de temperamento em que a psique diz:
“Veja , foi você
que me forçou a fazer isso ; veja agora para onde isso leva”.
Se essas
emoções sutis e ocultas podem ser detectadas , isso diminuirá o risco de que
emoções negativas adquiram uma força que a personalidade não consiga controlar.
Em segundo
lugar , é importante que você não se sinta culpado pela existência de tais
emoções , as quais provavelmente são incompatíveis com a imagem que você faz de
si mesmo.
Se aprender
a aceitar sua realidade em vez de sua auto-imagem distorcida , a força das
emoções negativas se reduzirá.
Sim , sem dúvida , você experimentará emoções
negativas , mas não terá
medo de que possam levá-lo a perder o auto-controle.
Deixe-nos
colocar deste modo : o
forte impacto das emoções negativas , a ponto de você considerar-se incapaz de
controlá-las , é devido não tanto à existência em si dessas emoções mas à falta
de aceitação do fato de que você não é o seu eu idealizado.
As emoções
negativas em si seriam muito menos perturbadoras se você não se apegasse ao eu
idealizado ao mesmo tempo que luta para renunciar a ele.
Depois de
aceitar-se como é , e depois de tomar a decisão interior de abandonar a ilusão
com relação a si mesmo , você se sentirá muito mais à vontade.
Você se
sentirá capaz de vivenciar emoções negativas de modo a favorecer o seu
desenvolvimento.
Você obterá
delas inspiração , mesmo estando sozinho no momento.
Além disso ,
as emoções surgirão durante sessões de trabalho e proporcionarão percepção
intuitiva ainda maior se forem expressas e trabalhadas.
Assim , não
podemos dar-lhes um conjunto de regras.
Podemos
apenas indicar o motivo que está por trás dessa manifestação.
Se você
realmente o entender , se desejar compreendê-lo , e se a partir daí você for
para a frente , isso o ajudará muito.
Naturalmente
, esta advertência é dirigida a todos.
Outra
pergunta: Isso significa
que as emoções em si não são perigosas , mas que é a decepção com nós
mesmos que as torna -tão poderosas ou perigosas?
Sim ,
exatamente.
Mas elas não
precisam ser perigosas se você não quiser que sejam.
Se a raiva
interior não for compreendida adequadamente e liberada de modo construtivo ,
como você aprende neste caminho , o que se pode chamar de explosão de
temperamento acontece e a criança em você exagera , destruindo os outros e o
próprio eu.
Encontre a
criança que quer eliminar e então você terá condições de controlar emoções
negativas em curso sem reprimi-las , mas expressando-as construtivamente e
aprendendo delas.
Descubra a
área em que se ressente por não ter tido atenção ,
por não ter
recebido o que queria.
Uma vez
consciente do motivo de toda essa raiva , você será capaz de rir de você mesmo
porque recebe as exigências absurdas da criança em você.
É este o
trabalho que precisa ser feito nesta fase específica.
Este é um
marco crucial e decisivo em seu caminho.
Depois de
superar essa fase difícil , o trabalho prosseguirá com muito mais facilidade.
Sempre que
tiver medo de perder o controle , aconselhamos-lhes a lembrar-se da imagem que
tem de si mesmo , do que acha que deveria ser , em oposição às emoções que
realmente se manifestam.
No momento
em que vir essa discrepância , você não se sentirá mais ameaçado pelas emoções
negativas.
Você será
capaz de controlá-las. Este é o melhor conselho que lhes podemos dar a este
respeito
Descubra em você o momento que sente ódio do
mundo por não lhe permitir ser a sua auto-imagem idealizada , onde você sente
que ele o impede de ser o que poderia ser sem a sua interferência.
Uma vez
consciente dessas reações emocionais , você dará novamente um grande passo à
frente.
Veja, sua
confusão é que você pensa que o mal provém da existência das emoções negativas
em si.
Mas não é
isso.
Ele provém
da não-aceitação do seu verdadeiro eu , da culpa que você lança no mundo por
não lhe permitir ser o que sente que poderia ser ele o permitisse.
Esta é a
natureza de tais emoções fortes e poderosas , e elas podem pô-lo em perigo
somente na medida em que você permanecer inconsciente de sua natureza.
Portanto ,
procure seu significado.
Procure sua
verdadeira mensagem e você jamais terá algo a temer.
Que possam
todos vocês obter maior força e maior sabedoria para conduzir sua vida e seu
desenvolvimento interior de modo e não permanecerem estagnados.
Porque essa
é a única coisa que dá sentido à vida – desenvolvimento contínuo.
Quanto
melhor você realizar isto , mais estará em paz com você mesmo.
Bênçãos com
toda força , amor e ardor são dadas a vocês. Sejam abençoados.
Estejam em
paz e fiquem com o Criador.
SHAUMBRA e
NAMASTÊ !!!
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