QUARTA-FEIRA, 25 DE ABRIL DE 2012
Estranhos Raios Cósmicos estão atingindo a Terra nos céus do
Hemisfério sul
FONTE: http://www.newscientist.com/article/dn20436-strange-cosmic-ray-hotspots-stalk-southern-skies.html
Por Anil
Ananthaswamy
Os raios
cósmicos que estão colidindo com a Terra sobre o Pólo Sul parecem estar vindo
de locais específicos do espaço, ao invés de serem distribuídos uniformemente
no céu.
Raios
cósmicos similares foram vistos nos céus do norte também,
ainda não
sabemos de nenhuma fonte próxima o suficiente na galáxia para produzir este
padrão de energia cósmica.
"Nós não
sabemos de (a fonte) onde eles estão vindo", diz Stefan Westerhoff da Universidade
de Wisconsin-Madison.
Westerhoff e
seus colegas usaram o Observatório de Neutrinos Ice Cube localizado no Pólo Sul
para criar o mapa mais completo até a presente data da direção de chegada dos
raios cósmicos nos céus do hemisfério sul.
O
Observatório Ice Cube detecta múons produzidos por neutrinos atacando o gelo,
mas também detecta múons criados por raios cósmicos que atingem a atmosfera
terrestre.
Estes múons
podem ser usados para se descobrir a direção de onde provêm os raios de
partículas cósmicas original.
Observatório de
Neutrinos Ice Cube localizado no Pólo Sul
Bom mistério
Entre maio
de 2009 e maio de 2010, o
observatório IceCube detectou 32 bilhões de Múons dos raios cósmicos, com
energia média de cerca de 20 tera eléctron-volts (TeV).
Esses múons
revelam, com altíssima significância estatística, um céu com algumas regiões do
sul com excesso de raios cósmicos ("lugares quentes") e outros com um déficit de raios cósmicos ("lugares frios").
Nos últimos
dois anos, um padrão semelhante de raios cósmicos foi visto nos céus do
hemisfério norte pelo Observatório Milagro de Los Alamos, Novo México, e o
Observatório Tibet Air
Shower Array em Yangbajain.
"É
interessante que o padrão pode ser combinado entre [esses experimentos], pelo menos qualitativamente.
Eles têm
técnicas muito diferentes e efeitos sistemáticos", diz o físico em raios
cósmicos Paul Sommers, da Universidade Estadual da Pennsylvania em University
Park.
"Eu
considero esses locais “quentes”
(onde há abundância de
raios cósmicos) como um bom
mistério."
É um
mistério porque os pontos de origem desses raios cósmicos deveriam ser
produzidos dentro da distância de cerca de 0,03 anos-luz da Terra, isso é muito
perto em termos galácticos.
Com pontos
de origem mais distantes, os campos magnéticos galácticos devem desviar as
partículas de tal forma que os hotspots estariam espalhados por todo o céu.
Mas nenhuma
dessas fontes que emitem os raios cósmicos são conhecidas.
Funil Cósmico
Um dos
pontos de origem visto pelo observatório IceCube fica na direção do
remanescente da explosão de uma supernova, na Constelação de Vela, uma possível
fonte de raios cósmicos, mas esta a quase 1000 anos-luz de distância da Terra.
Os raios
cósmicos provenientes de tais grandes distâncias devem ser constantemente
atacadas e desviados por campos magnéticos galácticos em sua rota, e devem,
assim, perderem toda a direção no momento em que chegam à Terra.
Em outras
palavras, com raios cósmicos vindos de fonte de longa distância parecem vir de
todas as partes do céu.
E não é isso
que tem sido observado.
O
Observatório de Milagro também viu pontos que parecem vir de fontes distantes
serem implausível.
Como
explicação, Felix Aharonian do Instituto de Estudos Avançados de Dublin, na
Irlanda e seus colegas sugeriram que poderia haver um "tubo" de linhas de campo magnético que se
estende entre a fonte e o nosso sistema solar, convergindo os raios cósmicos na
nossa direção.
No entanto,
Aharonian admite que a teoria é altamente especulativa.
Observatório de Raios Cósmicos Milagro de
Los Alamos, Novo México
Outros
propuseram que um fenômeno local chamado reconexão magnética - em que as linhas
de campo magnético solar cruzam e se reorganizam, convertendo a energia
magnética em energia cinética - pode estar acelerando raios cósmicos locais de
energia na escala TeV e irradiando-os em direção à Terra, criando os pontos “quentes” observados.
"Isso
implicaria que então teríamos uma Tevatron no sistema solar ", diz Aharonian, referindo-se ao
acelerador de partículas do Fermilab, em Batavia, Illinois.
"Isso
também é uma hipótese louca, mas pelo menos é menos louca do que outras
explicações."
A equipe de
Westerhoff apresentou seus resultados no recente encontro da Sociedade Física
Americana em Anaheim, Califórnia,
no último
ano, em 30 de Abril.
Tradução: Thoth3126@gmail.com
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