6 de junho de 2012
USANDO O TÍTULO DA POSTAGEM
Por Que
Aceitamos Que Alguém Nos Trate Mal?
"Certa
vez, disse a Lama Gangchen Rinpoche:
"Desta vez quero olhar para
a negatividade de frente.
Não vou negá-la".
Ele,
então, me respondeu:
"Olhar é bom, mas não a
toque.
É como quando você assiste ao
noticiário na TV.
Você vê a negatividade, mas não
deixa que ela entre na sua Casa.
Você pode encarar a negatividade
de frente, mas não deixe que ela entre na sua mente".
A maior parte das mensagens de
nossa sociedade contém idéias destrutivas e negativas.
Basta ligar a TV em qualquer
noticiário para nos lembrarmos do quanto o mundo é perigoso.
Na tentativa de tentarmos nos
proteger das ameaças cotidianas,
vamos nos tornando acuados ou até
mesmo igualmente perversos ao ambiente hostil que frequentamos.
Manter a mente limpa é um desafio
que requer reflexão constante para não deixar as informações ou pontos de vista
negativos de outras pessoas influenciarem nossa mente.
Lama
Gangchen Rinpoche nos alerta:
"Não
devemos seguir professores negativos ou comprar informações negativas no
supermercado dos pensamentos".
Em outras palavras, Marie France
Hirigoyen,
autora do livro "Assédio Moral" (Ed. Bertrand Brasil) nos diria para reconhecermos as características
dos comportamentos perversos para não nos deixar levar por eles.
No entanto, não é tão simples nem
fácil reconhecer um comportamento perverso.
Marie
France esclarece:
"Pequenos atos perversos são
tão corriqueiros que parecem normais.
Começam com uma simples falta de
respeito, uma mentira ou uma manipulação.
Não achamos isso insuportável, a
menos que sejamos diretamente atingidos.
Se o grupo social em que tais
condutas aparecem não se manifesta, elas se transformam progressivamente em
condutas perversas ostensivas, que têm consequências graves sobre a saúde
psicológica das vítimas.
Não tendo certeza de serem
compreendidas, estas se calam e sofrem em silêncio".
Uma vez em que aprendemos a olhar OS maus tratos como algo aparentemente normal, e, portanto,
teoricamente aceitável, nem pensamos que seja possível e saudável nos
desvencilharmos destes maus tratos!
Afinal, por que aceitamos
que alguém nos trate mal?
Porque duvidamos de nossa própria
sanidade mental.
Neste sentido, saber disso, quer
dizer, conhecer nossos potenciais,
recursos e limitações é a base de
nossa segurança interna.
Todos nós já sabemos que vivemos
num mundo hostil, mas é preciso saber como não cair nas armadilhas DA hostilidade alheia.
Precisamos nos encorajar o tempo
todo a não seguir a negatividade, especialmente se estivermos cercados dela.
Assim como escreve Lama Gangchen
Rinpoche, em
seu livro
"Ngelso
Autocura Tântrica III" (Ed Gaia):
"a
única mensagem que recebemos dos outros é:
'Não
me incomode'.
Por isso, precisamos ter um forte
refúgio interior, impenetrável às influências alheias".
Para melhor responder à questão "por que aceitamos que alguém nos trate mal?", vamos conhecer as artimanhas do
comportamento de quem nos trata mal.
Uma característica comum a todo
comportamento perverso é impedir o outro de pensar, para que ele não tome
consciência do seu processo de dominância - ele cria fragilidade a fim de
impedir que o outro possa se defender.
Marie
France Hirigoyen esclarece:
"Entre casais, o movimento
perverso instala-se quando o afetivo falha ou, então, quando existe uma
proximidade excessivamente Grande com o objeto amado.
Excesso de proximidade pode Dar
medo e, exatamente por isso, o que vai ser objeto DA maior violência é o que há
de mais íntimo. Um indivíduo narcisista impõe seu domínio para controlar o
outro,
pois teme que, se o outro estiver
demasiadamente próximo, possa vir a invadi-lo.
Trata-se, portanto, de mantê-lo
em uma relação de dependência, ou mesmo de propriedade, para comprovar a
própria onipotência.
O parceiro, mergulhado na dúvida
e na culpa, não consegue reagir".
Por
isso, aqui vai o primeiro conselho para impedir que alguém lhe faça mal:
Não aceite críticas unilaterais.
Ninguém é totalmente responsável
por uma situação-problema. Portanto, não assuma a 'culpa' toda para is crendo
que desta forma poderia aliviar a tensão presente.
Nestes momentos, nos ajuda
lembrar que a origem do comportamento perverso está justamente no fato DA
pessoa não querer assumir a responsabilidade por seus atos.
Portanto, ao assumir o que cabe
ao outro, estamos nutrindo o seu comportamento hostil.
Outra artimanha do comportamento
perverso consiste em recusar uma comunicação direta.
Marie
France Hirigoyen alerta:
"O
parceiro vê-se obrigado a fazer as perguntas e Dar as respostas e, caminhando a
descoberto, evidentemente comete erros que são captados pelo agressor
Para
enfatizar a nulidade DA vítima".
Portanto, se você percebe que
anda falando sozinho num relacionamento a dois, está na hora de parar e
perguntar-se se vale a pena ajustar-se a tal comportamento.
Pois ele é autodestrutivo.
A esta altura, já entendemos que
quem nos trata mal não está receptivo a conversar, pois isso significaria o fim
do conflito, o que o impediria de extravasar a sua agressão.
Portanto, é importante levarmos
em conta os custos e benefícios de tal relacionamento.
Neste sentido, ao invés de
lamentarmos "Me solta!", podemos nos
dizer:
"Eu
te solto!".
Para tanto, teremos que nos
tornar conscientes tanto de nossas limitações quanto de nossos recursos para,
passo a passo, nos soltarmos da crença de que estamos presos a uma posição sem
saída.
Ainda que os outros nos tratem
mal, podemos nos tratar bem!
Na medida em que cultivamos uma
certeza interna inabalável de não querermos mais nos envolvermos em
relacionamentos destrutivos, desenvolvemos amor e gentileza - uma energia
positiva interior impede que nossos inimigos ou seres malignos nos causem mal,
pois precisariam apoiar-se em alguma negatividade nossa para isso.
Assim
como aconselha Lama Gangchen Rinpoche:
"A
coisa mais importante do mundo é nunca abandonar nosso coração acolhedor, mesmo
diante de uma ameaça de morte, pois esse é o nosso verdadeiro e eterno amigo".

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