O efeito espelho | O
Meu Melhor Modo de Ser
A
vida vai sempre nos oferecendo meios de informação e de reflexão sobre o que se
passa conosco até que todas as possibilidades se esgotem.
A
cada instante o nosso meio ambiente nos envia essas mensagens que nos fornecem
constantemente informações corretas e profundas.
Esse
primeiro nível de mensagens mandadas pela vida para nos ajudar a compreender
quem somos e o que temos de viver se chama “o efeito espelho”.
Na
verdade, a
vida busca apoio em numerosos suportes, a fim de se comunicar conosco e nos
guiar, e cabe somente a nós escutá-la.
Observando
o que se passa ao redor de nós e o que os outros representam no nosso meio
biológico, contamos com um campo inesgotável de compreensão a respeito de nós
mesmos.
É
nessa compreensão da vida que se insere esse “efeito
espelho”, sobre
o qual Carl Gustav Jung dizia:
“Percebemos nos outros as outras mil facetas de
nós mesmos.”
O que é, pois, esse efeito espelho?
Trata-se de um dos conceitos filosóficos mais
difíceis de aceitar durante a minha busca pessoal.
Na
verdade, significa que tudo aquilo que vemos nos outros é apenas um reflexo de
nós mesmos.
Quando
algo nos agrada em alguém, geralmente se trata de uma parte de nós mesmos na
qual não ousamos acreditar ou que
não
ousamos exprimir.
Até
então, o princípio é aceitável.
Vamos
mais longe.
Quando
não suportamos algo no outro, isso quer dizer que se trata de uma polaridade
que também nos pertence, mas que não suportamos.
Recusamo-nos
a vê-la, a aceitá-la, e não podemos tolerá-la no outro porque ela nos remete a
nós mesmos.
É
isso que se toma muito mais difícil de admitir.
Reflitamos,
no entanto, sinceramente a esse respeito.
Qual
é a única parte do nosso corpo que jamais poderemos ver com nossos próprios
olhos, mesmo sendo
o melhor contorcionista do mundo?
Trata-se
do nosso rosto!
Ora, o que representa esse rosto, para que serve?
Representa
nossa identidade e, aliás, é a sua foto que está colocada nas cédulas ditas de
identidade.
A
única maneira que encontramos para ver o nosso rosto seria olhá-lo no espelho.
Vemos,
então, o nosso reflexo, a imagem que ele nos devolve.
Na
vida, o nosso espelho é o outro.
O
que vemos e a imagem que ele nos devolve são o reflexo fiel de nós mesmos, do
que se passa conosco.
Isso
ganha ainda mais força se acrescentarmos o fato de que “escolhemos” as pessoas que encontramos.
Trata-se,
então, de um tapa na cara!
Trata-se
de um tapa quando, por exemplo, encontramos pessoas injustas com freqüência.
Isso
nos obriga a refletir a respeito da nossa própria injustiça em relação aos
outros.
Reflitamos
sobre a nossa avidez se encontrarmos pessoas ávidas com freqüência, sobre a
nossa infidelidade se formos constantemente traídos.
Naturalmente,
como eu mesmo já o fiz muitas vezes, não vemos,
não
encontramos em nós mesmos aquilo que somos, que nos desagrada ou nos incomoda
no outro.
Mas
se formos totalmente sinceros, se aceitarmos nos observar realmente sem fazer
julgamentos, logo descobriremos em quê o outro se parece conosco e quando fomos
como ele.
A
vida é feita de forma que só vemos, só percebemos, só somos atraídos por aquilo
que nos interessa, nos diz respeito.
O
segundo elemento desse efeito espelho é que a nossa Consciência Holográfica, o
nosso Não-Consciente, o nosso Mestre ou Guia Interior nos levam ao encontro de
pessoas que convêm.
Esse
princípio funciona tanto no sentido negativo como também no positivo.
Quando
realmente queremos alguma coisa, é ele que faz com que encontremos, como que
por acaso, as pessoas, os livros ou as emissões de radio ou de televisão que
vão nos ajudar.
Porém,
é também o princípio que C. G. Jung chamava de fenômeno da “sincronicidade” que faz com que encontremos as pessoas que nos “des-convêm”, quando temos que compreender, mudar alguma coisa
quanto à nossa atitude de vida.
Aliás,
às vezes é difícil perceber ou aceitar mas, em todo caso, a única pergunta que podemos nos fazer é:
“O que é que eu tenho que compreender nesta situação?”,
ou mesmo:
“O que é que este encontro, esta situação pode me ensinar?”
Se
formos sinceros, a resposta vem rapidamente.
Aliás, os sacerdotes e budistas tibetanos dizem
que na vida “os nossos melhores mestres (os que
nos fazem agir, progredir) são os nossos piores
inimigos, aqueles que nos fazem sofrer mais”…
Mas,
infelizmente, muitas vezes permanecemos surdos ou equivocados no que diz
respeito a essas mensagens que atentam para nos prevenir do que acontece e do
que devemos trabalhar na nossa vida.
Então,
somos obrigados a ir mais adiante, ao encontro dos atos falhos, dos
traumatismos, ou mesmo das doenças.
Eles
falam conosco mas é preciso aprender a decodificar a sua linguagem.
Nós
o faremos na terceira parte desta obra, estudando os diferentes elementos do
nosso corpo, especialmente a função deles.
Isso
pode parecer inútil, pois se espera que todos saibam para que serve um braço,
uma perna, um estômago ou um pulmão.
Mas
tudo o que temos é uma imagem parcial dessas partes de nós mesmos, das quais só
compreendemos e só conhecemos a função mecânica.
Vale
a pena ampliar a significação global dessa função,
particularmente
a sua representação, a sua projeção psicológica. Poderemos assim extrair daí a
significação das tensões que se manifestam em um ponto ou outro do corpo.
Se
você está interessado somente nisso, deve então passar diretamente para a
Terceira Parte.
Antes
me parece útil explicar como e graças a que isso acontece.
Acabamos
de ver por que as coisas se desenrolam dessa forma através da apresentação
global da realidade humana.
Vamos
agora abordar de que maneira elas funcionam em nós.
É o
domínio da energia, da compreensão energética do ser humano.
A
minha proposta é a codificação taoísta dessas energias e,
particularmente,
a sua estruturação no corpo.
Yin,
Yang, meridianos de acupuntura, Chacras, todos esses conceitos vão permitir que
localizemos as coisas no interior do nosso corpo e que percebamos as
inter-relações que aí existem.
Graças
a eles, vamos poder unir entre si todas essas partes que nos pertencem, que a
ciência moderna separa e segmenta.
Poderemos
assim lhes dar novamente um sentido do qual,
provavelmente,
nos esquecemos um pouco.
Michael Odoul, Diga-me onde Dói e Eu Te Direi Porquê.
Editoração Eletrônica Futuro. Pp.59 a 62
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