terça-feira, 26 de junho de 2012

O efeito espelho | O Meu Melhor Modo de Ser

O efeito espelho | O Meu Melhor Modo de Ser
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A vida vai sempre nos oferecendo meios de informação e de reflexão sobre o que se passa conosco até que todas as possibilidades se esgotem.
A cada instante o nosso meio ambiente nos envia essas mensagens que nos fornecem constantemente informações corretas e profundas.
Esse primeiro nível de mensagens mandadas pela vida para nos ajudar a compreender quem somos e o que temos de viver se chama “o efeito espelho”.
Na verdade, a vida busca apoio em numerosos suportes, a fim de se comunicar conosco e nos guiar, e cabe somente a nós escutá-la.
Observando o que se passa ao redor de nós e o que os outros representam no nosso meio biológico, contamos com um campo inesgotável de compreensão a respeito de nós mesmos.
É nessa compreensão da vida que se insere esse “efeito espelho”, sobre o qual Carl Gustav Jung dizia:
“Percebemos nos outros as outras mil facetas de nós mesmos.”
O que é, pois, esse efeito espelho?
 Trata-se de um dos conceitos filosóficos mais difíceis de aceitar durante a minha busca pessoal.
Na verdade, significa que tudo aquilo que vemos nos outros é apenas um reflexo de nós mesmos.
Quando algo nos agrada em alguém, geralmente se trata de uma parte de nós mesmos na qual não ousamos acreditar ou que
não ousamos exprimir.
Até então, o princípio é aceitável.
Vamos mais longe.
Quando não suportamos algo no outro, isso quer dizer que se trata de uma polaridade que também nos pertence, mas que não suportamos.
Recusamo-nos a vê-la, a aceitá-la, e não podemos tolerá-la no outro porque ela nos remete a nós mesmos.
É isso que se toma muito mais difícil de admitir.
Reflitamos, no entanto, sinceramente a esse respeito.
Qual é a única parte do nosso corpo que jamais poderemos ver com nossos próprios olhos, mesmo sendo o melhor contorcionista do mundo?
Trata-se do nosso rosto!
Ora, o que representa esse rosto, para que serve?
Representa nossa identidade e, aliás, é a sua foto que está colocada nas cédulas ditas de identidade.
A única maneira que encontramos para ver o nosso rosto seria olhá-lo no espelho.
Vemos, então, o nosso reflexo, a imagem que ele nos devolve.
Na vida, o nosso espelho é o outro.
O que vemos e a imagem que ele nos devolve são o reflexo fiel de nós mesmos, do que se passa conosco.
Isso ganha ainda mais força se acrescentarmos o fato de que “escolhemos” as pessoas que encontramos.
Trata-se, então, de um tapa na cara!
Trata-se de um tapa quando, por exemplo, encontramos pessoas injustas com freqüência.
Isso nos obriga a refletir a respeito da nossa própria injustiça em relação aos outros.
Reflitamos sobre a nossa avidez se encontrarmos pessoas ávidas com freqüência, sobre a nossa infidelidade se formos constantemente traídos.
Naturalmente, como eu mesmo já o fiz muitas vezes, não vemos,
não encontramos em nós mesmos aquilo que somos, que nos desagrada ou nos incomoda no outro.
Mas se formos totalmente sinceros, se aceitarmos nos observar realmente sem fazer julgamentos, logo descobriremos em quê o outro se parece conosco e quando fomos como ele.
A vida é feita de forma que só vemos, só percebemos, só somos atraídos por aquilo que nos interessa, nos diz respeito.
O segundo elemento desse efeito espelho é que a nossa Consciência Holográfica, o nosso Não-Consciente, o nosso Mestre ou Guia Interior nos levam ao encontro de pessoas que convêm.
Esse princípio funciona tanto no sentido negativo como também no positivo.
Quando realmente queremos alguma coisa, é ele que faz com que encontremos, como que por acaso, as pessoas, os livros ou as emissões de radio ou de televisão que vão nos ajudar.
Porém, é também o princípio que C. G. Jung chamava de fenômeno da “sincronicidade” que faz com que encontremos as pessoas que nos “des-convêm”, quando temos que compreender, mudar alguma coisa quanto à nossa atitude de vida.
Aliás, às vezes é difícil perceber ou aceitar mas, em todo caso, a única pergunta que podemos nos fazer é:
“O que é que eu tenho que compreender nesta situação?”,
ou mesmo:
“O que é que este encontro, esta situação pode me ensinar?”
Se formos sinceros, a resposta vem rapidamente.
Aliás, os sacerdotes e budistas tibetanos dizem que na vida “os nossos melhores mestres (os que nos  fazem agir, progredir) são os nossos piores inimigos, aqueles que nos fazem sofrer mais”…
Mas, infelizmente, muitas vezes permanecemos surdos ou equivocados no que diz respeito a essas mensagens que atentam para nos prevenir do que acontece e do que devemos trabalhar na nossa vida.
Então, somos obrigados a ir mais adiante, ao encontro dos atos falhos, dos traumatismos, ou mesmo das doenças.
Eles falam conosco mas é preciso aprender a decodificar a sua linguagem.
Nós o faremos na terceira parte desta obra, estudando os diferentes elementos do nosso corpo, especialmente a função deles.
Isso pode parecer inútil, pois se espera que todos saibam para que serve um braço, uma perna, um estômago ou um pulmão.
Mas tudo o que temos é uma imagem parcial dessas partes de nós mesmos, das quais só compreendemos e só conhecemos a função mecânica.
Vale a pena ampliar a significação global dessa função,
particularmente a sua representação, a sua projeção psicológica. Poderemos assim extrair daí a significação das tensões que se manifestam em um ponto ou outro do corpo.
Se você está interessado somente nisso, deve então passar diretamente para a Terceira Parte.
Antes me parece útil explicar como e graças a que isso acontece.
Acabamos de ver por que as coisas se desenrolam dessa forma através da apresentação global da realidade humana.
Vamos agora abordar de que maneira elas funcionam em nós.
É o domínio da energia, da compreensão energética do ser humano.
A minha proposta é a codificação taoísta dessas energias e,
particularmente, a sua estruturação no corpo.
Yin, Yang, meridianos de acupuntura, Chacras, todos esses conceitos vão permitir que localizemos as coisas no interior do nosso corpo e que percebamos as inter-relações que aí existem.
Graças a eles, vamos poder unir entre si todas essas partes que nos pertencem, que a ciência moderna separa e segmenta.
Poderemos assim lhes dar novamente um sentido do qual,
provavelmente, nos esquecemos um pouco.
Michael Odoul, Diga-me onde Dói e Eu Te Direi Porquê.
Editoração Eletrônica Futuro. Pp.59 a 62

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