sexta-feira, 1 de junho de 2012
Por Suzanne Lie PhD
Em 29 de maio de 2012
(continuação da
mensagem "Unidade")
MYTRE CONTINUA:
Quando Mytria se
virou sem ao menos responder minha pergunta e foi para a gruta, eu fiquei
enfurecido.
Quem ela pensava que
eu era: algum brinquedo que ela podia brincar e descartar quando eu me tornasse entediante?
Sem pensar em nada
mais, eu me virei e fui embora o mais depressa que eu podia.
De fato, andando
rápido, mas não o bastante, então comecei a correr.
Eu não havia
percebido em que condição boa eu estava após meu tempo com a terra, mas eu
corri até praticamente o pôr do sol antes de ficar fatigado.
A corrida me fez
bem; fez-me sentir real.
E também, eu estava
orgulhoso de mim por não ter ficado lá e me humilhado ainda mais.
Eu a tinha seguido
feito uma criança tempo demais.
Eu era um HOMEM, um
Protetor que tinha um futuro brilhante como militar.
Como pude ficar tão
perdido, tão aprisionado na
armadilha dos braços de uma mulher?
Acreditei que era
hora de voltar a ser eu mesmo.
Este período fora
uma fantasia tola, mas agora eu voltara à realidade, ao dever.
Eu continuei andando
num ritmo forte enquanto o sol continuava a baixar no horizonte.
Eu estava tão ligado
na minha raiva, autopiedade e, eu odeio admitir, no medo, que eu não estava
prestando qualquer atenção no chão.
No meu esforço para
esquecer Mytria, eu tentava esquecer tudo que ela me mostrara.
E então aconteceu...
Eu nem percebi como
estava perto de um enorme precipício, nem percebi as pedras soltas sob meus
pés.
Então, antes que eu
pudesse sair de minha auto piedade, eu comecei a cair.
Felizmente, as
pedras rolavam por baixo de mim então eu não caí direto, mas eu pude ver um
rochedo abaixo.
Seu eu caísse nesse
rochedo eu ficaria gravemente ferido ou morreria.
Desesperadamente eu
agarrava em raízes e plantas que havia ao redor, mas todas elas quebravam
quando eu as pegava.
Finalmente agarrei
numa raiz grande o bastante para suportar meu peso, mas não por muito tempo.
Eu tinha de achar um
modo de pousar naquele rochedo, mas ele estava mais para a minha direita.
O penhasco ao redor
era todo de pedras soltas, então tinha de criar uma queda controlada - como eu
havia aprendido como militar.
Talvez eu pudesse me
balançar para cair no rochedo, mas tinha de evitar as pedras soltas.
Eu tinha que decidir
AGORA, pois a raiz estava
fraquejando.
Focalizei minha
atenção e intenção na destinação da minha "queda", balancei a raiz um pouco
para a direita e saltei/caí.
Eu pousei no
rochedo, mas com tanta força que senti minha perna direita quebrar-se debaixo
de mim.
Eu praticamente
perdi meu equilíbrio, mas de alguma forma eu me encostei-me à parede do rochedo
até sentir-me seguro.
Com cuidado
sentei-me para avaliar a condição da minha perna.
Eu estava vestindo
apenas uma túnica curta, amarrada na cintura com uma faixa, que Mytria fizera
com seu material vegetal.
Pensar no nome dela
não me trouxe raiva, mas uma enorme tristeza.
O
que eu tinha feito?
Por
que tinha ficado tão furioso?
Não, a pergunta adequada era: por
que fiquei com tanto medo? Porém, aquela não era a hora de refletir sobre meu comportamento
imprevisível.
Esta era a hora de
pensar na minha sobrevivência.
Eu somente tinha a
roupa que me vestia.
Um militar que sai
para campo aberto sem suprimentos, nem mesmo uma faca.
Eu rastejei até
alguns gravetos compridos, coloquei-os em ambos os lados de minha perna e os
prendi enrolando minha faixa para imobilizar minha perna.
Eu tinha de
consertá-la por mim, se eu vivesse o suficiente.
Havia muito pouca
luminosidade e começava a ficar frio.
Eu tinha que
proteger meu corpo para não entrar em choque.
Havia somente uma
pequena rocha e pó ao meu redor.
Portanto, eu me
enterrei no pó, deixando minha perna de fora para evitar infecção.
Eu não tinha comida,
nem água, nem suprimentos e nem ferramentas.
E além do mais, eu
tinha perdido totalmente o contato com a Natureza e nem fazia ideia de onde
estava.
Só o que eu podia
fazer era dormir para que meu corpo pudesse começar a se curar.
Eu tinha que
controlar minha mente e acalmar minha respiração.
Eu sentia a
adrenalina percorrer meu corpo, o que me mantinha alerta, quando eu precisava
ficar calmo.
Meu ferimento não
era fatal a menos que ele infeccionasse, uma grande possibilidade nessas
circunstâncias.
Eu tinha que pedir
ajuda à Mãe.
Eu
realmente tive essa ideia?
Foi nesse exato
momento que eu tive a primeira experiência do meu "eu
superior".
Eu sabia que meu
cérebro tivera essa ideia, mas não era o mesmo cérebro que fugiu histericamente
como um cachorro assustado.
"Não se
julgue", chegou um
pensamento intruso.
E então eu tive a
mais incrível experiência de amor incondicional,
pelo menos foi assim
que pareceu.
Talvez fosse Mytria,
pois ela foi a única em minha vida que me fez sentir assim.
"NÃO, sou
Eu", continuou a voz
interior.
Eu já tinha ouvido
falar da voz interior.
Algumas pessoas
mudaram totalmente suas vidas e tornaram-se muito espirituais, enquanto outras
ficaram doentes, confusas, raivosas e amedrontadas.
Eu percebi então que
fazia parte do último grupo.
Eu tinha sido
incapaz de perceber qualquer forma do mundo interior.
Mesmo durante o
tempo com Mytria, eu estava me comunicando com o Planeta Mãe, que estava
embaixo e ao redor de mim.
Eu jamais imaginara
uma realidade dentro da minha forma que não fosse a constituição da minha forma
física.
Com estas últimas
palavras, eu comecei a cair no sono.
Pelo menos eu pensei
que era sono.
Talvez fosse uma
alucinação ou talvez eu estivesse morrendo.
Porém, agora eu sei
que era a Verdade.
Verdade, esta era
uma palavra que era tão duvidosa quanto a palavra Confiança.
Eu havia confiado em
Mytria, totalmente e sem questionar.
Por que a mera
sugestão de uma Busca da Visão
me deixara em tal estado emocional?
Essa pergunta foi o
último pensamento antes de eu desmaiar,
dormir ou ter a
Visão!
Na minha visão eu
estava sozinho na terra.
Era a mesma terra
que eu compartilhara com Mytria, mas ela estava cheia de luz.
Tudo tinha uma aura
suave ao redor e parecia sussurrar para mim conforme eu passava.
Eu também tinha um
brilho ao meu redor e meu corpo parecia ser feito de luz e era quase
transparente.
Olhei para baixo
para ver se minha perna estava curada e descobri que sim, estava totalmente
boa, mas meus pés não tocavam totalmente o chão.
Eu estava me
movimentando num andar flutuante, quase como boiando no nosso maravilhoso lago.
Novamente uma
pontada de enorme tristeza me varou, e eu caí na consciência.
O
que eu fiz?
Como
pude arruinar a única coisa boa na minha vida?
Por
que estava com tanto medo de ela ter se cansado de mim?
"Por que
você estava cansado de si", veio aquela voz maldita.
Então eu percebi que
tinha amaldiçoado minha própria voz interior, meu próprio eu.
De repente comecei a
perceber todas as formas que eu havia me amaldiçoado durante toda a minha vida.
Finalmente eu
percebi que eu NÃO gosto de matar.
Eu não gosto de matar
outras pessoas, eu não gosto de destruir seus lares ou estragar suas
propriedades.
Eu não gosto de
destruir nada e ninguém.
Não quero ser um
destruidor.
Eu pensei que iria
me desenvolver para ser um protetor, mas ao invés disso eu me tornei um inimigo
das pessoas e dos seres que eram "diferentes" de mim - mas será que eles eram realmente
diferentes?
Todos tinham um
coração, talvez dois, todos tinham cérebros,
muitos tinham
cérebros muito maiores do que o meu, e TODOS tinham família. E eu tinha
destruído eles e também a família deles.
Como
eu poderia me perdoar?
Como eu poderia me tornar aquela pessoa que eu vira em
minha Visão?
Sim, era uma Visão.
Pelo menos eu
considerava tê-la tido.
"Não é
uma Visão, é a Verdade", eu ouvi interiormente.
"Qual Verdade, a verdade que eu sou um destruidor ou a verdade
que eu estava tendo uma visão?"
Agora eu estava
argumentando com minha voz interior.
"A
Verdade é que você É aquela pessoa que você viu em sua Visão",
sussurrou a voz
interior.
Depois disso, eu
acho que desmaiei.
Porém, eu despertei com aquelas palavras finais:
"Você É
aquela pessoa que você viu em sua Visão" em meu coração.
Sim, muito
surpreendentemente, essas palavras, essa Verdade,
ainda estavam em meu
coração, bem do lado do meu amor por Mytria.
Esse pensamento me
deixou totalmente desperto ao sol do meio-dia.
Arrastei-me para
fora do pó e comecei a fazer uma avaliação militar da minha situação quando
senti o amor de Mytria.
Mesmo eu tendo caído
num penhasco para evitar o amor dela, ele estava bem onde ele
SEMPRE esteve.
Foi o amor que ela
tinha por mim que me forçou a encontrar o amor que eu tinha por mim.
Portanto, eu pus de
lado todo o meu modo antigo de ser.
Afinal de contas,
fora aquela atitude combativa que me levou a este estado.
Então, meu eu
Protetor entrou em cena.
Eu tinha que
proteger Mytria, mas para isso eu tinha que permanecer vivo.
"E o planeta?
Você tem que protegê-lo também?"
Parecia que mesmo
quando eu estava totalmente consciente e em plena luz do dia, a voz interior
estava ativa.
E eu
tinha coragem de ouvir a ela?
Tradução para os Blogs SINTESE
e DE CORAÇÃO A CORAÇÃO:
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