SEXTA-FEIRA, 21 DE
SETEMBRO DE 2012
Físicos propõem existência
de Universo paralelo
O desaparecimento
repentino de nêutrons, que não pode ser explicado pela física atual, pode ser o
sinal da existência de um universo-espelho.
[Imagem: Andrey
Prokhorov/Site Inovação Tecnológica]
Partículas-espelho
Uma anomalia no
comportamento de partículas subatômicas comuns pode ser o sinal da existência
de partículas-espelho, que transitam entre o nosso Universo e um universo
paralelo.
O fenômeno também poderia
oferecer uma explicação para a matéria escura, como hoje os cientistas chamam
um ponto de interrogação que representa a massa que parece estar faltando no
Universo.
Dois cientistas italianos
usaram a hipótese da existência das partículas-espelho para explicar uma
anomalia nos experimentos, onde os nêutrons parecem desaparecer.
A existência dessa
matéria-espelho tem sido sugerida em vários contextos científicos nos últimos
tempos, incluindo a procura de candidatos adequados para explicar a matéria escura.
Os físicos Zurab Berezhiani e Fabrizio Nesti,
da Universidade de L'Aquila,
reanalisaram os dados
experimentais obtidos pelo grupo de pesquisa de Anatoly Serebrov, no Instituto
Laue-Langevin, França.
Mistério
dos nêutrons que desaparecem
Eles mostraram que a taxa
de perda de nêutrons livres muito lentos parece depender da direção e da
intensidade do campo magnético aplicado.
Essa anomalia não pode ser
explicada pela física conhecida.
Os cientistas acreditam
que a perda de nêutrons pode ser interpretada à luz de um mundo paralelo
hipotético formado por partículas-espelho.
Os nêutrons parecem estar oscilando na fronteira entre
dois universos paralelos, indo e voltando de um
para o outro.
[Imagem: Berezhiani/Nesti]
Cada nêutron teria a
capacidade de fazer uma transição para esse seu gêmeo invisível, e voltar,
oscilando de um mundo para o outro.
A probabilidade dessa
transição foi calculada como sendo dependente da presença de campos magnéticos.
Assim, o mundo invisível
das partículas-espelho poderia ser detectado experimentalmente.
Essa oscilação
nêutron-espelho-nêutron pode ocorrer em uma escala temporal de poucos segundos,
segundo os pesquisadores.
Matéria
escura
A possibilidade desse
desaparecimento rápido de nêutrons - muito mais rápido do que o decaimento de
nêutrons, com seus 10 minutos de duração
- embora surpreendente, não pode ser excluído
pelos atuais limites experimentais e astrofísicos.
Esta interpretação é
sujeita à condição de que a Terra possui um campo magnético espelho da ordem de
0,1 Gauss.
Tal campo pode ser
induzido por partículas-espelho flutuando na galáxia
Hipoteticamente, a Terra
poderia capturar a matéria-espelho por meio de interações fracas entre as
partículas comuns e as partículas desses mundos paralelos.
Bibliografia:
Magnetic anomaly in UCN
trapping: signal for neutron oscillations to parallel world?Zurab Berezhiani, Fabrizio Nesti
European Physical
Journal C
Vol.: 72, Number 4
(2012)
DOI: 10.1140/epjc/s10052-012-1974-5
Todos a bordo:
Expresso Buraco de Minhoca vai partir
Com informações da New Scientist
-
24/03/2012
Matéria com energia negativa
Todos
a bordo do Expresso Buraco de Minhoca, rumo à primeira viagem realmente
espacial da espécie humana.
Estima-se
que quem entrar em um buraco de minhoca poderá reaparecer instantaneamente
perto de Plutão, ou na galáxia de Andrômeda, ou em qualquer outro lugar do
Universo, ou mesmo em outro universo - sem a chatice da viagem.
Por
enquanto, os buracos de minhoca
estão apenas nos livros de teoria: ninguém nunca detectou um e nem tampouco
existe um projeto
para
construir um deles.
A
única saída é alimentá-los com uma forma exótica de matéria com energia
negativa, algo cuja existência é posta em dúvida por muitos físicos.
Buraco de minhoca factível
Mas,
agora, tudo mudou -
esclareça-se, tudo mudou na teoria.
Um
físico grego e dois alemães demonstraram que pode ser possível construir um
buraco de minhoca sem usar nem um só saco desse cimento esquisito chamado
matéria com energia negativa.
"Você não vai precisar
nem mesmo de matéria normal, com energia positiva," garante Burkhard
Kleihaus, da Universidade de Oldemburgo, na Alemanha.
Se
isto estiver correto, significa então que pode ser possível encontrar buracos
de minhoca pelo espaço.
Civilizações
mais avançadas do que a nossa já podem até mesmo estar indo para lá e para cá
nesse metrô galáctico construído com buracos de minhoca.
E,
eventualmente, até mesmo poderemos construir nossos próprios túneis espaço temporais,
como portais para outras paragens, o que inclui, muito provavelmente, outros
universos, com suas próprias galáxias, estrelas e planetas.
Sempre Einstein
Os cientistas não têm como testar qual das
respostas que a Teoria
das Cordas e a Teoria-M dão é a "correta".
Na verdade, todas elas podem estar corretas e talvez vivamos em um Universo entre um número infinito de
universos.
[Imagem: quintic/Wikipedia]
A
ideia de um buraco de minhoca se sustenta na teoria de Einstein, que mostra que
a gravidade nada mais é do que uma dobradura invisível do espaço tempo causada
pela energia - a massa-energia de grandes corpos celestes, por exemplo.
Foi
o austríaco Ludwig Flamm que, em 1916, descobriu que dobraduras
suficientemente dobradas poderiam funcionar como conduítes através do espaço e
do tempo.
Isso chamou a atenção do próprio Einstein, que
estudou a possibilidade juntamente com Nathan Rosen.
Mas
eles concluíram que a única conexão que um buraco de minhoca oferecia seria
para um universo paralelo, o que os dois consideraram algo impensável.
Só
em 1955, John Wheeler demonstrou que é possível conectar duas regiões
do nosso próprio Universo - foi ele quem cunhou o termo buraco de minhoca,
assim como ele mesmo já havia batizado os buracos negros.
Um
buraco de minhoca foi usado em sua obra Contato.
A
tal da matéria com energia negativa seria necessária porque essa matéria teria
uma espécie de anti-gravidade, o que seria necessário para que o buraco de
minhoca abrisse sua boca e nos deixasse passar.
Embora
a teoria de Einstein tenha resistido a todos os testes feitos até agora, os
cientistas acreditam que ela talvez seja uma aproximação de uma teoria mais
geral, por duas razões: a primeira é que ela não se coaduna com a mecânica
quântica, e esta tampouco cede a todos os experimentos possíveis.
E,
segundo, porque a teoria de Einstein colapsa no centro de um buraco negro, na
chamada singularidade.
Indo além de Einstein
O observatório Integral recentemente alterou os parâmetros de busca da chamada física pós-Einstein.
[Imagem: ESA/SPI Team/ECF
Já
em 1921, Theodor Kaluza e Oskar Klein tentaram
ir além da teoria da relatividade.
Inspirados
em Einstein, que mostrou que a gravidade é a curvatura de um tecido que une as
três dimensões do espaço mais o tempo, Kaluza e Klein
propuseram que tanto a gravidade quanto a força eletromagnética podem ser
explicadas pela curvatura de um espaçotempo de cinco dimensões.
Hoje,
os teóricos da teoria das cordas afirmam
que todas as quatro forças fundamentais podem ser explicadas pelas dobraduras
de um espaçotempo de 10 dimensões.
Mas
essas teorias são complexas demais até mesmo para os físicos teóricos.
E
aqui entram Kleihaus, Panagiota Kanti e Jutta Kunz, os três intrépidos proponentes de uma versão
mais simples dos buracos de minhoca.
O
fundamento é que, se existem outras dimensões, nós
não as percebemos porque elas são pequenas demais.
O
processo de compactar as seis dimensões que não percebemos - aquelas que
completam o quadro de 10 dimensões da teoria das cordas - cria vários novos
campos de força, um deles chamado campo dilaton.
Da
mesma forma que a gravidade na teoria da relatividade depende da curvatura do
espaço tempo, nessas novas teorias a gravidade depende da curvatura mais a
curvatura elevada a uma potência.
Os
três pesquisadores usaram esse termo extra para propor um buraco de minhoca que
não precisa de antigravidade.
Procurando buracos de minhoca no espaço
Recentemente cientistas propuseram uma forma para testar a ideia do Big Flash, um irmão mais novo do Big Bang, uma explosão de radiação que teria mudado a estrutura do espaçotempo nos primórdios do nosso Universo.
[Imagem: Getty Images]
O resultado assustaria Einstein, porque o
buraco de minhoca resultante do novo estudo não pode nos levar para Plutão ou
Andrômeda, mas apenas para outros universos.
Desafiador, mas altamente especulativo.
A menos que alguém possa encontrar indícios de
que tal estrutura exista no nosso Universo,
pairando por aí em algum lugar.
Os
três pesquisadores acreditam que é possível.
É bom lembrar que estávamos falando de
dimensões submicroscópicas,
quando estamos interessados em algo por onde
possa menos pelo menos uma nave espacial.
Os cientistas afirmam que a inflação do
Universo pode ter espichado esses buracos de minhoca a ponto de eles superarem
as dimensões humanas,
como um ponto de tinta colocado sobre uma
bexiga vai aumentando conforme a bexiga se enche.
"A inflação [do
Universo] pode ter inchado os minúsculos buracos negros
que permeiam o tecido submicroscópico do espaço," propõe Kleihaus.
Como encontrá-los?
Olhando para o Universo, já que a presença de
um buraco de minhoca macroscópico deverá representar uma mudança radical no
campo de visão dos telescópios.
"Afinal de contas, a boca do buraco de
minhoca é uma janela para outro universo,"
propõe o cientista.
Desde, é claro, que o buraco de minhoca esteja
com a boca precisamente virada para a Terra.
Bibliografia:
Stable
Lorentzian Wormholes in Dilatonic Einstein-Gauss-Bonnet Theory
Panagiota
Kanti, Burkhard Kleihaus, Jutta Kunz
arXiv
Postado por CHAMA VIOLETA -SAINT GERMAN
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