SEXTA-FEIRA, 21 DE
SETEMBRO DE 2012
AE
Foto ilustrativa
Pesquisadores do Observatório Nacional (ON) encontraram
evidências de um rio subterrâneo de 6 mil quilômetros de extensão que corre
embaixo do Rio Amazonas, a uma profundidade de 4 mil metros.
Os dois cursos dágua têm o mesmo sentido de fluxo – de oeste para leste -, mas se comportam de forma diferente.
A descoberta foi possível graças aos dados de
temperatura de 241 poços profundos perfurados pela Petrobras nas décadas de
1970 e 1980, na região amazônica.
A estatal procurava
petróleo.
Fluidos que se movimentam por meios porosos – como a
água que corre por dentro dos sedimentos sob a Bacia Amazônica – costumam
produzir sutis variações de temperatura.
Com a informação térmica fornecida pela Petrobras,
os cientistas Valiya Hamza, da Coordenação de Geofísica do Observatório Nacional, e a professora Elizabeth Tavares Pimentel, da Universidade Federal do Amazonas,
identificaram a movimentação de águas subterrâneas
em profundidades de até 4 mil metros.
O dados do doutorado de Elizabeth, sob orientação de Hamza, foram apresentados na semana passada no 12.
Congresso
Internacional da Sociedade Brasileira de Geofísica, no Rio.
Em homenagem ao orientador, um pesquisador indiano que vive no
Brasil desde 1974, os cientistas batizaram o fluxo subterrâneo de Rio Hamza.
Características
A vazão média do Rio Amazonas é estimada em 133 mil
metros cúbicos de água por segundo (m3/s).
O fluxo subterrâneo contém apenas 2% desse volume
com uma vazão de 3 mil m3/s – maior que a do Rio São Francisco, que corta Minas
e o Nordeste e beneficia 13 milhões de pessoas, de 2,7 mil m3/s.
Para se ter uma ideia da força do Hamza, quando a calha do Rio
Tietê, em São Paulo, está cheia, a vazão alcança pouco mais de 1 mil m3/s.
As diferenças entre o Amazonas e o Hamza também são
significativas quando se compara a largura e a velocidade do curso da água dos
dois rios.
Enquanto as margens do Amazonas distam de 1 a 100
quilômetros, a largura do rio subterrâneo varia de 200 a 400 quilômetros.
Por outro lado, a s águas do Amazonas correm de 0,1
a 2 metros por segundo, dependendo do local.
Embaixo da terra, a
velocidade é muito menor: de 10 a 100 metros por ano.
Há uma explicação simples para a lentidão
subterrânea.
Na superfície, a água movimenta-se sobre a calha do
rio,
como um líquido que escorre sobre a superfície.
Nas profundezas, não há um túnel por onde a água
possa correr.
Ela vence pouco a
pouco a resistência de sedimentos que atuam como uma gigantesca esponja: o líquido caminha pelos poros da rocha rumo ao mar.
As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
Postado por CHAMA
VIOLETA -SAINT GERMAN
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