quarta-feira, 28 de novembro de 2012
O Quê Dizem os Cientistas?
O fim do mundo pode acontecer de diversas maneiras, depende de
para quem você pergunta.
Por exemplo, alguns acreditam que o cataclismo global vai
acontecer quando os pólos magnéticos da Terra se inverterem.
Quando o norte virar o sul, os continentes vão se mover, gerando
terremotos massivos, mudanças climáticas e a extinção das espécies.
O histórico geológico mostra
que os pólos já se reverteram centenas de vezes na história; isso acontece
quando grupos de átomos de ferro no núcleo externo líquido da Terra se alinham
de maneira oposta, como ímãs orientados para a direção oposta daqueles que
estão ao redor.
Quando os inversos chegam a ponto de dominar o núcleo, os pólos
da Terra se invertem.
A última vez que isso aconteceu há cerca de 780 mil anos, na
Idade da Pedra,
e realmente há evidência de que o planeta esteja nos estágios
iniciais de mais uma reversão.
Mas as grandes preocupações evidenciadas por Hollywood em
filmes de catástrofes não são verdadeiras.
Não veremos a Terra se partir ou magma ser expelido de bueiros e
encanamentos, muito menos precisaremos fugir de raios cósmicos mortais.
“A mudança mais dramática que pode ocorrer com a reversão dos
pólos, é uma grande diminuição na intensidade do campo magnético”,
afirma Jean-Pierre Valet, que conduz pesquisas em mudanças geomagnéticas no Instituto
de Física Terrestre de Paris.
O campo magnético da Terra leva entre mil e 10 mil anos para se
reverter, e durante esse processo, ele diminui muito até se realinhar.
“Não é uma mudança súbita, mas um processo
lento durante o qual a força do campo fica fraca e pode mostrar mais de dois
pólos durante algum tempo para então ficar forte e se alinhar na posição
contrária”, comenta a cientista Monika Korte.
Os cientistas dizem que é o enfraquecimento a pior fase para os
terrestres.
De acordo com John Tarduno, professor de geofísica na Universidade
de Rochester, um campo magnético forte ajuda a proteger a Terra da radiação
solar.
“Ejeções de massa coronal algumas vezes atingem a Terra e
algumas das partículas associadas às EMC podem ser bloqueadas pelo campo.
Com um campo fraco, o escudo é menos eficiente”,
afirma.
As partículas carregadas que bombardeariam a Terra, durante as
tempestades solares, iriam cavar buracos na atmosfera, e isso poderia machucar
os humanos.
“Buracos na camada de ozônio poderiam se formar com a
interação de reações químicas.
Eles não seriam permanentes, mas poderiam existir durante um até
dez anos – o que é significante em termos de câncer de pele”, afirma
Tarduno.
Valet concorda que um campo magnético mais fraco poderia levar à
formação de buracos na camada de ozônio.
O cientista escreveu um artigo recentemente comentando a ligação
entre o fim dos Neandertais, nossos primos ancestrais, e a diminuição na
intensidade do campo magnético, que ocorreu no mesmo período.
Outros cientistas não estão convencidos de que exista uma
conexão entre a reversão dos pólos e a extinção de espécies.
“Mesmo que o campo fique muito fraco, na superfície da Terra
nós estamos protegidos da radiação pela atmosfera.
Assim como não conseguimos perceber a presença geomagnética
agora, provavelmente não sentiríamos nenhuma mudança significativa com uma
reversão”, afirma Korte.
Mas há mais implicações nisso.
Uma total redução do campo magnético terrestre pode sim ter
graves consequências para os humanos.
Nos tempos da Guerra Fria, a Rússia conduziu testes expondo
cosmonautas à radiação existente fora da atmosfera para observar seus
comportamentos em um ambiente de magnetismo zero e criar um padrão que
explicasse corretamente o que aconteceria aos humanos caso houvesse um total
colapso do campo.
O resultado foi surpreendente: de início havia uma calmaria, mas
rapidamente os cosmonautas se tornaram agressivos e passaram a atacar uns aos
outros;
por fim, os homens ficaram completamente loucos. Isso mostrou
que há uma conexão entre a força magnética e a razão e que, inevitavelmente,
sem uma a outra inexistiria.
As consequências disso em um ambiente como a Terra, com bilhões
de pessoas e outros seres, seriam altamente catastróficas.
Não é exagero dizer que a partir do momento em que o campo
magnético atingir o ponto zero teremos caos generalizado em pouco tempo.
Nossa tecnologia também estaria em perigo.
Mesmo hoje, tempestades solares podem danificar satélites,
causar apagões e interrupção das comunicações de rádio.
“Esse tipo de influência negativa com certeza iria aumentar
se o nosso campo ficasse mais fraco, e seria importante encontrar estratégias
de segurança”.
Outra preocupação adicional é que a diminuição e reversão do
campo desorientariam todas as espécies que utilizam o geomagnetismo para se
orientar, incluindo abelhas, salmões, tartarugas, baleias, bactérias e pombos.
Não há consenso entre os cientistas sobre como essas criaturas
se orientariam.
Os cientistas afirmam que muitos dos desastres no imaginário
popular são pura fantasia.
Definitivamente não aconteceria nenhuma quebra ou mudança nos
continentes.
A primeira prova é o histórico geológico.
"Quando a última mudança dos pólos aconteceu, nenhuma
mudança na ordem dos continentes ou desastre ocorreu, e os fósseis estão aí
para provar isso”, comenta o geólogo Alan Thompson.
Os cientistas explicam que as mudanças no núcleo líquido da
Terra acontecem em uma instância completamente diferente das convecções no
manto terrestre (que geram os movimentos nas placas tectônicas e nos
continentes).
O núcleo líquido realmente encosta-se no fundo do manto, mas
levaria dezenas de milhões de anos para as mudanças internas influenciarem o
movimento das placas.
O campo magnético está no momento se enfraquecendo,
provavelmente devido a um crescimento na reversão do núcleo
líquido embaixo do Brasil e do Atlântico Sul.
De acordo com Tarduno, a força do campo magnético terrestre “vem
diminuindo por pelo menos 160 anos a um nível muito rápido, o que leva alguns
cientistas a especular que estamos caminhando para uma inversão”
Isso talvez possa acontecer, ou não.
A Terra é um sistema muito complexo para os cientistas
adivinharem o que esperar.
De qualquer modo, o processo vai levar alguns milhares de anos,
o que nos dá tempo para nos ajustarmos às mudanças se, E SOMENTE SE, não
estivermos sendo enganados pelos governos e a mudança já tenha começado.
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