SEGUNDA-FEIRA, DEZEMBRO 10, 2012
arqueólogo explica
calendário e erro
O calendário maia foi interpretado de forma
errada, afirma arqueólogo
Foto: AP
Para Orlando Casares, arqueólogo do Instituto
Nacional de Antropologia e História do México (INAH), o "fim do mundo"
é resultado de um erro histórico de interpretação.
Casares que foi curador de uma mostra que tentava
mostrar o erro,
diz em entrevista de 2011 que os maias não tinham
uma concepção de fim do mundo, mas sim de ciclos.
Casares explica o complicado funcionamento do
calendário maia
- que
contava, inclusive, dois anos.
Para o especialista, o problema não esta na
arqueologia, mas em erros, "propositais
ou não", de interpretação de objetos
achados.
O prognóstico maia do fim do mundo foi um erro
histórico de interpretação, segundo revela o conteúdo da exposição.
O arqueólogo explicou que a base da medição do tempo
desta antiga cultura era a observação dos astros.
Eles se baseavam, por exemplo, nos movimentos
cíclicos do sol, da lua e de Vênus, e assim mediam suas eras, que tinham um
princípio e um final.
"Para os maias não existia a concepção do fim
do mundo, por sua visão cíclica", explicou Casares, que esclareceu:
"A era conta com 5.125 dias, quando esta acaba,
começa outra nova, o que não significa que irão acontecer catástrofes; só os
fatos cotidianos, que podem ser bons ou maus, voltam a se repetir".
Para não deixar dúvidas, a exposição do Museu do
Ouro explica o elaborado sistema de medição temporal desta civilização.
"Um ano dos maias se dividia em duas partes: um calendário chamado ''Haab'' que falava das atividades
cotidianas, agricultura,práticas cerimoniais e domésticas, de 365 dias; e outro
menor, o ''Tzolkin'',
de 260 dias, que regia a vida ritualística",
acrescentou Casares.
A mistura de ambos os calendários permitia que os
cidadãos se organizassem.
Desta forma, por exemplo, o agricultor podia semear,
mas sabia que tinha que preparar outras festividades de suas deidades, ou seja,
"não podiam separar o religioso do cotidiano"
Ambos os calendários formavam a Roda Calendárica,
cujo ciclo era de 52 anos, ou seja, o tempo que os dois demoravam a coincidir
no mesmo dia.
Para calcular períodos maiores utilizavam a Conta
Longa, dividida em várias unidades de tempo, das quais a mais importante é o "baktun"
(período de 144 mil dias);
na maioria das cidades 13 "baktunes"
constituíam uma era e, segundo seus cálculos, em 22 de dezembro de 2012 termina
a presente.
Com esta explicação querem demonstrar que o rebuliço
espalhado pelo mundo sobre a previsão dos maias não está baseado em descobertas
arqueológicas, mas em erros, "propositais ou não", de interpretação dos objetos achados desta civilização.
De fato, uma das peças-chave da mostra é o hieróglifo
6 de Tortuguero, que faz referência ao fim da quinta era, a atual, neste
dezembro, a qual se refere à vinda de Bolon Yocte (deidade maia),
mas a imagem está deteriorada e não se sabe com que
intenção.
A mostra exibida em Bogotá apresenta 96 peças vindas
do Museu Regional Palácio Cantão de Mérida (México), onde se pode
ver, além de calendários, vestimentas cerimoniais, animais do zodíaco e
explicações sobre a escritura.
Para a diretora do Museu do Ouro de Bogotá, Maria
Alicia Uribe, a exibição desta mostra sobre a civilização maia serve para
comparar e aprender sobre a vida pré-colombiana no continente.
"Interessa-nos de alguma maneira comparar nosso passado com o de
outras regiões do mundo",
ressaltou Maria sobre esta importante coleção de arte
e documentário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor leia antes de comentar:
1. Os comentários deste blog são todos moderados;
2. Escreva apenas o que for referente ao tema;
3. Ofensas pessoais ou spam não serão aceitos;
4. Não faço parcerias por meio de comentários; e nem por e-mails...
5. Obrigado por sua visita e volte sempre.