Quem sou eu?
Gurdjieff tentou uma abordagem: simplesmente tente se lembrar de
quem você é. Raman Maharshi tentou uma outra: ele criou uma meditação para
questionar
"Quem sou eu?"
E não acredite em qualquer resposta que a mente possa
lhe oferecer.
A mente dirá:
"Que pergunta tola!
Você é isso, é aquilo, é um homem ou uma mulher, é educado ou
sem educação, rico ou pobre."
Ainda que a mente ofereça respostas, continue a perguntar.
Não aceite nenhuma resposta, porque todas as que vierem da mente
são falsas.
Elas vêm da sua parte irreal.
Vêm de palavras, vêm de textos, do condicionamento, da
sociedade, dos outros.
Continue a perguntar.
Deixe a flecha do "Quem sou eu?" penetrar cada vez mais profundamente.
Chegará o momento em que não haverá nenhuma resposta.
Esse é o momento certo.
Agora você está se aproximando da resposta.
Quando não houver nenhuma resposta, estará próximo dela, porque a mente está se
calando — ou se afastou muito da mente.
Quando não há resposta e cria-se um vazio ao seu redor, o seu
questionamento parece absurdo.
Quem você está questionando?
Não há ninguém para lhe responder.
De repente, até mesmo o seu questionamento cessa.
Com ele, dissolveu-se a última parte da mente, porque essas
respostas e essa pergunta eram da mente.
Ambas se dissolveram.
Portanto, agora você é.
Experimente.
Se persistir, é bem possível que essa técnica lhe dê um vislumbre do real
—
e o real é o eternamente vivo.
Osho, em "Meditação:
A Primeira e Última Liberdade"
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