Série
de textos escritos por Jean Luc Ayoun durante seu acesso ao Absoluto
*EU SOU A ETERNIDADE*
14.04.2012
Eu mergulhei totalmente em você, em nós, em mim, e aí nada mais há
deste mundo, da consciência, apenas estar além de qualquer possibilidade, um
estado sem estado, o Absoluto me levou para fora de toda a pessoa, eu me tornei
o que eu sempre fui, o incriado infinito, além do primeiro sopro, quais palavras ainda poderiam descrever o inenarrável?
Como eu gostaria de não entender, de não compreender, mas de
relatar um fragmento disso, uma compilação do que aconteceu e que permanece ao
redor desta forma, eu sou incapaz de testemunhar, você está além de qualquer
testemunho, como dizer, como expressar o inexprimível, eu me tornei um sopro, o
seu sopro, eu entrei em você que, entretanto, ainda não é você, pleno de não
sei o que, mais amplo do que o Amor, mais amplo do que a Luz, prodigioso
Absoluto eu sou, incrível e assim mesmo.
Este corpo treme, muito mais do que uma vibração, ele está vivendo,
e eu não sou ele, uma plenitude que nenhum mortal pode pensar, nem acreditar,
um sopro que é o Éter da Vida, que vem animar eu não sei o quê.
Eu estou pleno, tudo está
pleno, um vazio que nada pode preencher, de tanto que ele está pleno deste
indizível potencial, eu tremo sem medo, sem frio,
sem nada da condição humana, uma palavra canta em mim,
Ressurreição!
Uma ideia brota e se impõe na Onda que jamais cessa: você está
liberado,
você é liberdade absoluta, nada pode segurá-lo, porque você é o
porto de ligação, aquele de onde partem aqueles que se dirigem para a
liberdade,
nada pode ser retido, nem contido, no que você é.
Uma vertigem apreende-se daquele que, no que eu sou, gostaria de
pensar ou de raciocinar, o estremecimento toma todo o lugar fazendo calar
qualquer objeção, qualquer reticência, o Amor é tal que ele ocupa todo espaço e
todo tempo, sobre este mundo com em outros lugares em qualquer mundo.
Eu me rendo, eu sequer posso considerar me mexer para sair disso,
sendo isso, eu abraço na mesma certeza toda dúvida seja de qual Ego for, eu
abraço no sopro da liberdade qualquer alma com sede do Último Absoluto, o meu
Pai e eu somos apenas Um, convidando cada Um a capitular, a renunciar a toda
ilusão para esta última Verdade.
Convidando cada um para vir dançar nos ateliês da criação, nós
criamos então, juntos, toda Vida, criador e criatura, o incriado em formação,
no silêncio contendo todo som, eu sou o Som, aquele do Apelo à liberdade, o
apelo para viver, sem restrições, sem dúvidas!
Neste corpo dança a eternidade da sua presença, neste lugar nomeado
Terra, neste Nada desprovido de todo sentido de identidade, está a coisa rara e
bela, aquela do Filho, aquele que carrega a tocha de toda Vida, eu clamo a
todos, eu sou o que vocês são, a última beleza, a última verdade, oh irmãs e
irmãos, que estão em mim e comigo, se apenas vocês ousassem, se apenas vocês
pudessem prová-lo, se vocês ousassem ir à verdade de vocês,
quando o indizível êxtase for a sua natureza, um estado sem
estados, um Amor sem fim, sem início, jamais se extinguindo, e especialmente
Isso, sem perda, sem medo, sem compreensão, um Amor inconsciente, livre,
independente, tão pleno dele mesmo, se vocês conhecessem este
indizível Amor, este indizível arrebatamento, nem um segundo vocês poderiam
aguardar, cada minuto seria um grito para isso, eu sequer posso orar, onde
vocês rezam para chegar, vocês já estão ali, mudem apenas o olhar, deixem se
levar pela Onda da Vida, nada mais façam, nada mais esperem, superem tudo o que
foi experimentado, esqueçam vocês e vocês serão Isso.
Eu os amo, porque eu sou o Amor.
DESFRUTEM.
******
Tradução
para o português:
Zulma Peixinho
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