Impacto Profundo - Das Telas de Cinema para a Realidade
Cena do Filme Impacto Profundo de 1998
Créditos:
Paramount
Pictures, DreamWorks SKG, Zanuck/Brown Productions
Por Gério Ganimedes
O que
antes, era apenas um filme do tipo catástrofe, agora os fatos retiram as
imagens da tela do cinema e projetam nos céus da Rússia. Assim como os grandes
efeitos especiais criados pela indústria cinematográfica, uma rocha espacial
adentrou o espaço aéreo dos Urais na Rússia deixando um rastro de fumaça, fogo,
feridos e destruição. Desavisados, e sem saber o que fazer, a população da
cidade de Yekaterinburgo contemplou o evento inerte e indefesa.
Rússia, 15 de fevereiro de 2013.
Estamos
pela primeira vez vivendo uma cena do cinema catástrofe na vida real.
Estaríamos prontos para enfrentar um
evento de maior intensidade e da mesma categoria?
Agora observem as notícias que são
veiculadas e que perdem seu efeito tranquilizador quando fatos novos acontecem e parecem ter
ligação.
“Agência Espacial descarta relação
entre meteorito e asteroide”
Corpo celeste caiu na Rússia no dia
em que outro de tamanho muito maior,
passa próximo a Terra.
“Asteróide passará de raspão pela Terra
hoje, mas sem risco”.
“Nasa acompanha em tempo real
passagem de asteróide pela Terra”.
Fenômeno não tem nada a ver com meteorito
No
entanto, no mesmo dia, caiu um meteorito na Terra, sem aviso algum e causando
destruição e feridos.
É interessante que sejam divulgadas
notícias para tranquilizar a população,
e agências que forneçam dados precisos
que assegurem o que está sendo mostrado em foto ou vídeo, entretanto por outro
lado este meteorito que apareceu nas notícias não havia sido nem detectado,
portanto é sempre bom analisar as entrelinhas do que é dito ou escrito, para
podermos interpretar comunicados e notícias futuras.
Fragmentos
de um considerável meteorito espalharam-se como projéteis,
após a explosão, causando grande
deslocamento de ar, ferindo mais de 1000 pessoas e
causando estragos em diversos prédios na área do evento. Nesta sexta-feira (15) um meteorito atingiu a região de
Chelyabinsk, nos montes Urais.
Segundo os últimos
dados atualizados do Ministério do Interior da Rússia,
moradores da cidade de
Yekaterinburgo, Chelyabinsk, ficaram atordoados pelo forte ruído da explosão de
um meteorito que entrou em nossa atmosfera.
Conforme depoimentos
de testemunhas oculares, a explosão foi precedida de um foco de luz brilhante (momento da explosão da rocha).
Em seguida, surgiu no
céu uma esfera luminosa, deixando um largo rasto branco.
A onda de choque
quebrou os vidros de várias janelas de vários prédios.
Os destroços atingiram
ainda uma empresa de cimento de Chelyabinsk,
tendo destruído
algumas paredes e uma parte do telhado.
Foram igualmente
danificadas as linhas de transmissão elétrica e um número aproximado de 1000
pessoas, que sofreram lesões e ferimentos.
Vesti.ru
A Academia de Ciências da Rússia disse em
um comunicado que estimou que o meteoro tivesse cerca de 50 toneladas e entrou
em nossa atmosfera a uma velocidade hipersônica de pelo menos 53 mil km/h,
partindo-se em pedaços após a explosão, a uma altura entre 28 quilômetros
e 51 quilômetros acima do solo.
Este fato
arremeteu-me para um passado, não muito distante, quando assisti no cinema ao
filme Impacto Profundo.
Sigam meu raciocínio:
Quando asteroides maiores, se deslocam no
espaço, normalmente são acompanhados de perto por detritos menores que viajam a
frente ao lado e atrás da rocha principal, presos como que por um campo
gravitacional criado pelo asteroide.
Esta área de
detritos, próxima do corpo rochoso espacial pode variar de tamanho e se
estender por até milhares de quilômetros.
É como um corpo
principal (no centro) seguido de detritos ou fragmentos a sua volta.
Estes fragmentos
podem muito bem, estarem presos ao asteroide 2012 DA14 e viajando na mesma
velocidade.
Sendo assim antes
mesmo dele cruzar a Terra ou mesmo depois de passar,
pode arremessar
contra nossa atmosfera o entulho espacial que o acompanha, contudo a NASA em um
comunicado garantiu que o asteroide 2012 DA14 deslocava-se do sul para o
norte-sul, enquanto o meteoro da Rússia que explodiu deslocava-se do norte para
o sul.
Poderia
ter sido um destes fragmentos que penetrou na atmosfera e atingiu a cidade na
Rússia?
Segundo a NASA não, mas ainda me restam algumas
dúvidas e coincidências neste caso.
Se o meteorito
tivesse uma dimensão maior, o número de vítimas e danos teria sido mais
elevado, avaliou o chefe do Departamento de Física e Evolução de Estrelas do
Instituto de Astronomia, Dmitri Vebe.
De acordo com Sergei
Smirnov, cientista do Observatório astronômico de Pulkovo, o objeto “tem uma massa de várias dezenas de toneladas,
seguramente, que se pôde ver com clareza no céu”.
Cratera causada pela
queda do meteoro
– Fonte: Foxnews
Crédito: AP
Oleg Malkov, chefe do Departamento do Instituto
de Astronomia junto da ANC,
declarou que a humanidade não aprendeu ainda a
prevenir a queda de meteoritos,
apesar de diversos países, inclusive a Rússia,
terem desenvolvidos sistemas de
rastreio de objetos em volta da Terra, no
entanto a eficiência destes projetos ainda
deixa muito a desejar.
Após buscas na
região do rastro do bólido em chamas, os
militares encontraram
uma cratera de cerca de seis metros de diâmetro no
suposto lugar da queda do
meteorito, próximo ao lago de Chebarkul, informou um
representante do Distrito
Militar Central.
Depois de verificado os índices de
radiação no local, ficou constatado que estavam
dentro dos valores normais.
Depois de análise mais apurada ficou
registrado que janelas e vidros de cerca de
300 edifícios de seis cidades foram
estilhaçados após a explosão
De
acordo com o portal Voz da Rússia, a Agência Espacial Federal da Rússia
(Roscosmos)
está desenvolvendo, em conjunto com a Academia de Ciências
da Rússia, um
programa que ajudará a conhecer melhor os perigos provenientes
do espaço,
declarou esta sexta-feira Yuri Makarov, chefe do Departamento de
Planeamento
Estratégico da Roscosmos.
Além disso, segundo a fonte, a Rússia
já tem alguns trabalhos começados,
no âmbito do programa espacial
federal, com vista a estabelecer um sistema de
monitoramento do espaço próximo
da Terra contra ameaças de caráter industrial
e espacial.
Makarov também observou que
teria sido impossível evitar a queda de hoje do
meteorito.
Fonte: Voz da
Rússia
Fonte e complementos: Voz da Rússia
Texto da postagem: Gério Ganimedes
Imagem post: Paramount Pictures
Colaboração: Renato Cabral, Rosana e Francisco.
Apoio: Lennoy
(Rússia)
Comentário do Autor
Este meteorito bastardo, que nem
batizado foi, porque não foi detectado pelo sistema
de rastreamento em vigor, e
penetrou em nossa atmosfera, depois da análise de astrônomos,
foi estimado com
50 toneladas de peso. Imaginem agora, o estrago que uma rocha de 130.000
toneladas como o “pedregulho” que
ganhou o nome de 2012 DA14 faria caso penetrasse
em nossa atmosfera.
Se um asteroide com
essas dimensões colidisse com o planeta, liberaria 2,5 megatons de
energia e
provocaria uma devastação regional em grande escala.
O perigo passou, mas
mesmo assim, como nosso desaparecido, mas sempre amigo e
colaborador Abreu
dizia:
“... Sigamos, a silenciosa e implacável
linguagem dos fatos”, para não deixar
nada escapar de nossos sentidos.
Fiquem bem
Gério Ganimedes
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