domingo,
17 de fevereiro de 2013
Após impacto de um meteoro sobre a cidade russa de Chelyabinsk,
algumas perguntas começam a ser respondidas de modo mais consistente
Estima-se agora que a rocha flamejante tinha cerca de 15 metros
de diâmetro e durante a ruptura liberou energia equivalente a 300 mil toneladas
de TNT.
Modelos orbitais que
simulam a entrada de objetos na atmosfera indicam que os primeiros instantes de
ruptura da rocha ocorreram entre 40 e 50 km de altitude, sobre a cidade de
Bratsk, na região central da Rússia.
Nesse instante o
meteoroide tinha massa estimada em 7 mil toneladas e se deslocava pelo espaço a
52 mil km/h.
Durante a ruptura o objeto se partiu em vários pedaços que
cruzaram mais de 3 mil quilômetros até explodir acima da cidade de Chelyabinsk,
no sul dos Montes Urais, já próximo à fronteira do Cazaquistão.
A explosão ocorreu entre 10 e 15 km de altitude e gerou a
poderosa onde de choque responsável pela quebra de vidraças e danos nas
construções.
O choque do
meteorito russo foi o maior evento desse tipo nos últimos 100 anos e o segundo
mais devastador da Era Moderna, só ultrapassado pelo Evento de Tunguska em
junho de 1908, quando o choque de um cometa de 120 metros acima da região da
Sibéria devastou pelo menos 2 mil km quadrados de florestas.
Passou sobre o Brasil?
De acordo com o modelo computacional gerado pela empresa AGI,
que fornece os programas de simulação usados pela NASA, a ruptura inicial
ocorreu em algum ponto acima da Rússia.
Dessa forma, seria impossível que algum satélite captasse a
passagem da bola de fogo sobre o território brasileiro oito horas antes,
conforme noticiado pela mídia não especializada.
Entretanto, imagens
feitas pelo satélite geoestacionário europeu METEOSAT registraram a passagem do
bólido acima do território russo.
Vigilância do Espaço
Após a queda do meteorito, muitas pessoas passaram a culpar a
NASA, a agência espacial americana, por não ter monitorado o espaço
adequadamente ou até mesmo ter escondido a informação sobre o impacto.
Teorias
conspiratórias à parte, o que parece confundir a maioria das pessoas está na
própria incapacidade de detecção.
Afinal, se os
astrônomos observam galáxias a bilhões de anos-luz de distância, porque não
conseguem ver os asteroides que estão tão próximos, em rota de colisão?
Apesar de serem dúvidas aparentemente desconexas, a chave para a
resposta de ambos os questionamentos está no tamanho e no brilho dos objetos e
são essas características que tornam os asteroides tão difíceis de serem
detectados.
Antes de tudo é
preciso entender que os asteroides não são astros com luz própria, mas
refletores da luz solar.
Como a maioria deles
é formada por rochas pequenas e escuras sua observação se torna extremamente
difícil, principalmente quando se encontram visualmente próximos ao Sol, quando
a intensa luz da estrela ofusca completamente as observações.
Além disso, por se moverem muito rápido pelo céu são necessárias
técnicas especiais para sua detecção, que comparam centenas de imagens CCD
registradas diariamente na tentativa de identificar um possível ponto móvel em
cenas sequenciais.
Quando um candidato
a novo asteroide é detectado por algum telescópio, uma mensagem é imediatamente
enviada a outros observatórios informando as coordenadas celestiais da
localização do objeto.
Em seguida, após uma
série de observações a órbita do asteroide é calculada e só então a descoberta
é publicada.
Mesmo com toda a tecnologia disponível, o pequeno tamanho e o
baixo brilho impedem uma detecção a longa distância das rochas pequenas.
Quando as imagens revelam um novo objeto, este normalmente já
está bem perto da Terra e pouco pode ser feito.
FONTE: SITE
APOLO11.COM
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