Reprodução
da localização do Lago Vostok, na Antártida
quinta-feira,
7 de março de 2013
- Cientistas
russos acreditam ter descoberto novas formas de vida isoladas há milhões de
anos em um lago subglacial, abaixo da cobertura de gelo da Antártida, disse a
agência de notícias rusa.
Após mais de
uma década de perfuração intermitente, a Rússia atravessou no ano passado a
crosta congelada da Antártida e recolheu amostras da água de um vasto lago que
permaneceu intocado durante pelo menos 14 milhões de anos.
Os cientistas dizem que a escuridão gelada do lago Vostok, sob
cerca de 3,7 mil metros de gelo, pode revelar como era o planeta antes da Era
do Gelo e dar pistas sobre a vida em outros planetas.
"Após
excluir todos os contaminantes conhecidos, foi achado DNA bacteriano que não
bate com o de nenhuma espécie conhecida nas bases de dados mundiais",
disse à RIA Sergei Bulat, do Instituto de Física Nuclear de São
Petersburgo.
"Se (essas bactérias) tivessem sido achadas em Marte, então
sem dúvida teríamos dito que há vida em Marte - mas este é o DNA da Terra", disse ele.
"Estamos
chamando essa forma de vida de 'não identificada e não classificada'", revelou.
Cientistas
dos EUA e Grã-Bretanha também participam da corrida para tentar descobrir vida
nos ambientes mais extremos da Terra.
Neste ano,
uma expedição americana disse ter encontrado microscópicas células vivas em
amostras recolhidas de outro lago subglacial, o menos profundo Whillans.
Novos
estudos ainda estão sendo feitos para determinar que bactérias são essas e como
elas vivem.
Uma
iniciativa britânica para alcançar um terceiro lago, o Ellsworth, foi cancelada
em dezembro, por problemas na perfuração.
A vida nas
profundezas geladas pode revelar se é possível haver vida nas condições
extremas de Marte ou de Europa, uma lua de Júpiter.
A descoberta
russa veio com a análise da água que congelou na ponta da perfuratriz usada
para alcançar o Vostok - maior de uma rede de centenas de lagos sob a camada de
gelo que funciona como um cobertor, retendo a energia geotérmica.
Bulat e
outros membros da missão antártica russa não foram localizados pela Reuters
para comentar.
Mas Bulat
disse à RIA que os
cientistas aguardam mais amostras do lago para confirmar sua descoberta.
Por causa da
tecnologia usada para evitar contaminações do lago, a Rússia só obterá amostras
de água pura, sem contaminação pelo fluido de perfuração, dentro de alguns
meses
Para que o
querosene e o líquido anticongelante usados na perfuração não escorressem para
o lago, os engenheiros russos retiraram a sonda de modo a permitir que a água
se infiltre pelo terreno para cima, até o buraco, congelando-se por lá.
Meses
depois, os técnicos voltam para recolher essa amostra.
Mas Bulat
disse que micróbios desconhecidos
foram encontrados após a retirada de bactérias sabidamente existentes no fluido
de perfuração.
"Quando
tentamos identificar o DNA, ele não coincidia com o de nenhuma espécie
conhecida.
Seu grau
de similaridade era inferior a 86%. Isso é praticamente zero ao trabalhar com
DNA. Um nível de 90% nos diz que o organismo é desconhecido."
Uma nova
amostra, recolhida ainda mais profundamente, foi retirada em fevereiro e
chegará de barco a São Petersburgo em maio.
"Se
voltarmos a identificar o mesmo grupo de organismos naquela amostra de água
pura, então podemos dizer com confiança que encontramos nova vida na Terra", afirmou Bulat.
http://21dedezembro2012.blogspot.com.br/2013/03/russos-podem-ter-encontrado-nova-forma.html
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