[Imagem:
ESA/AOES Medialab]
quinta-feira, 7 de março de 2013
O módulo AIM ficará assistindo à distância, enquanto o projétil
DART atinge o irmão menor do asteroide binário Dídimo.
Asteroide Dídimo
A Agência Espacial Europeia (ESA) está
se preparando para lançar uma sonda espacial cujo objetivo é tentar desviar a
trajetória de um asteroide.
A recente passagem do meteoro na Rússia, gerando destruição e
causando ferimentos em centenas de pessoas, apressou vários estudos para o
desenvolvimento de capacidades para tentar desviar esses objetos celestes.
A ESA já vinha trabalhando com parceiros internacionais no
desenvolvimento da missão, chamada AIDA - Asteroid Impact and Deflection
Assessment (avaliação do impacto e deflexão de um asteroide, em tradução
livre)
E o grupo acaba de definir o alvo da missão: será um asteroide
duplo chamado Didymos, ou Dídimo (gêmeo)
O Dídimo é um binário, com dois asteroides girando um
em torno do outro - o asteroide primário tem cerca de 800 metros de diâmetro,
enquanto o satélite tem cerca de 150 metros.
Alterando a órbita do asteroide
A missão AIDA é um esforço internacional de baixo custo que
enviará duas pequenas naves para interceptar o asteroide.
Enquanto uma se destrói chocando-se contra o asteroide a uma
velocidade de 6,25 km/s, a outra grava tudo para registrar os efeitos do
choque.
Um possível efeito seria uma alteração no giro orbital dos dois
objetos.
Isso ajudará os cientistas a calcular o impacto necessário para,
no futuro, desviar um asteroide que ameace a Terra.
As duas naves serão concebidas para trabalhar de forma
independente e poderão atingir a maior parte dos seus objetivos sozinhas.
A sonda de colisão chama-se DART (Double
Asteroid Redirection Test, teste de redireção de um asteroide duplo) e está
sendo projetada pelo Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns
Hopkins, nos Estados Unidos.
A sonda de monitoramento chama-se AIM (Asteroid
Impact Monitor, monitor de impacto em um asteroide) e está
sendo projetada pela ESA.
Além de estudos sobre como desviar um asteroide, os cientistas
vão aproveitar para estudar sua composição, com vistas a uma eventual mineração
espacial futura.
[Imagem: ESA/AOES Medialab]
Impacto
do lixo espacial
O Dídimo não representa qualquer risco para o nosso planeta, mas
ele se aproximará o suficiente para ser visível por telescópios de 1 a 2 metros
de diâmetro na Terra, antes e depois do "ataque" da missão AIDA.
A visão muito mais próxima, feita pelo AIM,
fornecerá imagens muito precisas, permitindo a observação da dinâmica do
impacto, bem como da cratera resultante, e ajudando na validação dos modelos
teóricos.
A energia libertada no impacto do AIDA, a vários quilômetros por
segundo será semelhante à de um grande pedaço de lixo espacial atingindo um
satélite de comunicações.
Assim, a missão poderá ajudar também a modelar danos causados
nas naves pelo lixo espacial.
Em 2005, a sonda Impacto Profundo, da NASA, chocou-se com o
cometa Tempel 1.
Em 2011, a sonda Stardust fotografou a cratera, a primeira feita
pelo homem em um corpo celeste.
Segundas
e terceiras intenções
No início deste mês, a ESA pediu
aos pesquisadores que propusessem experimentos que possam ser levados na missão
ou feitos em terra, para aumentar o retorno científico da missão.
"A AIDA não é só uma missão a um asteroide, também se destina a ser uma
plataforma de pesquisa aberta a todos os tipos de utilizadores," diz Andrés
Gálvez, do grupo de estudos da ESA.
"O projeto tem valor em muitas áreas," concorda
Andy Cheng, o responsável pelo módulo de impacto, "das
ciências aplicadas e da exploração à utilização de recursos [minerais] dos
asteroides."
As propostas de novos experimentos podem incluir qualquer coisa
que esteja relacionada com impactos a hipervelocidade, ciências planetárias,
defesa planetária, exploração humana ou inovação em operações espaciais.
A missão planeja interceptar o Dídimo a uma distância de cerca
de 11 milhões de quilômetros da Terra, o que deverá acontecer em 2022.
FONTE: SITE
INOVAÇÃO TECNOLOGICA
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