sábado,
9 de fevereiro de 2013
Acho
que aqui estaríamos discutindo saúde, ser humano e não máquinas. Precisamos
rever nossos conceitos de Vida.
Organizações como OMS e FAO não veem riscos em produtos
geneticamente modificados que entraram na cadeia alimentar.
Os alimentos geneticamente modificados disponíveis no mercado
internacional não representam um risco à saúde maior que o apresentado por
alimentos obtidos por meio de técnicas tradicionais de cruzamento agrícola,
segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas
para Alimentação e para Agricultura (FAO), o Comissariado Europeu para
Pesquisa, Inovação e Ciência e várias das principais academias de ciência do
mundo.
A OMS diz que até hoje não foi encontrado nenhum caso de efeito sobre
a saúde resultante do consumo de alimento geneticamente modificado (GM) "entre
a população dos países em que eles foram aprovados"
Embrapa distribuirá feijão transgênico resistente a vírus a
produtores do país a partir de 2014
(Foto: ABr)
A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE),
reforçou essa posição quando divulgou, em 2010, o resultado de quase uma década
de análises de 50 projetos de pesquisa financiados pela UE sobre a segurança
dos alimentos GMs para a saúde humana, animal e do meio ambiente.
Segundo o documento, alimentos GMs "não oferecem risco maior à
saúde humana e animal ou ao meio ambiente do que plantas ou organismos
convencionais".
Os sinais apontam que hoje parece haver um consenso na
comunidade científica sobre a segurança dos alimentos GM, mas essa confiança
claramente se aplica mais aos testes e protocolos de biossegurança que aos
alimentos em si.
"Na comunidade científica, existe um consenso de que os
métodos de avaliação são suficientemente robustos para demonstrar a segurança
ou não desses produtos", disse à BBC Brasil o responsável pelo
laboratório de engenharia genética da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), Francisco Aragão.
Para o especialista, os protocolos de biossegurança em vigor,
baseados em análises de caracterização molecular e comparações de DNA de
plantas modificadas com o material genético de plantas não modificadas da mesma
espécie, "são tão confiáveis quanto os protocolos para análise de qualquer
outro alimento".
Feijão à prova de vírus
A Embrapa é a primeira instituição pública do país a desenvolver
e a conseguir autorização para comercialização de uma planta transgênica: um
feijão resistente a um vírus que deve ser distribuído a fazendeiros a partir de
2014.
Se essa variante, aprovada pela Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (CTNBio) em em 2011, deu certo, o mesmo não pode ser dito de um
outro tipo de feijão que foi "reprovado" nos testes de segurança.
"Geramos um feijão no início dos anos 1990 com uma proteína
que vem da castanha-do-pará chamada de 2F", diz Aragão.
"Quando começamos a seguir o protocolo de biossegurança,
descobrimos que essa proteína tinha potencial de ser alergênica.
Com isso, paramos."
Casos como esse, de produtos que foram abandonados nos
laboratórios depois de se mostrarem danosos à saúde, poderiam ser vistos como
prova dos perigos inesperados de modificações genéticas.
Mas, para Aragão, o caso deve ser analisado como uma prova da
eficácia dos protocolos de biossegurança.
"Qualquer experimento pode dar errado.
Isso serve para automóveis, geladeiras, celulares, aviões,
lâmpadas fluorescentes.
Durante os testes, aviões caem, mas isso não quer dizer que o
produto final não seja seguro.
É para isso que existe o protocolo."
No Brasil, qualquer instituição ou empresa que quiser fazer
pesquisas envolvendo modificação de genes precisa se cadastrar na CTNBio,
ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
O órgão também avalia os pedidos de liberação para
comercialização de alimentos geneticamente modificados no país.
Entre 1998 – quando foi concedida a autorização para plantio da
soja Roundup Ready, da Monsanto, tolerante a herbicida – até hoje, foram
liberadas cinco variantes de soja transgênica, 18 de milho, 12 de algodão e uma
de feijão.
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