quinta-feira,
21 de março de 2013
O maior projeto científico da humanidade tenta reproduzir
a energia do sol em um reator para fins comerciais.
Inaugurado na segunda quinzena de Janeiro em Cadarache na França
a sede do ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor)
ou (Reator Experimental Termonuclear Internacional – em português).
Um projeto multinacional em larga escala, designado a desenvolver
a fusão nuclear do sol para a geração de energia comercial.
O ITER surgiu na necessidade de se gerar uma nova fonte de energia,
visto que desde o século 19 as maiores fontes de energia são a queima de carvão
e combustíveis fósseis, o que tem mostrado prejudicial ao meio ambiente com a
emissão de gases nocivos para o clima do nosso planeta.
Segundo estudos o consumo global de energia está previsto para
triplicar até o final do século e as reservas de combustíveis fósseis se
esgotarão além da conseqüência ambiental a sua exploração ser grave.
O projeto nasceu em 1985 com a União Soviética, Estados Unidos,
União Européia e Japão.
A China e a Coréia se juntaram ao projeto em 2003 e a Índia em
2005, juntas,
essas seis nações representam mais da metade da população do
mundo.
Objetivo e Funcionamento
O projeto consiste em formar a fusão que geral o calor do sol em
um reator chamado tokamak.
Como ocorre a fusão que gera o calor do
sol?
Átomos de hidrogênio se fundem formando átomos de hélio e o resultado
dessa fusão libera energia, isso a temperatura exageramente elevada.
No tokamak serão dois átomos de hidrogênio que serão submetidos a 150
milhões de graus Celsius e darão origem num átomo de hélio liberando assim
energia através dessa reação, para se ter uma ideia, a fusão que ocorre no
núcleo do sol é 10 vezes menor do que a que irá acontecer no tokamak.
O Tokamak (reator que irá fabricar o processo)
está previsto para ficar pronto até 2020 e custará aos países envolvidos, União
Européia com 45% de participação, Estados Unidos, Japão,
China, Rússia, Índia e Coréia do Sul com 9,1% cada –
representando 34 países, um total de U$$ 15 bilhões
(R$ 32 bilhões).
A ideia é que depois cada país tenha o seu próprio tokamak.
O Brasil foi convidado para participar como cotista do projeto do
ITER, mas negou a proposta por considerar que o país não tem imediata
necessidade de energia nuclear, além de ter que desembolsar grande quantidade
de dinheiro,
segundo o Ministro da ciência e tecnologia Sérgio Rezende.
Mas o interesse do Brasil participar do projeto não seria
somente político,
para o grande reator fazer a fusão nuclear serão necessários
condutores fabricados com ligas metálicas à base de Nióbio e Titânio e o Brasil
possui nada menos que 98% das reservas mundiais de Nióbio, eles são necessários
porque suportam elevadíssimas correntes elétricas necessária para funcionar a
bobina do reator, além disso a organização do ITER
desejava construir no país uma fábrica para a fabricação das ligas metálicas.
Mas o Brasil continua participando do projeto, só que
indiretamente,
vendendo
Nióbio para os fabricantes dos condutores de quem o
ITER
irá comprar
O Tokamak
O tokamak do ITER terá 60 metros de altura,
equivalente a um edifício de 20 andares, e seu peso somado ao da fundação
antiterremoto chegará a 400 mil toneladas.
A construção do tokamak consumirá muito aço: 23 mil toneladas.
A torre Eiffel, para se ter uma ideia, necessitou 7.300
toneladas.
A previsão dos técnicos do ITER é de que o equipamento possa
produzir aproximadamente 1,3 mil megawatts (MW)
Para alguns componentes do tokamak serem transportados do porto
de Marselha até Cadarache, sede do ITER, o governo francês teve de reconstruir
parte da estrada de 104 quilômetros que os separa.
O mais pesado terá 900 toneladas, incluindo o veículo, e o mais
alto, 10,6 metros, sendo que alguns atingem 61 metros de extensão.
Veja as fotos da escavação aqui
Dificuldades
Dificuldades de engenharia, como a fabricação dos componentes em
países distintos para depois ser levado à França, e a colaboração dos países
envolvidos ainda não foram todas sanadas, administrar e gerenciar a captação de
recursos dos países envolvidos é complicado, além das diferenças culturais que
se envolve.
Para o Diretor Geral do ITER Osamu Motojima
a energia de fusão é a única maneira de conciliar enormes demandas conflitantes
que confrontam a humanidade, mais cedo ou mais tarde e o uso dessa energia é um
“must”,
se quisermos ser sérios sobre embarcar em desenvolvimento sustentável para as
gerações futuras.
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