ALMA - Atacama - Chile
Foto/crédito: Renato
Cabral
QUARTA-FEIRA, 13 DE MARÇO DE 2013
Por Gério Ganimedes
Situado em uma região inóspita, no entanto posicionado
estrategicamente em um lugar de céu limpo e cristalino, quase que sem nenhuma
contaminação atmosférica tanto residual como luminosa, está instalado o melhor
telescópio do mundo, que permitirá que os homens admirem digitalmente o
firmamento, registrando o nascer e o morrer da vida no cosmos como nunca antes
fora possível.
Uma região que talvez guarde segredos e mistérios ancestrais, e
que talvez já tenha sido lugar sagrado, onde índios reuniam-se envolta de
fogueiras e sob orientação de seus guias espirituais, contemplavam o firmamento
noturno buscando respostas em mundos espirituais e místicos, para assim como
nós hoje, encontrarem nas estrelas uma explicação para a origem da vida através
das luzes das estrelas,
constelações e galáxias.
Depois de uma década em construção, quatro das primeiras sessenta
e seis antenas que fazem parte da matriz ou rede do ALMA (Atacama Large Millimeter
Array), tiveram sua previsão de ativação nesta terça-feira (12).
O ALMA complexo
do Observatório Europeu do Sul, localizado a 5000 metros de
altitude, no planalto de Chajnantor, na Região II do Chile, foi construído no
fundo do deserto chileno, em um dos lugares mais secos da Terra.
Espera-se que esta obra titânica da engenharia
astronômica, permita aos astrônomos saberem mais sobre nossas origens, olhando
para trás,
como uma máquina do tempo, para quase os primórdios da formação
do universo.
A potência deste telescópio esta relacionada ao trabalho
conjunto de antenas, pois em vez de uma única antena de rádio-telescópio, ele
será composto no final do projeto, por 66 antenas gigantes (uma rede de
rádios-telescópios) que reúnem as fracas ondas de rádio do espaço,
enviando-as logo a seguir para serem processadas por um
superprocessador.
ALMA - Atacama - Chile
Foto/crédito: Renato Cabral
Ao coletar as ondas de rádio em vez da luz, o ALMA pode
olhar através das densas nuvens de poeira do espaço profundo. Isto vai dar aos
astrônomos uma visão de galáxias momentos após o Big Bang.
Ele também poderá olhar individualmente para planetas e
estrelas, para saber como elas se formaram. Isso pode acender nas mentes dos
astrônomos uma luz sobre a nossa criação, pois se acredita que elementos
ejetados por estrelas moribundas, transformaram-se em sementes geradoras, o Gênesis,
criando o sol, os planetas de nosso sistema solar e eventualmente os seres humanos.
Somando-se os preciosos recursos do ALMA, ele
poderá nos dizer muito mais sobre de onde veio a vida, talvez, quem sabe
encontrando traços de compostos de água ou produtos químicos similares aos do
DNA.
Segundo o cientista Brian Ellison, gerente de instalações do
projeto ALMA e do
Conselho de Ciência e Tecnologia do Reino Unido:
“Diz-se que são todos feitos de poeira estelar.
O ALMA irá responder certas perguntas sobre de
onde viemos”.
Ilustração/crédito: Daily Mail UK - Science
ALMA - O Melhor Telescópio do Mundo
O telescópio co-construído por empresas britânicas, ainda não está
operando em força máxima, mas quando todos os 66 pratos estiverem operando em
uníssono, as imagens resultantes devem ser 10 vezes mais nítidas do que as do
telescópio espacial Hubble.
Para obter tais imagens a partir de um único rádio telescópio
baseado em terra, este teria que ter 16,09 quilômetros de
largura.
O deserto chileno foi escolhido porque é um dos poucos lugares
no mundo onde ainda é possível encontrar um local alto e seco que não seja
afetado pela poluição da luz artificial.
A aridez é particularmente importante, pois a umidade do ar
absorve as ondas de rádio que os pratos estão tentando capturar.
No entanto enquanto o local promete bons resultados científicos,
a região costeira dos Andes apresenta dificuldades para aqueles que trabalham
lá.
Para manterem-se a salvo da doença da altitude, o trabalho tanto
quanto possível é feito em um centro de controle no térreo.
Visitas ao local do telescópio são as mais curtas possíveis e os
trabalhadores carregam tanques de oxigênio para casos de emergência em função
do mal da altitude.
Fonte: Daily Mail UK - Science
Texto: Gério Ganimedes
Fotos: Renato
Cabral
Há algum tempo atrás, tivemos a oportunidade de conhecer o
deserto do Atacama e as instalações do ALMA,
através dos olhos atentos e a narrativa em forma de diário de bordo, de nosso
amigo e pesquisador Renato Cabral, durante uma de suas viagens, narradas aqui
no Projeto Quartzo Azul, através das postagens Diário
de Cabral.
Quinta-feira, 29 de
dezembro de 2011.
ALMA - Atacama - Chile
Foto/crédito: Renato Cabral
"...Saudações!
Estou no Chile como o previsto.
Posso dizer que até onde viajei, o Chile é um grande deserto.
Saí de San Pedro de Atacama e agora estou em uma localidade
chamada Caldera.
Bem todas as cidades são pequenos oásis em meio ao deserto.
Pouca vegetação, clima extremo, muita areia, e observa-se
somente vida em concentração, fora dos limites das cidades, completamente
árido,
desértico.
Hoje aqui em Caldera, acordei com um tremor, achei que fosse um
tremor, não quis acreditar, porém quando abri o Projeto
Quartzo Azul e fui verificar nos indicadores, liguei a TV e as noticias
locais confirmaram um tremor em Copiapó.
Bem, notícia boa é que subi o vulcão Toco -5600
metros, posso dizer a vocês, que sei o que é sofrer,
passei muito mal, falta de oxigênio, mas rompi a barreira (risos)
Cheguei ao cume.
Lá de cima consegui uma foto do Projeto
ALMA, informando que e impossível chegar perto, pois seguranças com
carros vigiam o local estilo CIA, FBI,
conforme informações do meu guia..."
Renato Cabral
Comentário do Autor
...
Penso que seja extremamente necessário observarmos o universo para
compreendermos como tudo no cosmos se cria e se transforma que devemos investir
em projetos e ferramentas que nos ajudem a progredir cientifica e
astronomicamente, no entanto projetos como este, custaram bilhões de dólares,
tanto em equipamento como em mão de obra e enquanto homens buscam vida nas
estrelas, sentados em confortáveis cadeiras, tentando encontrar sua origem, por
apenas mais uma corrida tecnológica, vitória pessoal, ou reconhecimento da
comunidade astronômica, crianças perdem suas vidas bem aqui, diante de nossos
olhos nus, famintas, sem educação, sem cultura, sem saúde, sem uma luz lhes
guiando, para saberem ao menos quem são seus pais terrenos.
Gério Ganimedes
Direitos Reservados – Projeto Quartzo Azul©©
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