segunda-feira,
15 de abril de 2013
NASA, e muitas outras empresas do setor privado, querem colocar o
homem em Marte.
Agora uma equipe da Universidade de Washington, com
financiamento da agência espacial,
está para começar a construir um motor de fusão, o qual poderá
levar os humanos até o planeta vermelho em somente 30 dias de viagem, e tornar
outras formas de viagem espacial obsoletas.
“Pelo uso de foguetes convencionais é
praticamente impossível para os humanos explorarem muito além da Terra“, disse
o chefe de pesquisas, John Slough, um professor pesquisador de aeronáutica e astronáutica daquela
universidade.
O Foguete Impulsionado por Fusão (Fusion Driven Rocket - FDR) é um
sistema de 150 toneladas que usa magnetismo para comprimir bandas metálicas de
lítio ou alumínio ao redor de pelotas combustíveis de deutéri-trício, a fim de
iniciar a fusão.
A reação de microsegundos resultante força a massa propulsora
para fora a 30 mil quilômetros por segundo, e seria capaz de pulsar a
aproximadamente cada minuto, evitando o dano da força-g aos ocupantes da
espaçonave.
As pelotas de combustível ejetadas pelo foguete fornecem a
propulsão.
E devido ao fato de que todo o processo é magneticamente
controlado, há muito pouco desgaste do foguete.
Uma pelota do tamanho de um grão de areia forneceria a mesma
propulsão de 3,7 litros de combustível convencional de foguete.
Tudo isso requer energia elétrica para controlar e conter a
reação, mas o Dr. Anthony Pancotti,
um engenheiro em propulsão avançada, disse que a espaçonave
poderia gerar a eletricidade a partir de paineis solares.
“Ela é muito escalável; podemos obter
a fusão em uma escala muito menor“, disse ele.
“Poderíamos utilizar painéis de 200KW, o que é
aproximadamente a mesma energia gerada pelos paineis solares da Estação
Espacial InternacionalProtótipo do foguete FDR, em Washington, DC.
Utilizando-se o sistema FDR, o tempo de
vôo para Marte poderia ser de 30 a 90 dias,
comparado com os oito meses que levaram para enviar o
jipe-sonda Curiosity para aquele planeta.
A viagem de 30 dias necessitaria três dias de operação dos
foguetes para que a nave alcançasse a velocidade necessária, e outros três dias
para reduzir sua velocidade, a fim de colocá-la na órbita de Marte.
Tal foguete também seria consideravelmente mais barato para
lançar do que os tradicionais sistemas de foguete químico, já que há muito
menos combustível para carregar e conduzir a nave para fora da gravidade antes
mesmo de começar a viagem.
O projeto proposto para uma espaçonave de 150 toneladas
permitiria que aproximadamente um terço de sua massa seja usada para carga,
humana ou material, e o tempo reduzido de vôo encurtaria a exposição dos
astronautas aos efeitos da radiação solar.
Muitas missões espaciais usam a fricção da atmosfera para a
desaceleração, pois é uma forma de economizar propulsor.
Este foguete porém é tão eficiente que o uso da fricção
atmosférica para a desaceleração não faz sentido, já que o peso do escudo
necessário para a manobra é maior do que o do propulsor FDR necessário para
reduzir a velocidade.
A equipe testou todas as partes do FDR em laboratório e agora
irá iniciar a construção de um foguete totalmente funcional, graças ao
financiamento do Programa de Conceitos Avançados Inovadores da NASA, o qual
almeja financiar tecnologia espacial a longo prazo.
O FDR é somente um de 10 projetos que entrarão para a fase dois do
programa de financiamento.
Esse prêmio de US$ 600.000 irá permitir a fabricação de um
sistema FDR para a prova de conceito nos próximos 18 meses, e uma aeronave funcional estará pronta em 2020, de
acordo com Pancotti.
Contudo, se a NASA injetar mais dinheiro no projeto, o
cronograma poderá ser ainda mais curto.
Dadas as restrições financeiras do governo dos EUA, isso
provavelmente não ocorrerá, mas o foguete FDR tem o potencial de tornar as
espaçonaves de combustível químico tão obsoletas quanto os motores a vapor para
o transporte sobre o solo.
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