Meditação é uma maneira de encarar a crise real da
vida, de encarar o próprio crescimento e as dores crescentes.
A filosofia distrai, a teologia engana, a política somente o
mantém ocupado com coisas estúpidas, a arte somente decora a cela e a ciência
ainda não é corajosa o bastante para atacar o problema real, assim
ela fica trabalhando sobre coisas, sobre o exterior.
Religião é esta coragem de penetrar na
realidade paradoxal de ambos, nascimento e morte, matéria e mente, isto e
aquilo.
Muito poucas pessoas foram religiosas— um
Buda, um Krishna, um Zaratustra.
E toda pessoa pode ter essa satisfação de ser
religiosa, toda pessoa pode viver Deus.
Mas então você terá de renunciar a muitas coisas, suas
filosofias, suas religiões, suas estúpidas ocupações...
E não estou dizendo que você deva renunciar ao mundo — sua
esposa, seus filhos, seu trabalho — não.
Este não é o problema.
O problema real está em suas crenças; você
terá de renunciar a suas crenças.
Mas o que acontece no mundo?
Alguém se farta do mundo, renuncia aos filhos e à família e
escapa para uma caverna dos Himaiaias ou para algum mosteiro católico.
Ele renuncia a tudo, exceto a suas crenças.
Ele carrega essas crenças para o mosteiro, e elas são as
coisas reais às quais ele deve renunciar.
Ensino meus sannyasins a renunciarem
às crenças, aos conceitos, aos preconceitos.
O mundo é perfeitamente belo, pois ele é o Deus
visível.
Renuncie apenas às atitudes que lhe foram
ensinadas, às quais você foi condicionado.
Osho, em "A Sabedoria das Areias
Discursos Sobre o Sufismo"
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