domingo, 2 de junho de 2013

A raiz de toda escravidão e as novas escravidões | palavras de Osho

O homem nasce escravo e permanece escravo durante toda a sua vida — escravo dos desejos, da luxúria, do corpo ou da mente, mas sempre o mesmo escravo
Desde o nascimento até a morte, há um longo combate contra a escravidão.
A religião consiste de seres livres.
Religião é liberdade, libertação da escravatura.
Mas o homem continua jogando consigo mesmo, enganando a si mesmo, porque isso é fácil.
Ser completamente livre é muito difícil.
É necessária uma cristalização do interior, é necessário um centro.
Até agora, não existe nenhum centro em seu interior, você não é um ser cristalizado
 — é apenas um caos.
Pode ser que seja uma assembleia, mas um indivíduo não.
Algumas vezes, um desejo o domina e torna-se o presidente da assembleia.
Pouco mais tarde, o presidente vai embora ou é descartado e outro desejo o domina.
Você se identifica com cada desejo e diz:
“Eu sou isto.”
Quando o sexo está na presidência, você se torna o sexo; quando a raiva está na presidência, você se torna a raiva; quando o amor está na presidência, você se torna o amor.
Nunca se lembra de que você não pode ser isto ou aquilo — sexo, raiva, amor
Não!
Você não pode ser, mas identifica-se com a presidência, com qualquer coisa que esteja sendo poderosa num determinado momento.
E esse presidente vai mudando, porque quando um desejo é preenchido temporariamente é arremessado para fora da presidência.
Então outro, o que está mais próximo em exigência — fome, sede, amor — torna-se o presidente.
E você identifica-se com cada desejo, com cada escravidão.
Essa identificação é a raiz-causal de toda escravidão e, a menos que a identificação desapareça, você nunca será livre.
Liberdade significa desaparecimento da identificação com o corpo, com a mente, com o coração ou com qualquer coisa assim denominada.
Este é o fato básico a ser compreendido: o homem é um escravo, nasce escravo, nasce chorando e gritando pela satisfação de alguns desejos.
A primeira coisa que uma criança faz ao nascer é chorar.
E isso permanece durante toda a sua vida.
Você está sempre chorando por isto ou por aquilo.
A criança chora pelo leite — você pode estar chorando por um palácio, por um carro ou por qualquer outra coisa, mas o choro continua.
Só pára quando você está morto.
Toda sua vida é um longo choro eis porque existe tanto sofrimento.
A religião lhe dá as chaves para torná-lo livre, mas se a vida de escravidão lhe é conveniente, confortável, você cria falsas religiões que não lhe dão qualquer liberdade,
que simplesmente acrescentam outros tipos de escravidão.
O cristianismo, o budismo, o hinduísmo ou o islamismo, do modo como são organizados,
estabelecidos, são novos tipos de aprisionamento.
Jesus é liberdade,
Maomé é liberdade,
Krishna é liberdade,
Buda é liberdade, mas o budismo, o maometanismo, o cristianismo, o hinduísmo não são — apenas imitam a liberdade.
Então, uma nova escravidão nasce: você não é escravo apenas dos seus desejos, dos seus pensamentos, dos seus sentimentos, dos seus instintos, é escravo dos sacerdotes também.
Mais escravidão acontece a partir das suas falsas religiões, e nenhuma modificação ocorre em você.
Osho, em "A Semente de Mostarda"
Imagem por AZRainman

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