quarta-feira, 3 de julho de 2013
Os cientistas do Centro de Tecnologias de Vórtices de
Novosibirsk, na Sibéria,
pretendem testar um reator no qual, em condições de
microgravidade, poderiam ser cultivados órgãos humanos e obtidos materiais
químicos com novas propriedades.
Eles afirmam que no espaço, em condições de microgravidade,
seria bem possível criar até seres “extraterrestres”.
Yuri Ramazanov, diretor do Centro de Novosibirsk, revela:
“Desenvolvemos um aparelho que poderá misturar líquidos na
ausência de peso, em condições de microgravidade.
Na segunda metade deste ano nós planejamos testá-lo no
laboratório espacial do Centro Gagarin de treinamento de cosmonautas.
Se tudo for confirmado em mais de 50%, então poderemos seguir
para a Estação Espacial Internacional, onde pretendemos desenvolver as
pesquisas biológicas”
Ramazanov acrescenta:
“Na Terra, é difícil para os objetos tridimensionais crescerem
igualmente em todas as direções porque domina a força que age para baixo, a
gravidade.
Tentativas de criar microgravidade na Terra foram feitas mas,
por enquanto, ainda não há sucesso nessa direção.
Estão sendo feitos trabalhos na área de cultivo de órgãos, mas
organismos biológicos tridimensionais crescerão melhor em gravidade zero porque
eles podem fazê-lo simultaneamente em todas as dimensões, uma vez que não
haverá uma força dominante.”
Segundo Yuri Ramazanov, “não está longe o dia em que um
organismo completamente diferente dos seres terrestres poderá ‘nascer’ em
órbita.
Vai ser um verdadeiro alienígena, um extraterrestre.
Obter um organismo vivo com propriedades fundamentalmente novas
é absolutamente viável.
Já foi cultivada em órbita uma bactéria – a salmonela –, e,
quando a trouxeram de volta, ela era 20 vezes mais perigosa.
Por isso, é possível obter polímeros com propriedades completamente
novas.
E, provavelmente, será possível obter seres vivos também.”
O desenvolvimento dos cientistas de Novosibirsk também tem um
uso bastante prático.
Ele poderá ajudar a sustentar a vida dos astronautas.
Atualmente, e principalmente durante as missões espaciais de
longo curso, para os quais a humanidade se está preparando, os resíduos
acumulados pelas tripulações devem ser reciclados de alguma forma.
E o reator da Sibéria poderia transformar em glucose, por
exemplo, os lenços higiênicos usados pelos astronautas.
Por Elena Kovachich, para a Voz da Rússia
Fonte: Voz da Rússia
Contribuição: Paulo Poian
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