domingo, 4 de agosto de 2013
Cientistas rastrearam antepassados comuns aos homens e às
mulheres.
Conclusão é de que eles viveram entre 99 mil e 156 mil anos
atrás.
Os ancestrais comuns mais recentes a todos os homens e todas as
mulheres modernos viveram quase na mesma época, segundo um novo estudo feito
pela Universidade Stanford, nos EUA. Os chamados "Eva mitocondrial" e "Adão
cromossomial-Y", dos quais alguns genes podem ser encontrados em toda a
humanidade atual,
não são as figuras descritas na Bíblia e nem chegaram a se
conhecer.
Apesar disso, novas pesquisas indicam que essa mulher viveu
entre 99 mil e 148 mil anos atrás, enquanto o precursor do homem habitou a
Terra entre 120 mil e 156 mil anos atrás.
Os resultados foram publicados na edição de sexta-feira
(2) da revista "Science"
Segundo o autor sênior Carlos Bustamante, professor
de genética em Stanford, trabalhos anteriores indicavam que esse antepassado do
homem havia vivido bem antes da mulher, entre 50 mil e 115 mil anos atrás, o
que agora foi revisto.
De acordo com a ciência, esse homem e essa mulher não foram um
casal, mas tiveram a sorte de passar com sucesso, através dos milênios, partes
específicas de seus DNAs, como o cromossomo Y (que determina o sexo
masculino, passado de pai para filho) e o genoma mitocondrial (presente
nas mitocôndrias, as usinas de energia das células, e transmitido de mãe para
filho ou filha).
Isso significa que outros ancestrais humanos não tiveram essa
sorte, e seus genes acabaram desaparecendo por causa da seleção natural e de um
processo aleatório conhecido como deriva genética, que provoca mudanças no DNA
de populações ao longo do tempo.
Na opinião do principal autor do estudo, David Poznik, muitos
antepassados podem ter morrido por um evento ainda não identificado.
"É possível que haja elementos na história demográfica
humana que predispuseram essas linhagens a fundir-se em determinados
momentos", explica.
69 homens analisados
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores compararam
sequências do cromossomo Y entre 69 homens de nove regiões do planeta, como
Namíbia, República Democrática do Congo, Gabão,
Argélia, Paquistão, Camboja, Sibéria e México.
Novas tecnologias de sequenciamento genético permitiram que os
cientistas identificassem cerca de 11 mil diferenças entre as sequências
estudadas.
A partir daí, foi possível construir uma "árvore
genealógica" mais completa para o cromossomo Y.
Os resultados obtidos apontaram uma taxa anual de mutação do
cromossomo Y, após serem ajustados com um evento bem conhecido pela ciência: a
ocupação humana das Américas, há 15 mil anos.
Isso porque mutações genéticas compartilhadas atualmente por
todos os nativos americanos provavelmente existiam desde antes do povoamento
das Américas.
Paralelamente, eles fizeram uma análise parecida com o DNA
mitocondrial, e viram que as duas árvores coincidiam em sua origem.
Segundo os autores, a nova árvore do cromossomo Y também esclareceu
algumas relações populacionais, até então desconhecidas, que ocorreram quando
os seres humanos migraram para fora da África, Europa e Ásia.
Além disso, a árvore é um exemplo da profundidade da diversidade
genética presente entre os africanos modernos,
destaca a pesquisa.
FONTE: G1.COM
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