O QUÊ DIZEM OS
CIENTISTAS?
sábado,
24 de agosto de 2013
O fim do mundo pode acontecer de
diversas maneiras, depende de para quem você pergunta.
Por exemplo, alguns acreditam que o
cataclismo global vai acontecer quando os pólos magnéticos da Terra se
inverterem.
Quando o norte virar o sul, os
continentes vão se mover, gerando terremotos massivos, mudanças climáticas e a
extinção das espécies.
O histórico geológico
mostra que os pólos já se reverteram centenas de vezes na história; isso
acontece quando grupos de átomos de ferro no núcleo externo líquido da Terra se
alinham de maneira oposta, como ímãs orientados para a direção oposta daqueles
que estão ao redor.
Quando os inversos chegam a ponto de
dominar o núcleo, os pólos da Terra se invertem.
A última vez que isso aconteceu há
cerca de 780 mil anos, na Idade da Pedra, e realmente há evidência de que o
planeta esteja nos estágios iniciais de mais uma reversão.
Mas as grandes preocupações
evidenciadas por Hollywood em filmes de catástrofes não são verdadeiras.
Não veremos a Terra se partir ou
magma ser expelido de bueiros e encanamentos, muito menos precisaremos fugir de
raios cósmicos mortais.
“A
mudança mais dramática que pode ocorrer com a reversão dos pólos, é uma grande
diminuição na intensidade do campo magnético”, afirma Jean-Pierre Valet, que conduz pesquisas em mudanças geomagnéticas no
Instituto de Física Terrestre de
Paris.
O campo magnético da Terra leva
entre mil e 10 mil anos para se reverter,
e durante esse processo, ele diminui
muito até se realinhar.
“Não é
uma mudança súbita, mas um processo lento durante o qual a força do campo fica
fraca e pode mostrar mais de dois pólos durante algum tempo para então ficar
forte e se alinhar na posição contrária”,
comenta a cientista Monika Korte.
Os cientistas dizem que é o
enfraquecimento a pior fase para os terrestres.
De acordo com John Tarduno, professor de geofísica
na Universidade de Rochester, um campo magnético
forte ajuda a proteger a Terra da radiação solar.
“Ejeções
de massa coronal algumas vezes atingem a Terra e algumas das partículas
associadas às EMC podem ser bloqueadas pelo campo. Com um campo fraco, o escudo
é menos eficiente”, afirma.
As partículas carregadas que
bombardeariam a Terra, durante as tempestades solares, iriam cavar buracos na
atmosfera, e isso poderia machucar os humanos.
“Buracos
na camada de ozônio poderiam se formar com a interação de reações químicas.
Eles não seriam
permanentes, mas poderiam existir durante um até dez anos – o que é
significante em termos de câncer de pele”, afirma Tarduno
Valet concorda que um campo
magnético mais fraco poderia levar à formação de buracos na camada de ozônio.
O cientista escreveu um artigo
recentemente comentando a ligação entre o fim dos Neandertais, nossos primos
ancestrais, e a diminuição na intensidade do campo magnético, que ocorreu no
mesmo período.
Outros cientistas não estão
convencidos de que exista uma conexão entre a reversão dos pólos e a extinção
de espécies.
“Mesmo
que o campo fique muito fraco, na superfície da Terra nós estamos protegidos da
radiação pela atmosfera.
Assim como não
conseguimos perceber a presença geomagnética agora,
provavelmente não
sentiríamos nenhuma mudança significativa com uma reversão”, afirma Korte
Mas há mais implicações nisso.
Uma total redução do campo magnético
terrestre pode sim ter graves consequências para os humanos.
Nos tempos da Guerra Fria, a Rússia
conduziu testes expondo cosmonautas à radiação existente fora da atmosfera para
observar seus comportamentos em um ambiente de magnetismo zero e criar um
padrão que explicasse corretamente o que aconteceria aos humanos caso houvesse
um total colapso do campo.
O resultado foi surpreendente: de início havia uma calmaria, mas rapidamente os cosmonautas se
tornaram agressivos e passaram a atacar uns aos outros; por fim, os homens ficaram
completamente loucos.
Isso mostrou que há uma conexão
entre a força magnética e a razão e que,
inevitavelmente, sem uma a outra
inexistiria.
As consequências disso em um
ambiente como a Terra, com bilhões de pessoas e outros seres, seriam altamente
catastróficas.
Não é exagero dizer que a partir do
momento em que o campo magnético atingir o ponto zero teremos caos generalizado
em pouco tempo
Nossa tecnologia também estaria em
perigo.
Mesmo hoje, tempestades solares
podem danificar satélites, causar apagões e interrupção das comunicações de
rádio.
“Esse
tipo de influência negativa com certeza iria aumentar se o nosso campo ficasse
mais fraco, e seria importante encontrar estratégias de segurança”.
Outra preocupação adicional é que a
diminuição e reversão do campo desorientariam todas as espécies que utilizam o
geomagnetismo para se orientar, incluindo abelhas, salmões, tartarugas,
baleias, bactérias e pombos.
Não há consenso entre os cientistas
sobre como essas criaturas se orientariam.
Os cientistas afirmam que muitos dos
desastres no imaginário popular são pura fantasia.
Definitivamente não aconteceria
nenhuma quebra ou mudança nos continentes.
A primeira prova é o histórico
geológico.
"Quando
a última mudança dos pólos aconteceu, nenhuma mudança na ordem dos continentes ou desastre ocorreu, e os
fósseis estão aí para provar isso”, comenta o
geólogo Alan Thompson
Os cientistas explicam que as
mudanças no núcleo líquido da Terra acontecem em uma instância completamente
diferente das convecções no manto terrestre (que geram os movimentos nas placas tectônicas e nos
continentes).
O núcleo líquido realmente
encosta-se no fundo do manto, mas levaria dezenas de milhões de anos para as
mudanças internas influenciarem o movimento das placas.
O campo magnético está no momento se
enfraquecendo, provavelmente devido a um crescimento na reversão do núcleo
líquido embaixo do Brasil e do Atlântico Sul.
De acordo com Tarduno, a força do campo magnético terrestre “vem
diminuindo por pelo menos 160 anos a um nível muito rápido, o que leva alguns
cientistas a especular que estamos caminhando para uma inversão”
Isso talvez possa acontecer, ou não.
A Terra é um sistema muito complexo
para os cientistas adivinharem o que esperar.
De qualquer modo, o processo vai
levar alguns milhares de anos, o que nos dá tempo para nos ajustarmos às
mudanças se, E SOMENTE SE, não estivermos sendo enganados pelos governos e a mudança já
tenha começado.
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