AO EGO COM CARINHO
SEGUNDA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 2013
Por Rosam Cardoso
Agradeço ao ego tudo que, ao longo
desta existência, lutou para proteger, orientar, organizar e defender.
A tudo que desde tenra idade
construiu, atitude após atitude,
num comportamento fiel e dedicado de
prestação de serviço para o bem comum do meu ser.
Agradeço de coração a refinada teia
de medos, suspeições e receanças que compuseram o arcabouço de defesas perante
o mundo externo e interno, arquitetadas junto aos sentidos e as glândulas –
guardiãs do portal das ameaças e gestoras hormonais dos líquidos e
emoções.
Rendo graças a cada momento de
timidez, ansiedade, sudorese,
angústia, falta de ar, taquicardia,
irritabilidade, raiva,
ressentimento, constipação,
ambivalência, indecisão, arrogância,
orgulho, desmaio, apatia, ciúme,
controle, teimosia..., a cada estado instaurado no decorrer de minha criação e
que me defendeu das consequências da falta de presença, de compreensão, de amor
e de perigo nas esquinas e becos das relações
Agradeço-lhe por cingir todo
preconceito, moral, preceitos e rotulações que nortearam a forma de como li o
mundo e como me comportei diante dele
Compreendo que as memórias foram se
acumulando uma a uma e se transformaram em sólida armadura, a ponto de me
tornar previsível e rotineiro.
Agradeço também por isso.
Por saber que o ego nada mais quer do
que minha segurança.
Regozijo-me por sua fidelidade em
cada instante em que meus pais não tiveram paciência, disponibilidade e
transferiram para mim suas dores, decepções, frustrações e projetaram seus
sonhos e expectativas.
Eles só sabiam amar na dimensão de
sua consciência.
E como me amaram!
Também eles não foram despertados ao
amor próprio e deram o que, para eles, era o melhor.
Entre tapas e beijos, o sumo,
proporcionou-me a oportunidade de continuar.
E tu, meu ego, por mais que soubesses
temperar minha armadura emocional e racional, sobraram frestas por onde os
fluidos do meu ser autêntico puderam almejar libertar-se como alma desnuda
Sei que sua história remonta ao
primeiro instante em que comecei a ser “eu”.
Quando o real não era a realidade,
mas o real de realeza, de príncipes e princesas alados na magia do devir,
quando a memória ainda guardava vibrações amnióticas e tudo era mistério.
Sei que tu és a joia arquitetada pela
natureza para resguardar minha sobrevivência a todo custo, mesmo que para isso
tenhas que escamotear meus sonhos, desejos e vontades.
Por tudo isso, honro-te como meu
parceiro destemido.
Amado amigo que suplantou todos os
perigo para me trazer até aqui.
Agora, velho companheiro, despeço-me
de ti como controlador absoluto e coloco-te em lugar de honra no altar de minha
consciência.
Todos os ensinamentos foram
assimilados e o que era ego,
transformou-se em eco de minha
essência e está em estreito elo com minha alma.
Agora fazes parte, não és a parte que
domina a minha mente.
Antes pensava ser complexa a
maturidade, mas hoje compreendo que quanto mais maduro, mais simples, mais
direto, mais aberto,
mais empreendedor, mais sincero, mais
afetivo, mais compassivo,
mais intuitivo, mais livre para viver
e transformar a insegurança do “eu preciso”, na assertividade do “Eu Sou”
Rosam
Faço suas minhas palavras, Rosam.
Grata ao meu ego que me trouxe até aqui.
Grata pelo força, coragem, etc... que à mim me deu quando
precisei e quando ainda não sabia quem EU SOU.
E, pela Luz que EU SOU, o ilumino agora.... para ser luz e
receber a devida Paz...
Incorporar na Luz.... respirar.... respirar.... :)
LUZ! STELA
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