HOSPITAL ESPERANÇA NO MUNDO ESPIRITUAL
30/05/2013
DOMINGO, 23 DE
JUNHO DE 2013
Por meio do livro "Lírios de Esperança", a
autora espiritual Ermance Dufaux nos ofereceu notícias detalhadas do Hospital Esperança.
Desde a publicação do livro tenho
recebido muitas perguntas sobre o assunto e resolvi escrever esse artigo.
O Hospital foi fundado por Eurípedes Barsanulfo na década de 20, no século passado.
O objetivo do benfeitor amoroso foi
criar um albergue espiritual para abrigar corações ligados à mensagem cristã e
que não se saíram bem em suas reencarnações.
Eurípedes, quando
ainda encarnado (ele faleceu em 1918) teve um contato com Jesus durante o sono físico e o Mestre
estava chorando.
Perguntado várias vezes por quem
chorava, se era pelos políticos,
criminosos ou maldosos, Jesus
respondeu que não chorava por eles.
Ele chorava pelos que lhe conheciam a
mensagem e não a seguia.
Eurípedes Barsanulfo, tocado pela bondade do Mestre com os cristãos consciencialmente
falidos, fundou o Hospital Esperança para
abrigar católicos, evangélicos, espíritas, umbandistas e todos os que adotaram
a mensagem cristã sem, contudo,
consegui-la aplicar em suas vidas na
solução das lutas íntimas.
Apesar ser um hospital muito grande
no astral, encontra-se lotado nos dias atuais e o
livro de Ermance Dufaux, Lírios
de Esperança, é um
relato minucioso da história real de dois dirigentes espíritas com uma larga
folha de serviços prestados ao espiritismo, no entanto, chegaram com dores e
padecimentos lamentáveis na vida espiritual.
O alerta deste livro é extremamente
atual para nós espíritas.
Muitos de nós estamos repetindo a
velha ilusão do conhecimento e das práticas religiosas sem renovar nossas
atitudes.
Selena e Marcondes, que são os personagens do livro,
tiveram atuação destacada nas práticas da doutrina, eram dotados de um
conhecimento profundo das obras de Kardec e também dos chamados livros
subsidiários que complementam a codificação espírita.
Ainda assim, devido à arrogância e
soberba na conduta, deixaram um rastro de dor para si próprios.
Por essa razão, quando me solicitam
detalhes do Hospital Esperança, o ponto principal no qual prefiro me deter é
nesse alerta sobre a nossa forma de agir, já que fomos iluminados pelo
conhecimento espírita.
Que fique bem claro a todos nós que:
práticas espíritas e conhecimento, apesar de serem obras do bem, não salvam
ninguém por automatismo.
Como tem sido bom para mim ter
acordado para essa verdade.
É muito fácil a gente se equivocar
com isso e ser tomado por um orgulho pessoal em função da cultura doutrinária e
da nossa devoção a tarefas espíritas.
Esse orgulho que se alimenta de
inúmeras ilusões, tais como:
ser médium, dirigente, fundador de
obras sociais, palestrante renomado, escritor, integrante de organizações
influentes,
passista e outras fantasias que em
nada acrescentam para nossa paz pessoal e avanço espiritual.
O grande alerta de "Lírios de Esperança" é
sobre a nossa trajetória como espíritas durante a reencarnação, e como somos
capazes de nos enganar ao fazermos um enorme movimento para fora no trabalho do
bem sem, contudo, aprimorarmo-nos no movimento para dentro na reforma interior
de nossos sentimentos e tendências.
Ficha de tarefas espíritas e cultura
doutrinária causam uma falsa ilusão de evolução espiritual.
Isso não significa que as tarefas e o
conhecimento não sejam importantes.
Pelo contrário, são fundamentais e
devemos mesmo continuar cada vez mais integrados ao estudo e à atividade do
bem. Entretanto, o cuidado a que somos convocados é o de saber como anda nosso
íntimo enquanto absorvemos as informações e praticamos as atividades
doutrinárias.
A ilusão é muito sutil.
Conhecimento que não gera paz
interior e melhora de nossa existência pode ser apenas informação e não
transformação. Informação que congestiona o cérebro e não muda nossa forma de
ser.
Cérebro repleto de princípios e
leituras e coração vazio de paz e ideais de melhoria moral.
Estudo da doutrina, antes de tudo,
deve visar nossa melhora moral.
Infelizmente, pelas informações do
livro citado, Selena e Marcondes amealharam um cabedal invejável de
cultura espírita e eram intragáveis no relacionamento humano.
Selena,
inclusive, como mostra o livro, chegou a presenciar depois de desencarnada um
lamentável nível de rejeição no centro espírita que dirigia.
Tarefas no bem é outra grave ilusão
para nosso orgulho.
Existem campeões do serviço
assistencial capazes de um desapego e de uma dedicação exemplares com as
tarefas e que são detestados em seus próprios lares, porque são maus pais,
maus chefes, maus funcionários, maus
vizinhos ou amigos.
São muito bons como tarefeiros e
descuidados como seres humanos na sociedade.
É muito fácil ser bom dentro de
ambientes de caridade.
O difícil é ser caridoso com as
pessoas que exigem muito de nós na rotina.
Tarefa espírita não nos distingue de
ninguém.
Não nos faz melhores por estamos
participando delas.
O que nos faz melhor é a forma como
vivemos nossa vida uns com os outros.
É na relação humana que está nosso
maior desafio.
Ser bom e fazer o bem padronizado
dentro das agremiações espíritas é muito fácil.
Difícil é olhar para dentro de nós e
ter humildade suficiente para reconhecer nossas fragilidades e ilusões.
Façamos algumas perguntas para
comprovar isso.
O que é mais fácil?
Dar um prato de sopa ou calar a língua
diante do desejo de falar mal de alguém?
O que é mais fácil?
Fazer uma palestra ou perdoar alguém que
nos traiu?
O que é mais fácil?
Receber um espírito na mesa mediúnica ou
ser educado com alguém que disputa agressivamente a nossa vaga no emprego?
Ser espírita de padrão é uma ilusão.
Até porque o padrão que foi criado
dentro da comunidade espírita, para reconhecer um adepto, é extremamente
frágil,
superficial e não se afiniza com a
realidade.
Vale a pena a leitura do livro "Lírios de Esperança" que
é um convite claro e fraterno para nos adequarmos a um novo padrão de ser
espírita com mais autenticidade, com mais afeto e "pé no chão".
Quem consegue enxergar essa mensagem
com o coração,
certamente está se candidatando a um
melhor aproveitamento de sua reencarnação da orientação espírita em sua vida.
Deus nos guarde na caminhada.
Espero que meu artigo não desestimule
ninguém a deixar de buscar o conhecimento e as práticas espíritas, todavia que
minha reflexão possa ser um estímulo para priorizar acima de tudo a melhoria de
nossa condição interior.
Fonte:
Irene Ibelli
Empreendedora Digital, Humanista e
Espiritualista
Eleita Cidadã Planetária Pelo Projeto
Vôo da Águia
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