ENTÃO NÃO É AMOR
Domingo, 15 de setembro de 2013
O desejo de ter um relacionamento
amoroso é universal porque as pessoas acreditam que a paixão, o “amor”, pode libertá-las do medo, da necessidade e do vazio que fazem parte da
condição humana em seu estado de pecado e não iluminação.
Existe uma dimensão física e outra
psicológica para esse estado.
No nível físico, é obvio que não somos
um todo, nem jamais seremos.
Cada um de nós é homem ou mulher, o que
vale dizer, uma metade de um todo.
Nesse nível, o desejo de ser completo,
de retornar à unidade, se manifesta através da atração entre homem e mulher.
É um impulso quase irresistível de
união com a polaridade oposta de energia.
A raiz desse impulso físico é
espiritual, porque nele está o desejo ardente do fim de uma dualidade, de um
retorno ao estado de completude.
A união sexual é o mais perto que
podemos chegar desse estado no nível físico.
Essa é a razão pela qual ela é a
experiência mais satisfatória que o reino físico pode nos oferecer.
Mas a união sexual não passa de um
lampejo breve de plenitude,
um instante abençoado.
Enquanto ela for inconscientemente
vista como um meio de salvação, você a verá como o fim da dualidade no nível da
forma,
um lugar onde ela não pode ser
encontrada.
Você teve um lampejo do paraíso, mas
não pode ficar ali e se percebe, de novo, em um corpo separado.
No nível psicológico, a sensação de
falta, de não estar completo, é até maior do que no nível físico.
Enquanto houver uma identificação com a
mente, o sentido do eu interior é dado pelas coisas externas. Isso significa
que você extrai o sentido de quem você é de coisas que não têm nada a ver com
quem você realmente é, como o seu papel na sociedade, suas propriedades, sua
aparência externa, seus sucessos e fracassos,
seus sistemas de crenças, etc.
Esse eu interior falso, o ego
construído pela mente, sente-se vulnerável, inseguro e está sempre em busca de
coisas novas com as quais se identificar, para obter a sensação de que ele
existe.
Mas nada é suficiente para lhe dar uma
satisfação duradoura.
O medo permanece.
A sensação de falta e de necessidade
permanecem.
Então acontece aquele relacionamento
especial.
Parece ser a resposta para todos os
problemas do ego, parece preencher todas as nossas necessidades.
Todas aquelas outras coisas das quais
você tinha extraído o sentido do eu interior se tornam relativamente
insignificantes.
Você agora tem um ponto focal que
substitui todos os outros, que dá sentido à sua vida e até define a sua
identidade: a pessoa por quem você se “apaixonou”.
Você não é mais um fragmento isolado em
um mundo insensível.
Seu mundo agora tem um centro, a pessoa
amada.
O fato de que o centro está fora de
você – e, portanto, você ainda tem um sentido de eu interior derivado das
coisas externas
– parece não importar muito num primeiro
momento.
O que importa é que aquelas sensações
de medo, falta, vazio e insatisfação não estão mais presentes.
Ou será que estão?
Será que elas desapareceram ou continuam a
existir por baixo da aparente felicidade?
Se em seus relacionamentos você
vivenciou tanto o “amor” quanto o seu oposto, então é provável que você esteja confundindo o apego
do ego e a dependência com amor.
Não se pode amar alguém em um momento
e atacar essa pessoa no momento seguinte.
O verdadeiro amor não tem oposto.
Se o seu “amor” tem oposto, então não é amor, mas uma grande necessidade do ego de obter
um sentido mais profundo e mais completo do eu interior, uma necessidade que a
outra pessoa preenche temporariamente.
É uma forma de substituição que o ego
encontrou e, por um curto período.
fonte: Universo Natural
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