sábado,
7 de setembro de 2013
Por
Paulo Ferreira
SINAPSE
::
CRER
PARA VER.
Em diversos comentários e debates sobre consciência, despertar
interior e autoconhecimento (esse é o assunto que domina a maior parte
do meu tempo, tanto ao servir o Propósito quanto na dia a dia como escritor,
coach ou consultor) ouço ou leio a recorrente expressão "é...
mas não é fácil" ou "mas é muito difícil".
Essas duas expressões são algo extremamente perigoso, e vou
explicar por que: normalmente elas são usadas como um "fecho",
uma frase que é dita no final de uma conversa, e colocada ali,
sinaliza uma reação interna da pessoa que é muito complicada:
sinaliza que ela está "construindo a zona de
conforto ou a ponte da fuga".
Muitas vezes, quando falamos de autoconhecimento e
desenvolvimento, tocamos em pontos delicados, em autocrítica, em rever atitudes,
olhar para dentro.
Esse é o desafio de fato, porque olhar pra fora e apontar
responsabilidades externas é sempre fácil: o erro do outro é sempre
evidente.
Apenas os nossos próprios é que se escondem de nós mesmos.
Uma das reações mais comuns e primárias é a negação:
e sabemos que enquanto a pessoa nega o seu comportamento,
naturalmente não pode modificá-lo.
Entretanto, a negação é uma atitude clara.
Já a atitude do "é difícil" é
bastante mais sutil e por isso retém mais gente no caminho: muitas
vezes a pessoa tem a SENSAÇÃO que de
o RECONHECIMENTO inicia
AUTOMATICAMENTE a
mudança.
Não é assim.
O reconhecimento é importante, mas em si, sozinho, ainda não é SOLUÇÃO.
É apenas um passo adiante em relação à negação... mas é AINDA,
um passo ANTES
da mudança.
O "é difícil" sinaliza que a pessoa, enfim,
tomou conhecimento;
reconheceu algo em si mesmo que precisa mudar.
E uma vez reconhecido, PODE
iniciar uma mudança.
MAS RECONHECER não é MUDAR. AGIR DIFERENTE É MUDAR.
É nesse ponto que surge a tentação de criar a zona de conforto
da "dificuldade";
escorar-se nela para a fuga ou o adiamento.
E com isso, inicia-se um ritual de repetição interminável da
mesma atitude, com o comentário sobre o quanto é "difícil mudar" sendo
usado como desculpa, justificativa, ou ambas as coisas.
E enquanto esse "ritual da valorização da dificuldade"
persiste,
nada está sendo feito de fato.
É apenas auto-engano.
O comportamento recorrente de afirmar o óbvio, vezes e vezes sem
conta; falar e insistir na "extrema dificuldade" que
existe em iniciar a mudança, em primeiro lugar, é uma completa
obviedade:
é claro que não é simples para a pessoa em questão.
E ela, mais que qualquer outra, SABE disso.
Então, porque ela insiste tanto em
repetir o óbvio?
Porque é assim que se constrói uma "zona de
conforto de imobilidade", ou uma "ponte de fuga"
Enquanto ela destaca aos quatro ventos o tamanho da "imensa"
dificuldade que tem à sua frente... ela está, na verdade,
JUSTIFICANDO para
si mesma a permanência na atitude.
Aumentando o "tamanho simbólico" da
dificuldade; nutrindo a dificuldade, ela está justificando, para os outros –
mas principalmente para SI
MESMA – que permanecer naquela atitude é "aceitável"... dado
que seja "tão
difícil" mudar.
Isso não é nada alem de uma MULETA.
O ser humano empreende em sua vida uma série de atividades que
não são simples, nem fáceis, nem confortáveis.
Pense por um instante no momento em que uma pessoa decide ser
médico, por exemplo.
Bem rapidamente, recapitulemos: quando decide fazer isso, a pessoa
em questão SABE
que terá de estudar anos a fio; dedicar-se por oito anos; fazer
residência, deixar de lado uma série de hábitos confortáveis.
E o mesmo é verdade para qualquer outra formação, em algum grau.
E, entretanto, as pessoas tomam essas decisões e FAZEM isso TODOS OS DIAS.
Elas SABEM que não será fácil.
Mas entendem que AQUILO QUE QUEREM TORNAR-SE é importante para elas.
Mas entendem que AQUILO QUE QUEREM TORNAR-SE é importante para elas.
E por isso, EMPREENDEM o esforço necessário.
Não ficam falando o tempo inteiro sobre a dificuldade envolvida
em tornarem-se médicos, ou advogados, ou seja lá o que for.
A pergunta, então, é muito clara:
VOCÊ
QUER TORNAR-SE uma pessoa melhor, aprimorar-se,
ganhar autoconhecimento, atitude?
TORNAR-SE alguém
melhor é IMPORTANTE o
suficiente?
Se é, MOVA-SE.
FAÇA.
ABRACE
com toda atitude e disposição TODOS os momentos e desafios
necessários para TORNAR-SE
TUDO o que você PODE ser.
Não permita que a "falação" interna
do ego repita o tempo todo uma conversa inútil sobre "dificuldades"
Fácil é não fazer nada.
E não fazer nada... leva a lugar nenhum.
Gratidão. AUM.
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