ANA MARIA, OS OVNIS E A FORÇA AÉREA
BRASILEIRA
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Colunista: Jorge Luiz
Calife
Ana Maria Braga anda doida para ser abduzida.
Terça-feira passada ela esqueceu momentaneamente as receitas de
bolinhos de carne e a vida das celebridades, e dedicou o programa "Mais Você" aos objetos voadores não
identificados.
Toda empolgada, a loira recebeu um ufólogo e comentou os
documentos do Ministério da Aeronáutica, recentemente liberados para consulta.
A apresentadora contou que seu sonho é ser capturada por
alienígenas e levada para outra galáxia.
Mas não conseguiu o apoio do Louro José, que se recusou a entrar
em uma fria dessas.
Essa conversa de discos voadores e alienígenas nunca sai de
moda.
Quando eu era criança eles estavam em toda a parte.
Nos filmes, nas histórias em quadrinhos e nos álbuns de
figurinhas, como o "Conquistas Modernas" aí da
foto, que é de 1960.
O artista que fez a colorida capa imaginou uma batalha entre
humanos e alienígenas.
Com um jato Douglas X-3 Stilleto explodindo um colorido Ovni.
Na vida real esse tipo de encontro foi bem mais pacífico do que
imaginava a ficção.
E aconteceu no Brasil, e não no espaço sideral.
Em 1986 eu era um jornalista recém-formado, trabalhando no diário de
maior prestígio do Rio de Janeiro.
Ele mesmo, o falecido Jornal do Brasil (JB).
Na noite de 19 de maio daquele ano, 21 objetos estranhos foram
detectados sobre o Brasil, no céu em torno de São José dos Campos.
O então coronel Ozires Silva viajava para o Rio de Janeiro
em um avião bimotor e teve contato visual com as luzes.
Que eram amarelas e se deslocavam com velocidade supersônica.
Caças F-5 do Campo dos Afonsos, no Rio, e os Mirage de Anapolis, no Planalto
Central, foram acionados.
E não conseguiram alcançar os objetos.
Na época, o Ministro da Aeronáutica, brigadeiro Octávio
Moreira Lima, prometeu um relatório oficial sobre o incidente, no máximo em
30 dias.
Na verdade o documento, que só foi liberado no ano passado e
estava nas mãos da Ana Maria Braga, mostra uma reprodução das telas de radar do
Cindacta, com os contatos de radar marcados.
E conclui que o movimento dos objetos, voando em formação com os
caças da FAB, indica que eram controlados por algum tipo de inteligência.
Na época escrevi uma matéria para o JB
comparando o caso brasileiro com outro idêntico, que aconteceu em Washington, em 1952.
Nos dois casos a presença de objetos luminosos foi detectada no
radar, e visualmente, por pilotos de aeronaves civis que se aproximavam da
capital americana.
O governo enviou caças subsônicos, os F-94 Starfire, para perseguir
os Ovnis, que estavam muito perto do corredor restrito da Casa Branca.
Como no caso brasileiro, a perseguição foi infrutífera.
Os pilotos relataram luzes azuis voando em velocidade
hipersônica.
E a coisa toda foi atribuída a uma suposta inversão térmica.
Que poderia explicar os contatos de radar, mas não as luzes
brincando de pique com os aviões de caça.
Sem importância
O fato é que depois de meio século de "avistamentos" ninguém dá muita
importância aos misteriosos Ovnis.
Nem a Rede Globo, com 25 quilos de documentos secretos da FAB,
relatando a presença de objetos estranhos nos céus do Brasil, de 1952 a
2010.
A equipe de jornalismo podia ter feito uma bela matéria para o
Fantástico ou o Jornal Nacional.
Mas preferiram entregar tudo para a Ana Maria Braga.
Afinal, os arruaceiros destruindo ônibus e agências bancárias
fazem muito mais barulho do que os discretos discos voadores.
Que continuam andando por aí, junto com os aviões de carreira.
Pessoas como a Ana Maria Braga sonham com um contato
imediato de terceiro grau.
Com os alienígenas pousando e convidando os humanos para
embarcarem em suas luminosas espaçonaves.
Mas o fato de eles manterem distância de nós é uma prova de que
existe inteligência lá em cima.
Algo que ainda não foi comprovado aqui em baixo.

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