terça-feira, 26 de novembro de 2013

*QUESTÃO 10* - Satsang do Coletivo do Um - 21.09.2013 - por ALTA


*QUESTÃO 10*
SATSANG DO COLETIVO DO UM
21.09.2013 - por ALTA
Questão 10
Olá Alta,
Aqui está a minha pergunta:
Você poderia desenvolver sobre “vocês não têm necessidade de ocupar-se com o seu corpo, ele o faz perfeitamente sozinho” e “a Graça é um movimento.”. “Entrem na Dança...”
(Anael 16/09/13 por Air).
De todo Coração eu agradeço as suas respostas e os Satsang que são uma ajuda preciosa de esclarecimento e de apaziguamento para o mental e a Consciência e de plenitude para o Coração.
Pascale R.-P.
Resposta de ALTA
Nós passamos agora à décima questão.
Então, essa é a nossa última pergunta.
Mais uma vez, nós podemos tomar esta frase que foi dita por ANAEL, através de Air, “vocês não têm necessidade de ocupar-se com o seu corpo, ele o faz perfeitamente sozinho.
Isso quer dizer o quê?
Isso não significa não mais comer, isso não significa não mais ocupar-se com o seu corpo.
Nesse caso, vocês não tomam mais banho!
Vocês não cortam mais o cabelo nem as unhas!
Esse não é o espírito desta frase.
O espírito desta frase é fazê-los ver, fazê-los compreender que, quando vocês deixam este corpo tranquilo (quando, é claro, vocês o alimentam quando ele tem fome, mas quando vocês não interferem com o conteúdo da sua personalidade, com o conteúdo da sua história), bem, o corpo apenas pode se apresentar cada vez melhor.
Cabe a vocês verificá-lo.
Cabe a vocês encontrar, através da sua própria Consciência, o que significa esta frase, “vocês não têm necessidade de ocupar-se com o seu corpo”, porque isso pode ser mal interpretado, porque alguém que esteja na personalidade vai dizer que isso significa que não é preciso se cuidar.
Quando dizemos que ele o faz perfeitamente sozinho, sim, a partir do momento em que a sua consciência não for mais aquela do corpo, a partir do momento em que a sua consciência estiver instalada no Si (mesmo por experiência, mesmo se isso não estiver instalado definitivamente).
Quando vocês levantam o véu e constatam que vocês não são mais este corpo, mas que vocês estão neste corpo, o que vocês constatam é que a Inteligência da Luz, a Inteligência do Si, que é o Todo e além disso, é que se ocupa perfeitamente deste corpo.
Mas, é claro, se este corpo tem fome, vocês lhe dão de comer, se o corpo está sujo, cabe a vocês lavá-lo.
Uma vez mais, aí também, não tomem o que é dito ao pé da letra,
com o olhar da personalidade, com o olhar daquele que é limitado.
A mudança do ponto de vista refere-se também a esta frase.
No que ANAEL disse, conhecendo muito bem a maneira de se expressar de ANAEL, “vocês não têm necessidade de ocupar-se com o seu corpo, ele o faz perfeitamente sozinho”, isso é perfeitamente verdadeiro, ou seja, ele os engaja a mudar de ponto de vista.
Enquanto vocês acreditarem que vocês são um corpo, limitado a esta vida, vocês apenas irão viver isso!
Portanto, não é questão de mudar de crença, mas, realmente, de ver onde se situam ao mesmo tempo a sua confiança na Luz, ao mesmo tempo a sua confiança no que vocês são na Eternidade, e qual crédito vocês dão ao que vocês vivem.
Mas, eu posso assegurar-lhes que chega um momento em que,
seja o que for que chegar a este corpo (e os exemplos são inumeráveis, ilustres ou menos ilustres, eu tomarei dois exemplos,
simplesmente.
Marthe Robin, que passou a sua vida em sofrimento e que se nutria de uma hóstia por semana, ou ainda Marie Julie Jahenny, a estigmatizada de Blain; ou ainda Nisargadatta que morreu, eu os lembro, de um câncer da garganta, muito antigo, mas, quando lhe perguntavam por que ele não se tratava, ele dizia:
“Mas deixem este corpo tranquilo! Deixem-no viver o que ele tem que viver!”,(o que não significa que não haja sofrimento), quando estamos no Si, quando estamos no Parabrahman, o que quer que chegue a este corpo, não podemos mais ser afetados.
Seja um câncer, seja um braço quebrado, obviamente o sofrimento é experimentado, mas ele não afeta o que nós Somos.
É nesse sentido que é preciso, eu creio, compreender, de algum modo, o que disse ANAEL, através do Air.
“Entrar na Dança”, sim, porque a Eternidade é uma Dança, o Silêncio é uma Dança.
É a Dança da Onda da Vida, é a Dança da Vida.
É a Criação no seu aspecto mais móvel e que, paradoxalmente,
apenas se encontra aqui, neste mundo, na Imobilidade e na mudança de ponto de vista da Consciência.
Ou seja, não a imobilidade de ficar quieto em uma cadeira, não a imobilidade de não se ocupar com o seu corpo, mas de fazer participar este corpo, de algum modo, mas não mais do ponto de vista da personalidade, mas instalado do ponto de vista do Si ou do Absoluto.
Naquele momento, vocês terão a surpresa de constatar que a fisiologia deste corpo, a psicologia deste corpo, e desta consciência em meio à personalidade, não são mais alteradas pelo sentido da história pessoal, pelas mágoas, pelos sofrimentos, sejam quais forem, passados ou presentes.
A verdadeira Liberação está aí!
Quando vocês estão, quando vocês se mantêm nesse olhar, que não é mais aquele do jogo (e compreendam bem, “olhar”; isso é uma deslocalização da Consciência), quando vocês não estão mais limitados a esse jogo, quando vocês não estão mais confinados no Si (porque o Si, como dizia Maharshi, é também um confinamento,
mesmo sendo preciso encontrá-lo, mesmo se, hoje, alguns Irmãos e Irmãs passam diretamente do “eu” ao Absoluto), ou mesmo no jogo da consciência, ou mesmo na interação da consciência e não ali ficar submisso, colocando-se em outro ponto de vista, que é aquele do Si, permite rapidamente dar-se conta do que é Verdade, do que é Eterno, e do que é ilusório.
Não como um sistema de crença, não como um sistema de adesão a uma canalização ou a um iniciado que iria falar, porque não há iniciados (a iniciação é uma trapaça deste mundo, como diria BIDI;
não há qualquer iniciação porque há a Verdade ou a ilusão).
Fora disso, todo o resto são apenas substratos, estratégias,
digamos, iniciativas inventadas por nós mesmos ou inventadas por outras forças que nada têm a ver com a Espontaneidade da Luz,
com a Espontaneidade do Si e do Absoluto.
Está aí o que eu tinha que dizer.
Vamos certamente parar por aí.
Eu respondi a duas ou três perguntas no chat antes de passar ao vivo.
Eu os saúdo e nós saudamos todos, e eu lhes digo:
Certamente, até uma próxima vez!.
Blog: Satsang do Coletivo do Un – Questão 10 (21-09-2013)
Transcrição do texto (em francês): Marie-Louise Gaston
Tradução para o português: Zulma Peixinho

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