sexta-feira, 29 de novembro de 2013

*QUESTÃO 2* SATSANG DO COLETIVO DO UM 12.10.2013 - POR ALTA

*QUESTÃO 2*
SATSANG DO COLETIVO DO UM
12.10.2013 - POR ALTA
Questão 2
Não ter praticado os diferentes protocolos, pois os descobri faz pouco tempo, isso me atrapalha em alguma coisa, no encaminhamento para a Verdade, para a Liberação final?
Obrigado.
Pascal W.
Resposta de Alta
Podíamos ter a impressão, efetivamente, de que todos os protocolos que foram comunicados no Yoga da Unidade, no Yoga da Verdade (para tomarmos apenas alguns exemplos)
eram atalhos.
Hoje, os atalhos no caminho, não têm mesmo mais razão de ser.
Eu os remeto à primeira questão, ou seja, se vocês forem capazes, no momento em que essas Vibrações os apreenderem, os tomarem, os pegarem, de fazer Silêncio,
eu lhes diria que não há um protocolo melhor, não há uma atitude melhor a tomar.
Evidentemente, tudo depende de onde vocês partem, seja qual for a distância podendo existir entre aí onde vocês se situam e esta Liberação.
Esta distância é em função unicamente das identificações,
das crenças, das mágoas, é claro, de tudo o que vocês identificaram com a sua própria história, com o seu próprio caminho, com as suas próprias concepções de um caminho,
de uma evolução, de uma elevação Vibratória.
Hoje, como nos disseram e como isso é cada vez mais evidente, é preciso ir para cada vez mais Simplicidade, para cada vez mais evidência.
Se vocês forem capazes de se Abandonar, se vocês forem capazes de safar-se, de deixar passar a ideia de emoções, a ideia do mental, a ideia da compreensão, vocês nada têm que fazer.
Se, para vocês, parecer útil adotar alguns protocolos que vão ajudá-los a efetuar, a realizar uma elevação Vibratória (quer seja com cristais, quer seja com a respiração),
façam-no.
Há apenas vocês, pessoalmente, individualmente, que podem julgar o que é mais adequado para vocês.
Eu quero reforçar ainda este conceito de Simplicidade.
Quanto mais vocês se esquecerem de si mesmo, quanto mais vocês entrarem neste conceito de nada fazer
(não intervir), de observador e do desaparecimento do observador, mais isso lhes será evidente.
Vocês têm inúmeros testemunhos de pessoas que participaram de satsang (quer seja com Mooji, quer seja com Papaji que morreu; eu não vou citar todos os nomes porque há um monte, incluindo o Neo-Advaita que foi iniciado por Papaji), e que Basculam, que fazem esse ‘Switch’ da consciência no espaço de um minuto.
Simplesmente estando Presente, simplesmente estando em Silêncio, estando Presente a si mesmo.
Presente ao que é dito, Presente no Silêncio e na Presença do outro.
Há testemunhos, hoje, que são muito mais interessantes do que as conversas de Nisargadatta durante a sua vida, que relatam esse Fogo que está presente, que se revela, a partir do momento em que vocês aceitam deixar Trabalhar.
É preciso compreender que a Liberação jamais será,
jamais, um trabalho do ego, porque a Liberação sempre esteve aí.
Dito de outra forma, vocês não podem sair da prisão estudando a prisão.
Vocês não conhecem o que existe fora da prisão.
A única maneira de conhecer e de ser Isso é,
evidentemente, saindo da prisão.
‘Sair da prisão’ significa aceitar, não buscar um meio de sair,
mas se colocar a questão da realidade da prisão.
Porque, na realidade, quando vocês estão na Outra Margem, seja qual for o seu caminho, há pessoas que estão no caminho desde 20 anos e, depois de 20 anos, elas se apercebem de que esse caminho é uma ilusão, mas enquanto não estivermos na Outra Margem, é claro, não podemos vê-lo, não podemos vivê-lo.
Portanto, agora, é preciso, aí também, mudar de ponto de vista, mudar a localização da consciência.
Não dizendo “eu quero sair da prisão”, porque isso seria um erro, pois dizer “eu quero sair da prisão” é negar a vida.
Eu não falo unicamente da vida sobre este mundo, neste corpo, neste complexo inferior, mas da Vida, em tudo.
Ora, a prisão é uma ilusão da Vida.
Portanto, é necessário ver o que, para vocês, é mais fluido,
é mais evidente.
No momento em que ocorrer alguma coisa irrompendo no seu complexo inferior (emoções, mental, personalidade),
deixem que isso seja trabalhado.
De qualquer modo, há um ditado que não mente,
“reconhecemos a árvore pelos seus frutos”.
Ou seja, após esses processos de Vibração, se vocês tiverem deixado Trabalhar, se vocês não tiverem cultivado o medo, se vocês não tiverem dado atenção à necessidade de explicação, então vocês irão rapidamente constatar os frutos.
O primeiro desses frutos, é claro, que é mais ou menos estável segundo a intensidade do seu Abandono, eu diria, é a Paz, a Alegria, que não depende de qualquer sujeito nem de objeto, e um estado de linearidade da consciência que está cada vez menos submisso a esta questão de questionamento, de caminho, de evolução e até mesmo de Vibração.
O Silêncio é algo de que falamos cada vez mais.
Novamente, como eu disse nos últimos Satsang, esse Silêncio não consiste em permanecer sobre uma cadeira sem nada fazer, aguardando que isso chegue, mas em levar a vida, tal como a Vida nos propõe, e deixar estabelecer a Luz, a fim de tornar-se esta Luz que nós somos.
A Liberação não decorre da saída da prisão, já que a prisão não existe. Isso é uma mudança de ponto de vista.
Não é um ponto de vista mental, mas um ponto de vista de localização da consciência, até o seu Basculamento final que, eu os lembro, é a A-Consciência, ou seja, a perda de identificações, perda de referências, vivenciado na plena aceitação que os faz descobrir a Verdade.
Não a verdade pessoal, mas a Verdade do Brahman,
Do Parabrahman, do Paramatman (sejam quais forem os nomes que vocês empregarem).
Vocês podem denominá-lo Isso, Amor, Absoluto, Último,
mas são apenas qualificativos de algo que está além de qualquer estado e que é vivido.
Assim que nós colocamos palavras, nós saímos da Verdade,
porque a palavra jamais pode ser a verdade.
Ela é dependente das circunstâncias da nossa educação,
dependente das circunstâncias da nossa cultura, do nosso passado.
As palavras jamais serão a Verdade.
Por outro lado, a Vivência é verídica.
Essa Vivência reflete e se expressa pelos frutos.
Os frutos mais importantes são esta Paz, esta Tranquilidade, esta Beatitude, este Silêncio.
Ou seja, tudo o que vem nos colocar neste estado de adequação, de coincidência, onde não há mais questão.
Isso é a Graça!
Evidentemente, neste estado de Graça, como foi dito e repetido por muitos autores, há duas leis no Universo:
aquela da ação-reação, aquela que nós todos conhecemos,
a da prisão, que tem suas próprias leis, o seu próprio karma, gerada pelos Arcontes e não pela A FONTE, e há a Lei da Graça, do Amor, ou seja, a nossa Natureza Essencial que sempre esteve aí e que simplesmente esperou que nós a víssemos.
É a alegoria da caverna de Platão sobre a qual eu não vou voltar, mas aqui está um exemplo semelhante: eu estou na sombra de uma árvore e a árvore está atrás de mim, e é como se eu apreciasse a sombra sem saber que há uma árvore.
Basta me virar para ver a árvore.
É a mesma coisa para a Liberação.
Isso não é algo que é amanhã.
Isso não é algo que depende de um karma a ser purificado.
Isso não é algo que depende de um caminho a percorrer.
Isso sempre esteve aí.
O melhor modo de expressá-lo é esta famosa mudança de olhar, esta famosa mudança de ponto de vista que nos faz passar da distância para a coincidência, depois para a identificação do que sempre esteve aí.
Então, é claro, enquanto estivermos no ego, enquanto acreditarmos em um caminho espiritual, isso nos parece como totalmente impossível, como totalmente ilusório,
como totalmente ‘estando em um estado anormal’.
Portanto, isso está realmente associado a uma cultura.
Todos nós, queiramos ou não, ainda estamos subjugados no nível do nosso complexo inferior (mental, jogo,
personalidade, emoções), que foi chamado de ‘sistema de controle do mental humano’, a essas argamassas de chumbo que nos rodeiam e nos confinam, às quais estamos conectados pelas linhas de predação (que estão em via de Dissolução, que foram Dissolvidas por alguns Seres desde um ano e que se afrouxam cada vez mais).
Então, há, não uma oportunidade neste período particular,
mas, de preferência, um esforço no não esforço, ou seja,
aceitar a possibilidade de que nós nada somos, mas absolutamente não do que nós acreditamos ser.
Não para negar, mas, bem mais, com o entendimento de refutar.
Não para negar este efêmero, porque este efêmero também está inscrito em alguma parte nesta Eternidade.
Então, quanto aos protocolos, isso depende de vocês, da sua necessidade inscrita em meio ao complexo inferior de praticar os exercícios.
Naturalmente, não é questão de negar a utilidade, até certo ponto, do Yoga, do Despertar da Kundalini, da Descida do Espírito Santo, do Despertar das Coroas Radiantes, da ativação da Onda da Vida.
Como disse Nisargadatta durante a sua vida a alguém que lhe falou agora, nessa época (nos anos 70-80), de estar em contato com Maharshi, é preciso largar tudo isso, ir além disso.
Isso não quer dizer que este próprio Encontro Multidimensional seja uma ilusão, mas é uma ferramenta.
Não vejam isso como uma finalidade.
A finalidade não é ter MARIA no Canal Mariano ou no Coração, não é ouvir MARIA ou canalizar MARIA.
A finalidade é reencontrar o que nós Somos.
Esses elementos Vibratórios, quer seja pelo Canal Mariano,
por essas Presenças Multidimensionais, eles são apenas uma ferramenta que nos permite aproximarmo-nos desse Clique, enquanto estivermos inscritos em meio ao complexo efêmero.
Mas, a partir do momento em que vocês Bascularem, não há qualquer motivo para pensar ou imaginar ter um caminho, ter um karma para ser purificado, ter uma progressão espiritual para realizar, já que tudo sempre esteve aí.
Naturalmente, para o ego, isso sempre irá permanecer um engano, uma ilusão, e algo muito frustrante.
Em alguns textos de Shankara que, eu os lembro, foi a pessoa que no século VIII especificou tudo o que está relacionado com a Não Dualidade, é preciso bem compreender que tudo isso, para aquele que não vive isso,
corre o risco de entrar em reação e, primeiramente, com nós mesmos.
Ou seja, quando não somos Absoluto e quando estamos,
sobretudo, em um caminho espiritual que já dura muito tempo (e mais avançados na idade), mais há resistências.
Então, a melhor forma não é combater as resistências
(e, eu os lembro, essa é uma regra geral que encontramos tanto na síndrome geral de adaptação, como em meio à personalidade).
Tudo ao que vocês se opuserem, vai se reforçar.
Então, não é preciso resistir.
A partir do momento em que vocês se opuserem ao Absoluto, vocês próprios se condenam a permanecer na ação-reação.
Ora, vocês não podem estar na ação-reação e estar na Ação da Graça.
É preciso escolher, e esta escolha não é mental.
Essa é uma escolha da própria consciência que não depende de qualquer Yoga, de qualquer técnica, de qualquer Despertar da Kundalini, de qualquer Vibração, e é o que acontece quando vocês estão no Silêncio.
É o que acontece até mesmo quando a Vibração chega e os apanha à noite, quando vocês estão neste estado de Beatitude, de Paz, ou de serenidade.
Em todo caso, nesse Silêncio, porque esse Silêncio é a verdadeira cura.
Esse Silêncio é transformador.
Basta ver, como eu disse, o número de pessoas que, hoje,
se Liberam sem nada conhecer da espiritualidade, sem nada conhecer até mesmo do funcionamento do ego no complexo inferior.
Simplesmente, colocando-se em Ressonância, em sintonia com um Ser que é capaz de Testemunhar.
O Absoluto não é um ensinamento.
O Absoluto dificilmente é colocado em palavras.
Nós apenas podemos ser um Testemunho Vivo.
Então, às vezes, isso pode ser feito através da arte.
Isso pode ser feito por testemunhos escritos.
Mas, ainda uma vez, isso não é o que está escrito, não é o que é mostrado em uma pintura.
Isso acontece em um nível subconsciente, e não inconsciente, que virá fazer o “Switch”, que virá fazê-los Bascular, sem que vocês ali coloquem a sua vontade, a sua personalidade.
Eis o que eu podia responder para esta Questão 2.
Então, façam o que vocês quiserem, o que vocês sentirem que é bom para vocês.
Seja o que for que vocês fizerem, vai chegar um instante,
um momento, em que tudo isso vai desaparecer.
É esse momento que é reparável entre todos, porque ele confere os frutos que são da ordem da Paz, da equanimidade, para viver o que a vida nos oferece até mesmo nos seus aspectos ilusórios, mas, naquele momento, nós não somos mais um ator, nós sequer somos mais um observador.
Olhamos isso se desenrolar de um outro ponto de vista.
Isso não é, tampouco, não estar enraizado ou não estar ancorado.
Isso é simplesmente não mais estar submisso à lei da ação-reação, não mais estar submisso ao karma.
Simplesmente, não mais deixar o ego ficar em destaque,
mas estar realmente na Graça.
A Graça não é um conceito intelectual.
É algo que se vive realmente, concretamente, a cada minuto, a partir do momento em que tivermos feito essa Reversão.
Como dizia Krishnamurti, é o momento em que passamos do outro lado, na Outra Margem, e quando tomamos consciência.
Tenham cuidado para não pararem durante a travessia!
Se tanto é que podemos falar de travessia, porque há muitas tentações durante a travessia.
Eu os remeto à experiência, agora comum e conhecida, do que chamamos de ‘experiência de morte iminente(“near death experience”) onde passamos justamente por essas diferentes etapas, quando temos a tendência de não querer prosseguir com os membros da família, para encontrarmo-nos com os Seres ditos de Luz.
Aqueles que vão mais longe são justamente os que não perdem tempo neste atrativo, e que irão diretamente nesta Luz (não para parar nesta Luz, ou seja, no corpo de Estado de Ser), mas para atravessar a Luz a fim de ir ao que está além d’A FONTE, ou seja, ao Parabrahman, e de tornar-se si mesmo o Parabrahman, o Absoluto, Isso, esse Silêncio.
Tomar consciência do que jamais partiu.
Tomar consciência de que nós somos Amor, de que nós somos Luz, de que nós somos Eternidade, e que nada há a fazer para amplificar ou para fazer aparecer algo que sempre esteve aí
Está aí o eu posso lhe dizer.
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Blog: Satsang do Coletivo do Um – Questão 2 (12-10-2013)
Transcrição do texto (em francês): Marie-Louise Gaston
Tradução para o português: Zulma Peixinho

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