*QUESTÃO 9*
SATSANG DO COLETIVO DO UM
21.09.2013
- por ALTA
(colaboração
do Sr. Louis Geary)
Questão 9
Olá,
Eu sou de Portugal e eu me chamo Mario.
Eu estou um pouco confuso com todas as informações recebidas e
muitas vezes eu não consigo sintetizar e compreender na sua totalidade.
Eu tentei seguir as diferentes canalizações e conselhos, mas eu
não recebi qualquer Vibração.
Quando eu tento fazer a meditação, eu tenho muita dificuldade
porque eu não chego a desatar o mental das questões do trabalho,
da família e de outras, não me deixando concentrar.
Eu peço ajuda aos Arcanjos, eu
digo Kodoish, K, K Adonaï, sabbat, Ot, para
me conectar com a Unidade, eu peço ajuda ao Universo, mas eu nada sinto de
Vibração.
Eu quero dar-me ao abandono, mas o mental não me deixa.
Eu estou muito triste e desolado, mas eu não vou desistir.
Eu sou Reikiano e quando eu faço os tratamentos, eu não tenho
qualquer reação como visões, eructações e outros sintomas.
O meu mestre me disse que eu era transparente e é por isso que
eu não tinha sensações.
O que acontece comigo?
Eu posso
chegar ao estado de Ser?
Mario C.
Resposta de ALTA
Então, Mario, através de todas as frases que você coloca, é
evidente que você faz intervir o que vem da sua pessoa, ou seja, o “eu
quero”.
A prática da meditação, que você considera como um desafio, onde
é preciso fazer calar o mental, aonde o mental vem perturbá-lo, tudo isso
parece representar uma influência da sua personalidade sobre você mesmo.
Ou seja, aí, você está no ponto de vista daquele que está na
prisão,
que quer a todo custo ver, sentir, perceber o que está fora da
prisão, mas que permanece na prisão.
Ora, é uma prisão muito especial, vocês sabem: não há grade nas
janelas, não há fechadura, não há guarda.
Há apenas alguém que ali acredita, que acredita estar na prisão
e,
mesmo que ele não a veja, ele está na prisão.
É um ponto de vista que é aquele da personalidade.
A única questão, nesse caso, para mim, que você trouxe, não é “eu quero sentir”, “eu
quero afastar o meu mental”, “eu quero
transmitir o Reiki” (sobre o qual eu não vou falar, aliás).
Mas, em tudo isso, transparece na sua pergunta esta vontade
magnífica de fazer o bem, de querer ajudar, de querer curar, de querer viver as
Vibrações.
Porém, enquanto houver esse desejo, eu lhe garanto que você não
poderá ali chegar.
É preciso uma rendição incondicional da personalidade.
Isso não é se suicidar, isso não é se afastar do mundo, nós já
vimos isso.
Isso é estar plenamente Aqui, plenamente Agora,
plenamente no Presente.
Então, é claro, quando estamos neste
estado, o que acontece?
Quando não estamos como de costume ou quando somos incomodados
pelo mental, isso significa que há um pensamento que chega, há que observar os
seus pensamentos, de onde vêm esses pensamentos.
Esses não são os seus pensamentos, essas não são as suas ideias.
Essa não é a sua história.
Porque, quando vocês estão neste espaço Interior, que vocês
tentam viver, a personalidade não tem nada que fazer ali. Isso é uma mudança de
olhar, uma mudança de ponto de vista.
Então, se vocês esperarem, permanecendo no mesmo ponto,
aquele da pessoa, esperando uma ajuda exterior, esperando viver
as Vibrações, esperando ver as coisas, mas vocês não vão conseguir.
Nem vivê-lo, nem vê-lo, ou então isso irá permanecer nas esferas
ligadas à personalidade que chamamos de astral.
Agora,
é preciso despojar-se de si mesmo, ou seja, desaparecer.
Novamente,
não vejam a palavra ‘desaparecer’ como ‘permanecer tranquilo’ o tempo todo, como um convite para nada
fazer, ou para desaparecer deste mundo.
Isso
é o desaparecimento de si mesmo.
É colocar-se, sem cessar, esta primeira questão:
“Quem eu sou?”
Quando
um pensamento chegar, “Quem eu sou?”
Os
pensamentos vão parar e, naquele momento, vocês irão gostar de saber, vocês
irão afirmar:
“Eu Sou”.
Aí,
vocês irão constatar por vocês mesmos, bem depressa, que nenhum ruído exterior,
nem o mental, nem os pensamentos, nem as emoções, nenhum sofrimento do próprio
corpo, poderão alterar o que vocês São, de toda Eternidade.
Muitas vezes, os Irmãos e as Irmãs têm dificuldade de fazer a
diferença quando falamos de mudança de ponto de vista.
A mudança de ponto de vista, isso não é ser de um partido
político de esquerda e tornar-se de direita.
A mudança de ponto de vista, isso é ver que a política é um
vasto jogo de papéis que não tem qualquer importância para o que Somos.
Encontramos tudo isso também no livro “O diálogo com o Anjo”, de Gitta Mallasz.
O que vocês escolhem?
Vocês escolhem o peso ou a leveza?
Tudo o que pertence à personalidade, tudo o que pertence à
história pessoal, mesmo as pequenas coisas, são um peso em relação à leveza da
Eternidade.
Agora, isso, isso é para colocar-se a questão do que significa
realmente um ponto de vista, do que significa realmente “permanecer tranquilo”.
Permanecer tranquilo, isso não é a vontade, mesmo a vontade da
Luz, mesmo a vontade de bem.
É permanecer realmente na posição do Silêncio daquele que Acolhe.
Krishnamurti passou muito tempo falando desta revolução
Interior,
dessa mudança de olhar, dessa mudança de ponto de vista.
Mas, o problema é que não podemos mudar o ponto de vista
permanecendo no mesmo lugar, ou seja, em meio ao jogo, em meio à pessoa.
É preciso, agora, conceber-se, apreender-se, sentir-se em um
outro tempo, Vasto.
É nesta Vastidão, nesta Imensidão, que se encontram as
respostas.
Elas não se encontram na interrogação de
“por que eu vivo isso e não aquilo?”, “por
que eu tenho tal karma?”.
Isso é uma explicação linear daqueles que ainda estão na crença
e na vivência da ilusão, de uma ação-reação, o bem, o mal, a vontade de bem, a
vontade de mal, e que estão em um esforço enorme da personalidade que é, aliás,
muito louvável, mas que não adianta. Isso é crer que vocês vão progredir, que
vocês vão melhorar e que vocês vão mudar porque a sua vontade foi empregada
para a espiritualidade, para outra coisa que o que vocês São
Então, o que vocês São nada tem a ver com o ‘eu’, o que vocês São nada
tem a ver com a sua história, o que vocês São nada tem a ver com as Vibrações.
Eu mencionei, da última vez, que as Vibrações são a
interferência,
o que chamamos de franjas de interferência, de justaposição e de
dissolução, entre a parte efêmera (o
‘eu’) e esta parte eterna
(o Estado de Ser, o Si e o Absoluto).
Então, se vocês não viverem essas Vibrações, isso não significa
que vocês estão atrasados, isso não significa que vocês têm um karma, isso
simplesmente significa que vocês não mudaram de ponto de vista.
Mudar de ponto de vista significa mudar de lugar, mudar de
posição, mas não da posição sentada ou deitada, mas de posição da consciência.
BIDI, Nisargadatta, disse muitas vezes, durante a sua vida:
“Esqueça-se!”
“Esqueça-se!”.
Omraam Mikaël Aïvanhov teve, durante algumas
canalizações,
frases bem pesadas que, aliás, não foram mencionadas na
transcrição, chegando até a dizer a algumas pessoas:
“Ocupem-se das suas nádegas!”.
Sem querer dizer assim que elas deviam se ocupar disso, mas
realmente para chocar a pessoa a fim de que ela parasse de se posicionar na
história dela e entrasse na Verdadeira história que, de fato, não tem
desenrolar no tempo e no espaço, que é o Si e que é a Eternidade.
Então,
na sua pergunta, Mario, não é questão de estar em atraso.
E
quando você diz de seguir as canalizações, eu lhe digo simplesmente que não há
ninguém para seguir.
Vocês
não podem seguir seja quem for, porque, a partir do momento em que vocês
seguirem uma pessoa, a partir do momento em que vocês seguirem até mesmo um Ser
de Luz, vocês não são vocês mesmos.
Então,
é claro, houve um período de aproximação, como eu diria, e aqueles que
conheceram os Intervenientes do AD bem se aperceberam disso, ou seja,
construímos cenários, elaboramos uma construção para descobrirmos, no final,
mas somente no final, que esta construção também é ilusória. Isso significa
que, MARIA, quer a sentimos à
esquerda ou não a sentimos, e o mundo inteiro, como todos os Seres de Luz, como
todas as sombras, estão unicamente no que nós Somos.
Então,
para ver isso e para vivê-lo, há simplesmente que se posicionar de forma
diferente, mudar de olhar e permanecer tranquilo, mas, uma vez mais, não tomem
o ‘permanecer tranquilo’ como um convite para ficarem, durante
as 24 horas, sentados em uma cadeira, esperando pelo Santo Espírito.
Ele
jamais irá se revelar assim, jamais!
Blog: Satsang do Coletivo do Um
Questão 9 (21-09-2013)
Transcrição do texto (em francês): Marie-Louise
Gaston
Tradução para o português: Zulma Peixinho
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