sexta-feira, 20 de
dezembro de 2013
Um dos países mais pobres da
América Latina, a Bolívia entrou nesta sexta-feira para a era espacial ao
colocar em órbita seu primeiro satélite de telecomunicações, lançado da
plataforma de lançamento de XiChang, na China.
O lançamento do satélite Túpac Katari "vai
mudar a história da nossa ciência e tecnologia nas próximas décadas",
previu o vice-presidente Alvaro García, pouco antes da decolagem, prevista para esta
sexta-feira, às 12h42 locais
(14H42 de Brasília
Pouco depois, a estação de Amachuma, a 4.000 metros de altitude e a 30
km de La Paz, indicou que já estava recebendo os sinais para rastrear o
satélite, que dentro de duas semanas deve entrar em sua órbita geoestacionária
definitiva, a 36 mil quilômetros de altitude, para começar a operar em março.
"Já estamos recebendo sinais do satélite
corretamente, já conseguimos rastreá-lo", disse à TV estatal red TVB a técnica da
estação, Alejandra
Lora.
O diretor da Agência Espacial Boliviana (ABE), Iván Zambrana,
disse a jornalistas que o maior projeto tecnológico do país "tem como objetivo levar telefonia, televisão, internet e sistemas
de tele-educação para todo o território, especialmente os locais mais longínquos"
O satélite Túpac Katari, construído na China ao custo de 300 milhões de
dólares, entrará em operação a partir de março ou abril, segundo Zambrana.
Com este passo, a "Bolívia está preparada para ser potência.
Seremos uma potência", declarou à imprensa.
"Com um olhar integral, vamos fazer com
que muitos bolsistas possam ir às universidades do mundo para se capacitar e
retornem ao país para implementar os conhecimentos adquiridos", disse Vladimir Sánchez, ministro de Obras
Públicas, à rede de televisão Cadena A.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, está na China para assistir ao lançamento,
acompanhado de seus ministros das Relações Exteriores, David Choquehuanca, da Defesa, Rubén Saavedra, e do Planejamento, Viviana Caro
O lançamento foi acompanhado na Bolívia por milhares de pessoas, pois o
evento foi transmitido ao vivo pela TV estatal em sinal aberto
Além disso, em La Paz foi instalado um telão na Praça de Armas,
onde ficam as sedes do Governo e do Congresso, para que a população
pudesse acompanhar em tempo real as imagens do Centro de Lançamento de
Satélites de XiChang, na província chinesa de Sichuan.
Outros telões foram instalados em praças das cidades mais importantes do
país.
O satélite artificial fornecerá serviços de telecomunicações para 3
milhões de um total de 10 milhões de bolivianos.
As Forças Armadas bolivianas informaram que o Túpac Katari será uma
ferramenta para "consolidar centros de comando de
controle, inteligência e informação, destinados a minimizar riscos, desastres e
monitorar situações de contingência"
O satélite será controlado a partir das bases de Amachuma, a 4.000
metros de altitude no altiplano, e de La Guardia, na planície boliviana,
informou o diretor da ABE, Iván Zambrana.
Para construí-lo,
Pequim concedeu um crédito de 256 milhões de dólares, enquanto La Paz
desembolsou outros 44 milhões, como fundo de contrapartida.
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