MUDANÇAS CLIMATICAS:
AQUECIMENTO GLOBAL PERTO DE SE TORNAR
IRREVERSÍVEL.
Aquecimento global já seria irreversível
A capa de gelo do Ártico alcançou em setembro de 2012 sua menor área
de cobertura desde 1979, quando esse fenômeno passou a ser
acompanhado por cientistas de todo o mundo.
Segundo o centros de pesquisa de Estados Unidos, Japão,
Dinamarca e Noruega, o recorde negativo ainda pode ser batido.
As geleiras tendem a aumentar com a proximidade do inverno.
O Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSIDC,
na sigla em inglês) divulgou imagens de satélite comparando o
degelo de 1979 com o último verão no Ártico.
Tradução, edição e
imagens: Thoth3126@gmail.com
Aquecimento global está perto de se tornar irreversível, dizem cientistas
http://www.reuters.com/
Derretimento da
cobertura de gelo nos pólos, perda de florestas e a acidificação dos oceanos
estão muito críticos.
Pesquisadores e
cientistas reunidos em Londres pediram ações urgentes.
Por Nina Chestney – LONDRES
(Reuters) –
O mundo está perto de atingir um estado crítico que vai torná-lo
irreversivelmente mais quente, tornando esta década crítica nos esforços para
conter o aquecimento global, alertaram cientistas.
Reunidos
em Londres, na Inglaterra, para a conferência “Planeta
sob pressão”,
pesquisadores e cientistas afirmaram que mesmo com diferentes estimativas, as
temperaturas do mundo parecem caminhar no sentido de um aumento médio de 6ºC
até 2100, caso a emissão de gases do efeito estufa aumente sem controle.
Com o crescimento das emissões, especialistas
dizem que o mundo está perto de atingir limites que vão tornar os efeitos do
aquecimento global irreversíveis, como o derretimento da cobertura de gelo das
calotas polares e a perda maciça de florestas.
Registro da cobertura de gelo na região do Polo Norte e Círculo
Polar Ártico no inverno de 1979.
“Esta
é a década crítica (2010-2020).
Se
nós não invertermos a curva nesta década nós vamos ultrapassar estes limites“, disse Will
Steffen,
diretor executivo do instituto de mudança climática da Universidade Nacional da
Austrália.
Apesar
deste senso de urgência, um novo tratado global sobre mudança climática que
obrigue os maiores poluidores mundiais,
como
os Estados Unidos e a China, a cortar emissões só será acordado em 2015 –
para entrar em vigor somente em 2020.
“Nós
estamos à beira de grandes mudanças“, disse
Steffen
“Nós podemos … alcançar o topo do
aumento das temperaturas em dois graus, ou cruzar o limiar além do qual o
sistema se desloca para um estado muito mais quente.”
Pieces of ice fall from the front
of Argentina’s Perito Moreno glacier near the city of El Calafate, in the
Patagonian province of Santa Cruz, December 14, 2009. Credit:
Reuters/Marcos Brindicci
Momentos críticos:
Para
a cobertura de gelo dos polos – enormes refrigeradores que retardam o
aquecimento do planeta – o ponto limite já foi ultrapassado, afirmou Steffen.
A cobertura de gelo do oeste da Antártica já
encolheu ao longo da última década e a cobertura da Groenlândia perdeu em torno de 200 km³ por ano, desde a década de 1990.
A capa de gelo do Ártico alcançou em
setembro de 2012 a sua menor área de cobertura
desde 1979, quando esse fenômeno passou a ser acompanhado por cientistas de
todo o mundo.
A
maioria das estimativas climáticas concorda que a floresta amazônica vai se
tornar mais seca na medida em que o planeta esquente.
Mortes
de grandes porções de floresta provocadas pela seca têm aumentado os temores de
que estamos prestes a viver/ultrapassar um ponto limite, quando a vegetação vai
parar de absorver emissões e começar a liberar gases na atmosfera.
Cerca
de 1,6 bilhões de toneladas de carbono foram perdidos em 2005 pela floresta e
2,2 bilhões de toneladas em 2010, o que desfez cerca de 10 anos de esforços
para diminuição de emissão da atividade de carbono, disse
Steffen.
Um
dos limiares/limites mais preocupantes e desconhecido é o Siberian PERMAFROST, que armazena
carbono e outros gases congelados no solo para longe da atmosfera.
“Há cerca de 1,6 trilhões de toneladas de carbono lá armazenado- cerca de
duas vezes a quantidade existente na atmosfera hoje – e as altas latitudes do
norte estão experimentando a mudança de aumento da temperatura muito mais grave
e rápido do que qualquer outra parte do planeta“, disse ele.
Em
caso de pior cenário, entre 30 a 63 bilhões de toneladas de carbono podem ser
liberadas por ano a partir de 2040, aumentando para entre 232 até 380 bilhões
até 2100.
Como comparação, a quantidade de CO2 liberada
por combustíveis fósseis anualmente é de 10 bilhões de toneladas.
Na Europa também é possível se perceber a diminuição
significativa da presença de gelo.
O aumento do CO2 na atmosfera também tornou os oceanos mais ácidos
conforme eles vão absorvendo os gases.
Nos
últimos 200 anos, a acidificação dos oceanos ocorreu em uma velocidade jamais
vista em 60 milhões de anos, disse Carol Turley do Laboratório Marinho
de Plymouth.
Este
fato ameaça o desenvolvimento de barreiras de coral e poderia conduzir à
extinção de várias espécies de animais marinhos dentro de décadas, bem como a
um aumento no número de predadores.
Como
os cientistas, decisores políticos e os grupos ambientalistas se reuniram na
Conferência “Planet Under Pressure”
(PLANETA SOBRE PRESSÃO) em Londres, as opiniões divergiram sobre as
medidas a se tomar nesta segunda década do terceiro milênio.
O Professor Anthony
Giddens, da London School of Economics concentrou seu foco na indústria de combustíveis fósseis, visto que as
energias renováveis constituem apenas 1% da matriz energética global.
“Temos uma ENORME
INÉRCIA na economia mundial e DEVERIAMOS
fazer muito mais esforços para se
fechar estações elétricas movidas à queima de carvão“, disse ele.
A
gigante holandesa do petróleo a Royal Dutch Shell se concentra trabalhando em
tecnologias de ponta para emissões negativas de CO2 a longo prazo, como a
captura de carbono na biomassa e no uso da terra, disse Jeremy
Bentham,
vice-presidente da empresa para negócios e meio ambiente global.
(Edição por Alessandra Rizzo)
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a citação das fontes.
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