*QUESTÃO 6*
SATSANG DO COLETIVO DO UM
12.10.2013 - POR ALTA
(colaboração do Sr. Louis Geary)
Obs.: as Questões 3 e 5 não foram respondidas porque estavam incompreensíveis.
Questão 6
Olá Alta,
Em 2010, eu estava no meu banheiro e, de repente, sem me dar
conta, eu não compreendia onde eu estava, eu não reconhecia este cômodo, eu
estava com o meu cérebro completamente vazio.
Eu não sentia nada, nem medo, nem alegria.
Eu não me perguntava quem eu era, no entanto, eu sequer estava
certa de saber o meu nome.
Eu tampouco tentei sair dali.
Eu lembro que eu tinha consciência de estar em um banheiro e eu
olhava a cortina do chuveiro cujo grafismo era muito especial e eu me dizia
que, sem dúvida, eu ia me lembrar de alguma coisa, mas nada acontecia de
novo...
Entretanto, o meu cérebro, que parecia vazio, forçou-me para
tentar lembrar-me de alguma coisa, eu sentia que, insistindo, a memória iria
retornar.
E depois de longos minutos, eu acho que isso pôde durar 10
minutos, é que, pouco a pouco, as minhas lembranças retornaram, mas eu tinha a
impressão de me esforçar muito para recuperar a minha memória.
É isso o Absoluto?
E se sim, por que eu não estava na
alegria?
E também, de que serviu vivenciar isso, porque eu nada fiz senão
procurar me lembrar.
Obrigada e para sempre.
Sidonie.
Resposta de Alta
Então, aí, Sidonie, você
descreve um processo.
Ainda uma vez, se admitirmos que isso não é um processo de
doença, por exemplo, como uma ausência ou um pequeno mal de epilepsia, se
eliminarmos, é claro, todas as causas fisiológicas e fisiopatológicas médicas,
psicológicas ou outras, você vivenciou um estado.
Este estado de não-consciência ou de a-consciência onde você não
tem mais, como você diz, memória, não tem mais referências do passado,
isso é efetivamente uma experiência.
Mas, novamente, é preciso diferenciar, e encontramos isso no
contexto das questões anteriores, é preciso diferenciar o que é
do processo de experiência que pode se expressar, e esse é o seu caso,
por um retorno ao antigo e que não tem sentido, nem significado profundo já que
não houve transmutação ou transformação, mas retorno ao passado, ao que era
anterior.
A diferença não está na experiência vivenciada, no
estado vivenciado a um dado momento, mas no que eu nomeei as investigações, ou
seja, as implicações e as consequências comportamentais, neurofisiológicas,
espirituais e até mesmo em meio à personalidade do ego, do mental, das emoções.
Se não houve transformação, se não houve transmutação, este
estado, esta experiência, foi dada a você para ter, eu diria, uma aproximação e
uma experiência, mas, no seu caso, isso não permitiu a sua instalação em meio à
Eternidade.
Por quê?
Porque, você mesma disse, tendo vivenciado este estado, ou, ainda
uma vez, quando há a-consciência, não há nem Alegria, nem Paz,
nem Plenitude.
A Alegria, a Paz, a Plenitude, são as consequência
deste estado quando ele está instalado na personalidade.
Quando eu digo: eu estou na Alegria, eu
estou na Paz, eu estou no
Samadhi, eu estou na Beatitude, quem diz isso?
Evidentemente, isso é o meu eu, ou seja, o meu sistema efêmero
que se deixou penetrar pela Verdade do Absoluto que diz isso.
É por isso que eu também disse: quando eu escrevo as
palavras, os poemas, quando eu faço um desenho, quando eu pintava, eu apenas
faço refletir um estado interior, mas, assim que houver expressão sob uma forma
ou outra, verbal, artística, pictórica, há deformação.
Então, aí, tendo vivenciado uma experiência que não induziu
transformação, você mesma se recuperou, procurou, você foi procurar na sua
memória para se inserir de novo em meio à história pessoal, à lenda pessoal, o
cenário de vida, a sua pessoa histórica.
Não é porque não houve frutos que o que você alcançou, naquele
momento, não deva, não possa reproduzir, muito pelo contrário, a reminiscência,
e isso é bem conhecido no que chamamos de energética.
Eu vou tomar um exemplo muito simples de compreender.
Vocês fazem uma sessão (de terapia) de
osteopatia, existem meios de avaliar a energia de uma pessoa através de meios
conhecidos como a técnica GDV (Gas Discharge Visualisation), como o efeito Kirlian e outras
técnicas que eu não vou desenvolver aqui, que recorrem a técnicas
eletromagnéticas que são muito conhecidas na Alemanha, em outros lugares como
na França, em todo caso, que mostram o efeito da sessão de osteopatia.
Há cerca de 25 anos, nós tivemos uma ideia porque, quando se vai
procurar um osteopata, mesmo se ele for bom, muitas vezes as pessoas nos
dizem:
“ah, sim, eu tive um efeito
extraordinário, e quinze dias depois, isso volta”, quase como uma sessão
de homeopatia.
E tivemos a ideia, um dia, de pedir a esta pessoa para relembrar
a sessão de osteopatia, e tivemos a surpresa de constatar que os efeitos
energéticos eram os mesmos, nos mesmos locais, mesmo não havendo a mesma
potência.
O que eu quero dizer com isso?
Eu quero dizer simplesmente que esta experiência que você
vivenciou, que não foi seguida de um estado permanente, que não a fez, em
princípio, sair da pessoa para entrar na Alegria e na Beatitude, ou na Paz,
significa, quando mesmo, um elemento memorial energético.
Lembrem-se, o passado não existe para o Absoluto, o
futuro tampouco existe, então, a personalidade pode realmente apoiar-se nesse
momento, não para encontrar a explicação, mas reanimando,
de algum modo, esta memória energética da experiência
vivenciada, a fim de, hoje, beneficiar-se dos frutos.
Por quê?
Porque, justamente, a distância que existia entre o efêmero e o
eterno está hoje reduzida, como dizemos em francês “até que não reste mais nada” (“à
peau de chagrin”), ou seja, há cada vez menos distância, o que explica que, cada
vez mais, os Irmãos e as Irmãs entram em Coincidência, em Fusão, em Dissolução
no Absoluto,
sem nada ter que pedir a alguém, sem jamais ter empreendido um
caminho espiritual.
Tudo isso é a Graça em ação, e esta Graça ela está mais perto de
nós já que MARIA está ao nosso lado e em nós, já que o conjunto das manifestações
Interdimensionais está mais próximo da nossa Dimensão.
Vocês têm a possibilidade, através dessa experiência da época,
que é a morte, de despertar a memória da experiência
Não da explicação, é claro, mas do estado desta experiência de
então, e não de fazê-la reviver como um passado, mas de vivê-la no presente.
Se você se aproximar desse presente sem intervir seja o que for
senão o observador, então, naquele momento, haverá alguma forma de renascimento da
experiência, porque ela é independente do tempo, independente desse passado,
desse banheiro e dessa cortina do chuveiro, indo colocá-la sob a ação da Graça,
sob a ação da Verdade.
Isso é para você, certamente, através do que você diz, um meio
de realizar o que você É.
Está aí o que eu posso dizer.
Blog: Satsang do Coletivo do Um – Questão 6 (12-10-2013)
Transcrição do texto (em francês): Laurence Brossard
Tradução para o português: Zulma Peixinho
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