Osho
quarta-feira, 13 de
novembro de 2013
Todo mundo tem medo da intimidade— se você tem
consciência disso ou não, é outra coisa.
Intimidade
significa expor-se perante um estranho — e somos todos estranhos; ninguém
conhece ninguém.
Somos
estranhos até para nós mesmos, porque não sabemos quem somos.
A
intimidade aproxima você de um estranho.
Você tem de baixar todas as
suas defesas; só então a intimidade é possível.
E
o medo é
tanto que
se você baixar todas as suas defesas, todas as suas máscaras, quem
sabe o que o estranho fará com você?
Todos
escondemos mil e uma coisas, não só dos outros mas de nós mesmos, porque somos
produtos de uma humanidade doente, com todos os tipos de repressões, inibições, tabus.
E o medo é tanto que com alguém que seja um estranho — e não
importa que você tenha vivido com a pessoa por trinta, quarenta anos: a
estranheza nunca deixa de existir — parece mais seguro manter algum tipo de
defesa,
uma certa
distância, porque o outro pode levar vantagem sobre as suas fraquezas, sobre as
suas fragilidades, sobre a sua vulnerabilidade.
Todo
mundo tem medo da intimidade.
O problema se complica ainda mais porque todo mundo quer
intimidade.
Todo
mundo quer intimidade porque, do contrário, estaríamos sozinhos no universo —
sem amigos, sem um amor, sem alguém em quem confiar, sem ninguém a quem você
possa abrir todas as suas feridas.
E
as feridas não podem se fechar a menos que estejam abertas.
Quanto mais você as esconde, mais perigosas elas se tornam. Elas podem se tornar
cancerosas.
Por
um lado a intimidade é uma necessidade essencial, portanto todo mundo anseia por ela. Você quer que a outra
pessoa seja íntima, de modo que a outra pessoa abaixe as defesas dela,
torne-se
vulnerável, abra todas as suas feridas, derrube todas as suas máscaras e falsas
personalidades, fique nua como ela é.
E,
por outro lado, todo mundo tem medo da intimidade — você quer ser íntimo da
outra pessoa, mas não abaixa as suas defesas.
Esse
é um dos conflitos entre amigos, entre pessoas que se amam: ninguém quer abaixar as
próprias defesas e ninguém quer se expor em total nudez e sinceridade, abrir-se
— e
ambos necessitam de intimidade.
A menos que se dispa de todas as suas repressões, inibições — que recebeu da sua
religião, da sua cultura, da sua sociedade, dos seus pais, da sua educação —,
você nunca será capaz de ser íntimo de alguém.
E
você terá de tomar a iniciativa.
Mas
se você não tiver nenhuma repressão, nenhuma inibição, então também não terá
feridas.
Se
viver uma vida simples, natural, não existirá medo da intimidade,
Mas
a
excepcional alegria de duas chamas aproximando-se ao ponto de quase se tornarem
uma única chama.
E
o encontro será imensamente gratificante, satisfatório, realizador.
Mas,
antes de tentar chegar à intimidade, você deve limpar completamente a sua casa.
Apenas um homem que pratica a meditação pode permitir que a
intimidade aconteça.
Ele
não tem nada a esconder.
Tudo
o que ele temia que alguém viesse a saber, ele próprio já deixou para trás.
Em
seu coração ele guarda apenas o silêncio e a compaixão.
Osho, em "Intimidade: Como Confiar em Si Mesmo e nos
Outros"

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor leia antes de comentar:
1. Os comentários deste blog são todos moderados;
2. Escreva apenas o que for referente ao tema;
3. Ofensas pessoais ou spam não serão aceitos;
4. Não faço parcerias por meio de comentários; e nem por e-mails...
5. Obrigado por sua visita e volte sempre.