17 de fevereiro de 2014
Uma vez que é preciso um nome, eu sou Osho.
Mas eu sou você, como você é eu.
Eu venho, hoje, dançar a Vida, com
cada um de vocês e, com vocês, ver onde a Dança é mais lenta, ver onde a Dança
não pode desenrolar-se.
Mas, antes de qualquer coisa, eu lhes
proponho banhar-nos, juntos,
No Fogo...
[Comunhão]
A Dança da Vida é a própria natureza
da Vida.
Não há que buscar onde quer que seja
alhures, que não em si mesmo, aí, onde se encontra a Vida.
A Vida é tal a água que cai no alto
das montanhas e que desce ao encontro do oceano.
Nada pode pará-la.
Ela traça seu caminho até juntar-se
ao oceano.
Só o humano consegue bloquear essa
água.
A natureza não o pode, mas o humano é
capaz de construções que levam a Água a não poder juntar-se ao oceano.
Assim é a Vida.
A Vida dança, essa é sua natureza.
Mas o humano, nesse mundo, quis
proteger-se, de algum modo, da Dança.
Ele quis instalar a segurança, disso
eu já lhes falei.
Essa segurança em sua humanidade
chama-se cultura, religião.
Por trás de tudo isso se coloca o
muro que vem bloquear a Dança da Vida.
Porque, isso vocês já sabem, os
frutos da cultura na qual vocês estão colocados existem há milênios, sob
diferentes formas, mas poderíamos dizer que a intenção é a mesma e o fruto é
exatamente o mesmo.
O fruto é a dualidade, o fruto é a
separação, o fruto é o sofrimento.
A sociedade e suas regras são feitas
apenas para permitir aos egos funcionarem entre si.
As regras morais têm, exatamente,
esse objetivo, mas essas regras fazem apenas afundá-los no ego.
Elas os mantêm ali lhes fazendo
encher a cabeça com uma segurança.
Então, compreendamos bem, eu não
chamo à revolução exterior.
Eu chamo ao Despertar interior.
Porque pouco importa melhorar a
ilusão, pouco importa ali mudar o que quer que seja.
Isso é tentar trocar um muro por
outro.
A cada vez, vocês deixam alguém
ditar-lhes a verdade dele e dizer-lhes que é a Verdade.
Então, vocês constroem um muro entre
a Vida e vocês.
Porque, em definitivo, vocês sabem
disso, aquele que é liberado não procura arrastar com ele quem quer que seja,
ele não procura impor suas ideias.
Ele partilha, e deixa-os livres.
Jamais vocês poderão viver sua
Verdade seguindo a ilusão do outro.
E, no entanto, é isso que os convida
a fazer sua sociedade, que os convida a seguir o fluxo, que admite,
eventualmente, alguns desvios, mas que não os deixa, jamais, livres para
situarem-se fora do poder dela.
Naquele momento, os meios utilizados
podem ser o de fazê-los passar por loucos, ou por perigosos.
Tudo isso, vocês sabem, esses muros,
vocês os veem.
E esses muros são construídos de
maneira completamente incoerente, se vocês observam com um mínimo de
integridade.
Tomemos, por exemplo, o que é
partilhado em sua sociedade com referência às relações entre os homens e as
mulheres.
A sexualidade é suja, a sexualidade
deve ser evitada e, entretanto,
ela é colocada, por toda a parte, na
dianteira da cena, seja nos filmes, nas publicidades, por toda a parte, em sua
sociedade.
E, ao mesmo tempo, vocês têm recebido
de sua sociedade, de sua cultura, o fato de que as crianças são puras.
Então, eu lhes pergunto: como a pureza pode nascer da
união do que é sujo?
Este é apenas um exemplo entre tantos
outros do que os banham, e do porque vocês se deixam adormecer, sem que isso
seja uma reprovação.
Mas vocês deixam adormecer a Vida,
situando-a no exterior de si,
tentando seguir o que leva a adesão
do outro.
Não se esqueçam de que muitos seres
que iluminaram seu mundo foram confrontados a isso, confrontados à rejeição,
confrontados à incompreensão.
Hoje, todo mundo parece convencido da
potência do Amor, da Verdade de Cristo.
Mas, em Sua vida, Ele teria podido
ser salvo e evitar a cruz.
Hoje, todo mundo vê-se como um
próximo de Cristo, mas o que foi,
verdadeiramente,
em Sua vida?
E, sobretudo,
o que é hoje?
Hoje, onde vocês
estão colocados?
Vocês estão
colocados em sua Verdade?
Vocês estão colocados em uma adesão a
uma história, a uma
sociedade?
Vocês estão
colocados em um distanciamento do outro?
Quando nós lhes dizemos que há apenas
o Um, nós não dizemos que há vários Um.
Nós dizemos: há apenas o Um.
Essa é a Verdade, que vocês têm a
possibilidade de descobrir, a possibilidade de viver.
Essa não é uma conquista, necessita,
simplesmente, de extrair-se da ilusão e do que ali os mantêm.
Minhas palavras vêm, eu diria,
ressoar com o que o Comandante pôde desenvolver ontem.
Nós os convidamos, nesse tempo de
Fogo, nesse tempo de Celebração, a posicionar-se em sua Verdade.
Porque o Fogo vem tudo dissolver.
E o que vocês pensam que o ego, a personalidade pode sentir com a
aproximação do Fogo?
A insegurança, o medo, a dúvida...
Se vocês estão colocados em sua
Verdade, então, vocês veem vir para si apenas o Amor, o Amor que é apenas
Verdade, que, uma vez instalado na Unidade, o Amor é o Fluxo da Vida que passa
do Um ao Um.
Aí está o essencial do que eu
desejava desenvolver.
Se existem interrogações em relação a
isso, estou pronto a respondê-las.
Não há questões.
Então, vou continuar um pouco meu
monólogo.
Nós temos desenvolvido, há vários
anos, esses diferentes aspectos da ilusão da dualidade, de sua Verdade.
Nós os temos encorajado a
colocarem-se no interior de si, colocarem-se em sua soberania.
A escolha, a única escolha que você
pode fazer, em definitivo, é colocar-se na personalidade, colocar-se no Ser, ou
não colocar-se em lugar algum.
Daí decorrem frutos muito diferentes,
e essa é sua liberdade.
Não há esforço a fazer.
É a cessação do esforço que permite
deixar desmoronarem os muros que o isola de sua Verdade.
Esses muros são mantidos a cada
instante.
Na maior parte do tempo vocês não
veem, mesmo, que aderem a diferentes aspectos de sua sociedade, porque o
próprio fato da linguagem, por exemplo, leva a algumas maneiras de pensar.
Em algumas culturas, há apenas uma
palavra para falar do que passou, e apenas uma palavra para falar do futuro.
Em sua sociedade, vocês têm inúmeras
delas, vocês podem, mesmo, regular o passado e o futuro em escalas de tempo de
segundos.
Então, forçosamente, aprendendo uma língua,
vocês desenvolvem os conceitos que a ela estavam ligados.
Cabe a você, agora, não mais
deixar-se enganar por tudo isso.
Cabe a você, agora, experimentar e
viver a Verdade em si.
Em nada acredite, seja no que eu lhe
digo ou no que outro lhe dirá.
Viva, experimente por si mesmo.
Esteja atento, a cada instante, à
presença da Vida, à presença da Alegria, do Êxtase ou à presença do peso, do
sofrimento.
Nada julguem.
Isso lhes dá, simplesmente, uma
indicação: que seu posicionamento mudou, e esse é o mais belo presente que há.
Olhem a Vida significar-lhes onde
vocês estão colocados, e celebrem isso na Leveza.
Porque não há qualquer mau
posicionamento enquanto vocês estão conscientes do que está em jogo.
Vocês não são mais vítimas, não são
mais uma ovelha que segue o rebanho, que corre um pouco em um sentido, um pouco
no outro, em função do medo de umas e de outras.
Porque, vocês
já observaram como funciona um rebanho de ovelhas?
Assim que uma delas se assusta, ela
foge, e as outras seguem,
sem se questionarem.
Isso é amplamente utilizado nas
mídias, em sua sociedade, o que cria medos para levar o conjunto de humanos a
colocar-se onde a sociedade decidiu.
Os exemplos são numerosos, vocês
sabem disso.
Eu venho, simplesmente, depositá-lo
diante de vocês de deixá-los observar por si mesmos, permitindo-lhes tirar as
conclusões que vocês quiserem.
Em minha vida eu passava, vocês
sabem, por um excêntrico, porque, justamente, eu não aceitava deixar-me ditar
meu caminho pela sociedade, a moralidade e as religiões.
A Vida não se tem em qualquer livro,
em qualquer conceito.
A Vida vive-se, o que leva, então, a
reconhecer que tudo é mudança permanente, que tudo é Dança, e que a única coisa
que não muda é a mudança.
Eu fui particularmente tagarela hoje,
mas, eu repito, o Fogo revela-se, agora, inteiramente, e não há mais que
tergiversar.
Acolher o Amor é renunciar à
segurança, é renunciar a todos os âmbitos de segurança.
Então, eu lhes digo, no Amor, em sua
Verdade, até breve.
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Transmitido por Air
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