segunda-feira, 17 de março de 2014

VOCÊ É SUFICIENTE? SHAUMBRA HEARTBEAT por Jean Tinder - Shaumbra News - Março de 2014

VOCÊ É
SUFICIENTE?
SHAUMBRA HEARTBEAT
Por Jean Tinder, Editora do Shaumbra Magazine, Professora do Círculo Carmesim
A tradução para o português da Série Shaumbra Heartbeat de Jean Tinder feita por Lea Amaral é incentivada e patrocinada pela Shaumbra Vera Amaral Gurgel
VOCÊ É
SUFICIENTE?
Adamus vem recentemente insistindo com os Shaumbra para separarem até três dias por mês para ficarem completamente sozinhos.
Parece uma ótima idéia - até começarmos a pensar em toda a logística (o que acontece com todas as coisas que tenho que fazer e com as pessoas que dependem de mim?), sem mencionar a vaga estranheza de toda a ideia (e se eu ficar entediado?).
Mas se quisermos esse reencontro ilusório com o Ser tanto quanto nós admitimos, temos que decidir o que é mais importante: o tempo com o nosso Ser ou as eternas distrações da vida.
Afinal de contas, qualquer bom relacionamento é construído sobre passar um tempo juntos com qualidade, então por que parece ser tão estranho dar isso a nós mesmos?
Eu amo meu trabalho, que é uma coisa boa, porque ele poderia facilmente manter-me ocupada quase 24/7.
Mas toda essa ocupação é mais uma razão para seguir o conselho do Adamus, por isso há algumas semanas eu reservei uma pequena cabana e planejei o meu retiro.
Este seria um tempo para estar só comigo mesmo e, portanto,
não incluiria quaisquer revistas, livros, canalizações, TV, jogos eletrônicos ou quaisquer outras distrações.
À medida que o tempo se aproximava minha expectativa cresceu e eu notei que o meu planejamento parecia um pouco com o planejamento para uma lua de mel.
Que outra ocasião a gente viaja apenas com as coisas básicas e sem nenhum plano para entretenimento externo?
Finalmente chegou a hora de partir para os meus três Dias de Consciência.
Bem, da tarde de domingo até terça-feira manhã não eram exatamente três dias inteiros, mas ainda assim era mais tempo para fazer absolutamente nada do que eu tive em muito tempo.
Apenas a uns dez minutos de casa, notei a sensação de uma enorme mochila se soltando dos meus ombros e caindo.
Cheia de toda a responsabilidade que eu empilhei sobre mim, ela tornou-se tão familiar que eu nem tinha notado o peso.
Eu tomei uma respiração profunda, conforme ela caiu para dentro da vala, à espera de ser pega novamente, quando eu voltasse para casa.
Após duas horas dirigindo por estradas das montanhas com neve, lá estava a minha cabine.
Ahh ..., isolamento, finalmente!
Eu trouxe as minhas coisas para dentro e olhei em volta.
Dois alces magníficos estavam descansando no quintal cheio de neve.
(E antes que eu entrasse eu iria ver um lince na varanda e levado a dormir pelos pios de uma coruja do lado de fora da janela!)
Foi mágico.
Eu fiz uma xícara de chá para mim mesma, sentei-me e respirei fundo.
Não havia nada a fazer, nenhum lugar para ir, ninguém para conversar, nem mesmo um diário para escrever.
Silêncio total.
Apenas eu, eu mesma e o Eu Sou.
Mesmo as entidades habituais e as energias pareciam recuar em respeito à minha escolha de ficar sozinha.
Havia uma sensação estranha na minha cabeça, como se meu cérebro bem enrolado, agora estava se desenrolando suavemente.
Os pensamentos começaram a se afastar, meu corpo geralmente apressado diminuiu o ritmo, os meus sentidos se tornaram relaxados e abertos.
Sem nada para fazer - sem tarefas urgentes, listas para verificar,
telefonemas para atender ou e-mails para responder; na verdade sem nenhuma distração – só restou eu sentir a mim mesma.
E de repente o maior sentimento foi... cansaço!
Esta coruja noturna foi para a cama dormir às 18:30, começando treze horas indulgentes de ser na horizontal.
Ah, que luxo!
Na manhã seguinte, levantei-me para um dia inteiro para fazer nada.
De vez em quando a minha mente ansiosa e inquieta procuraria pelos folhetos na mesa, pensaria em ligar a TV ou até mesmo começaria a contar as lajotas no chão.
Mas eu me recusei, querendo experimentar totalmente este estado de ser em vez de fazer, sem me importar o quão estranho era.
Então eu “fiz” muito de sentar, respirar e olhar para o espaço.
Algumas vezes fui para fora e olhei para o rio ou para as nuvens,
mas vocês entenderam.
Apesar da mente desemaranhada ocasionalmente querer enrolar-se de novo, essas foram algumas das mais preciosas e exuberantes 40 horas que eu já passei comigo mesma.
Quando eu contei para as pessoas depois, a pergunta imediata,
logo após o "Onde você foi?" sempre foi:
"O que você fez durante todo o dia?"
Na verdade, eu já tinha me feito a mesma pergunta centenas de vezes antes de ir, porque pode ser bastante desconcertante não ter absolutamente nada acontecendo.
A maioria de nós está tão acostumada com a correria que a ideia – sem mencionar a experiência - de que muito silêncio é inquietante.
Mas algo me ocorreu poucos dias depois do meu pequeno retiro e eu comecei a entender a sua importância.
Em outras eras, quando precisávamos desesperadamente descobrir:
"Quem sou eu", nós aprendemos a nos cercar de outras pessoas para nos vermos em seus reflexos.
Aprendemos a identificar e avaliar a nós mesmos pelas coisas, pessoas, circunstâncias e ações de nossas vidas e, em algum lugar ao longo do caminho, a identidade externa tornou-se mais real para nós do que a interior.
Nós nos agarramos aos outros em vez de a nós mesmos.
Valorizamos o fazer mais do que o ser, as ocupações mais do que o silêncio, as coisas mais do que o silêncio, porque é assim que nós sabemos que somos reais.
Talvez seja por isso que o Adamus esteja tão focado no "eu existo”
Porque quando eu sei que existo, então eu não preciso de mais nada para me convencer de que eu sou real.
Eu não preciso obter energia de qualquer outra coisa também,
que é o que costumamos fazer com todas essas distrações e outras pessoas.
Há um limiar para nós atravessarmos.
Ele vai nos levar para o lugar onde se virar para o nosso interior preenche absolutamente todas as necessidades que temos.
Mas uma vez que o atravessamos, eu tenho certeza que não vamos voltar.
E uma vez que só podemos imaginar isso a partir da nossa perspectiva atual, parece ser um monte de nada.
E isso se parece com o Vazio que nós nunca queremos visitar de novo.
Então eu sugiro que comecemos devagar.
Você consegue lidar com algumas horas, um dia ou dois, de nada além de si mesmo?
Quem é que vai ficar sem nada para fazer, ler ou dizer, assistir ou ouvir?
Eu tenho um palpite de que o Adamus quer que você descubra por si mesmo

Meu tempo sozinha foi realmente bem completo - com respiração, sentindo, conectando-me com o meu corpo de luz (mais sobre isso no próximo mês!), sendo, sentindo, pensando um pouquinho, muito mais sentindo - e eu mal posso esperar para fazê-lo novamente.
Este não é o momento para se dar o presente de você mesmo?
No total isolamento, sem distrações, sem telefone, sem computador, sem livros, nada além do que está dentro - você será suficiente?
Por que não ter uma lua de mel com você mesma!
E neste processo, você pode encontrar a paz e clareza para manter o seu equilíbrio nestes tempos de mudanças.
Tradução: Léa Amaral

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