quarta-feira, 2 de abril de 2014

DITADURA CRIOU CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO INDÍGENAS

DITADURA CRIOU CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO INDÍGENAS
quarta-feira, 2 de abril de 2014
Índios foram submetidos a trabalhos forçados e torturas.
Reparação de crimes cometidos nas aldeias ainda é pouco debatida.
Ufos Wilson:
Quando trago neste blog algum tema que aos olhos alheios pode parecer em nada haver com o foco central me questiono, qual civilização avançada moralmente, digo moralmente pois tecnologicamente estamos evoluindo a passos largos, porém moralmente estamos regredindo, ou melhor, nunca fomos uma civilização propriamente dita, os que estão a frente de alguma forma sempre dizimou os que eles viam como inferiores e assim segue até os dias atuais.
A matéria a seguir mostra a verdadeira atrocidade e crime contra a humanidade cometida pelos ditadores militares contra aqueles que são os verdadeiros donos do Brasil, nossos índios que desde sempre sofreram com invasão do homem dito "civilizado".
Ufologia também é cidadania e se queremos contatar a seres avançados do cosmos, teremos que aprender a nos respeitar uns aos outros, sejam civilizações diferentes ou sejam seres da flora e fauna.
De 1969 até meados da década de 1970, a Fundação Nacional do Índio (Funai) manteve silenciosamente em Minas Gerais dois centros para a detenção de índios considerados “infratores”
Para lá foram levados mais de cem indivíduos de dezenas de etnias, oriundos de ao menos 11 estados das cinco regiões do país
O Reformatório Krenak, em Resplendor (MG), e a Fazenda Guarani, em Carmésia (MG), eram geridos e vigiados por policiais militares sobre os quais recaem diversas denúncias de torturas,
trabalho escravo, desaparecimentos e intensa repressão cultural.
Os presos incluíam até mesmo indivíduos que lutavam contra a invasão de áreas hoje oficialmente reconhecidas como território indígena.
Muito pouco se divulgou sobre o que de fato acontecia nesses campos de concentração étnicos.
Se a reparação dos crimes cometidos pela ditadura nas cidades brasileiras ainda engatinha, nas aldeias situação é ainda pior.
Até hoje, nenhum índio ou comunidade indígena foi indenizado pelos crimes de direitos humanos ocorridos nesses locais.
Nunca houve qualquer manifestação formal do Estado brasileiro reconhecendo a existência de tais crimes.
Relatório Figueiredo:
“O relatório é uma bomba atômica na história recente do país.
Tinha muita gente importante envolvida.
Essa é uma das melhores notícias que já recebi nos últimos 40 anos”, se emociona o advogado Jader de Figueiredo Correia Júnior,
ao saber que o relatório produzido por seu pai em 1968, sobre violação de direitos humanos de indígenas, foi encontrado quase intacto, depois de mais de 40 anos desaparecido.
“Eu tinha certeza de que ele tinha sido queimado. Diziam na época que tinha sido proposital”, lembra o advogado, que reclama de o trabalho do pai ter sido escondido e ignorado na história do país, perpetrando as injustiças constatadas.
“Era uma voz solitária na ditadura, contra o AI-5 e contra um regime que censurava a imprensa”, diz.
O vice-presidente do Tortura Nunca Mais de São Paulo e coordenador do projeto Armazém Memória, Marcelo Zelic, um dos principais atores na recuperação do material, concorda:
Jader de Figueiredo foi uma figura republicana superinteressante, apagada injustamente da história”
Em 1977, uma comissão parlamentar de inquérito foi aberta na Câmara para investigar violações de direitos humanos dos índios
No ano anterior, o procurador que produziu o relatório morreu em acidente de ônibus, aos 53 anos.
Perguntado se a morte do pai pode ter sido provocada por opositores, o filho considera:
“Eu nunca tinha pensado nisso, eu tinha 14 anos incompletos na época. Pode ser. Meu pai morreu em um acidente que nunca foi esclarecido”
Jader Figueiredo Júnior relembra o transtorno que a divulgação do relatório trouxe à família e diz que seu pai chegou a ser ameaçado de morte.
“Ele sofreu atentados, foi perseguido por pistoleiros durante a investigação.
Nossa família vivia sob segurança da Polícia Federal”, relembra.
Ele destaca que o pai não era uma pessoa vaidosa e não gostava de aparecer.
“Ele se indignava de pensar que seu trabalho podia ficar no ‘dito pelo não dito’.
Viu muita injustiça, muita crueldade.
E morreu na esperança de seu trabalho aparecer de novo, de algum jeito.
Onde ele estiver agora, estará feliz”, acredita o filho.
Jader Júnior relata uma passagem que o pai costumava contar em casa, sobre uma índia que foi morta e cortada ao meio em público.
Segundo ele, quando o procurador chegou à aldeia, encontrou a mulher amarrada entre duas estacas pelos pés, de cabeça para baixo, partida longitudinalmente ao meio por piques de facão.
“O brasileiro costuma assistir a filmes de Hollywood onde cauboís matam índios e acha bonito.
O que o americano fez com os índios foi brincadeira em relação ao que foi feito aqui.
Lá foi uma matança, aqui foi genocídio.
Uma coisa nazista, hitlerista.
E o brasileiro não tem consciência disso.
Isso é uma coisa que o mundo precisa saber”, revolta-se o filho
A perplexidade do pai está indelével no relatório recuperado:
“Os criminosos continuam impunes, tanto que o presidente dessa comissão viu um dos asseclas desse hediondo crime (assassínio de Cintas Largas, no Mato Grosso) sossegadamente vendendo picolé a crianças em uma esquina de Cuiabá (MT)
Catalogação
Marcelo Zelic também expressa grande alegria pela descoberta do documento.
“Eu o achei inteirinho”, exclama o pesquisador, que percebeu que os papeis ilegíveis eram o famoso Relatório Figueiredo, que ficou batizado com o nome do procurador.
Ele descreve que foi chamado ao Museu do Índio em agosto do ano passado para analisar documentação que estava em posse da entidade desde 2008 e havia sido catalogada em 2010.
Das 62 páginas finais entregues ao ministro Albuquerque Lima pelo procurador Jader de Fiqueiredo, 15 estavam em estado precário de preservação.
O ativista garante, porém, que os trabalhos desenvolvidos pelo Museu do Índio, Tortura Nunca Mais de São Paulo, Comissão Justiça e Paz de São Paulo, Konoinia Presença e Serviço, Associação Juízes para a Democracia e Armazém Memória, com apoio da deputada Luíza Erundina (PSB-SP), conseguiu recuperar todas elas, que estão sendo catalogadas
Veja o Relatório Figueiredo clicando no link a seguir:
FONTE: JORNAL GGN

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