O
HOMEM É O UNICO SER INTELIGENTE DA TERRA???
A INTELIGÊNCIA DAS
PLANTAS REVELADA
segunda-feira, 10 de março de 2014
Pesquisas
recentes mostram que as plantas têm linguagem, memória, cognição e são capazes
de fazer escolhas.
Os
pesquisadores desvendam o mecanismo da inteligência vegetal e mostram como as
plantas passaram a dividir com os animais o status de criaturas autônomas e
sensíveis
Em 1880, o naturalista britânico Charles Darwin foi o primeiro a escrever que as extremidades
das raízes vegetais "agem como o
cérebro de animais inferiores".
Desde então, cientistas descobriram que as
plantas atuam também como se tivessem linguagem, memória, visão, audição,
defesas e cognição.
Percebem-se como indivíduos e são capazes de
fazer escolhas.
Em outras palavras, elas têm o que Darwin previa no último parágrafo de seu livro O Poder do Movimento nas Plantas:
inteligência.
As
evidências para isso vêm de diversos países ao redor do globo,
em
instituições de pesquisa como a Universidade da Califórnia e a Universidade de
Washington, nos Estados Unidos, o Instituto Max Planck e a Universidade de
Bonn, na Alemanha, a Universidade de Lausanne, na Suíça, além de institutos de
pesquisa no México,
França,
Itália e Japão.
Nos últimos meses, diversos estudos, publicados
em revistas científicas como Nature, Science ou Plos One têm
demonstrando o funcionamento dessas até então desconhecidas habilidades
vegetais.
E provado que as plantas estão longe de ser
criaturas passivas,
como se acreditava.
Um dos estudos mais recentes, divulgado no fim
do ano passado na revista Ecology Letters, mostrou como as plantas se comunicam por meio de compostos
voláteis.
Viajando pelo ar, eles avisam outras árvores
sobre a presença de herbívoros potencialmente perigosos — as folhas recebem a
mensagem e tornam-se mais resistentes às pragas.
"As plantas são
capazes de comportamentos muitíssimo mais sofisticados do que
imaginávamos",
afirma o biólogo Rick Karban,
da
Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e principal autor do estudo
sobre comunicação vegetal.
"Elas passaram
por uma seleção em que tiveram de lidar com os mesmos desafios que os animais e
desenvolveram soluções que, às vezes, guardam semelhanças com as deles"
É o
avanço dos estudos em biologia e fisiologia vegetal, aliado a tecnologias mais
potentes para conduzir experimentos e recolher dados, que está fazendo com que
os cientistas percebam que árvores e arbustos são criaturas sensíveis, que
dividem o mesmo espaço com os animais na escala evolutiva.
A língua das plantas — Quem está mostrando as evidências mais contundentes de uma
cara característica animal — a linguagem — nos vegetais são pequenas artemísias.
Há mais de uma década, Karban cuida do cultivo de quase cem delas em um campo
aberto na Califórnia.
Regularmente, suas folhas ganham pequenos
cortes que imitam dentadas de insetos para que emitam os compostos orgânicos
voláteis, conhecidos pela sigla VOC.
O objetivo é entender o papel desses elementos
perfumados na natureza, que parecem enviar mensagens muito precisas de uma
planta para outra.
Com
seu campo californiano, Karban não só provou que esses compostos existem, como
percebeu que eles viajam a até 60 centímetros de distância e são percebidos por
outros ramos da planta, por pés vizinhos da mesma espécie e, por vezes, por
outras espécies que estão ao lado.
"As plantas
coordenam suas defesas e as de seus parentes",
afirma Karban, que estuda o tema há mais de trinta anos.
"Esse e outros
trabalhos indicam que a comunicação entre os vegetais é um fenômeno real que
ocorre na natureza."
Pelas contas do pesquisador, outros 48 estudos
de comunicação vegetal confirmam que as plantas detectam esses sinais aéreos.
E dominam mais de uma língua: algumas conseguem
também enviar mensagens para predadores de herbívoros que, atraídos pelos
compostos emitidos, evitam que as folhas sejam comidas.
"Plantas
reconhecem os herbívoros que as atacam, às vezes até antes que eles
cheguem", diz o pesquisador.
"Descobrir essa
linguagem das plantas, além de ser muito interessante, pode nos mostrar como
manipular a defesa de safras inteiras"
Sinapses vegetais — Afora as mensagens voláteis, as plantas emitem
sinais elétricos — semelhantes a sinapses dos neurônios — para
enviar informações entre uma célula e outra.
Edward Farmer, o biólogo pioneiro em pesquisas sobre
comunicação vegetal da Universidade de Lausanne, na Suíça,
descobriu,
há alguns meses, uma maneira até então inédita de transmissão de sinais
elétricos vegetais, com pulsos que seguem por longas distâncias entre as
membranas da planta.
É
como um rudimento das sinapses animais.
“Esses sinais
elétricos que viajam através dos tecidos resultam em diversas respostas,
afetando a expressão dos genes ou ativando processos bioquímicos.
Mostramos que alguns
deles são importantes para comunicar ferimentos sofridos pelo vegetal”, afirma Farmer.
É mais ou menos o mesmo princípio que nos faz
perceber estímulos e responder a eles, mas em sua versão vegetal.
O
bioquímico, no entanto, é cuidadoso ao relacionar plantas a outros seres vivos.
Para
ele, as capacidades dos vegetais devem ser conhecidas e estudadas por suas
características próprias.
"Não devemos
antropomorfizar as plantas.
E é importante notar
que as plantas têm um sistema nervoso diferente dos animais",
afirma o pesquisador.
Defesa vegetativa — Plantas,
afinal, têm maneiras especiais de enfrentar desafios.
Martin Heil, biólogo do
Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional do
México, costuma dizer que o principal valor dos vegetais é sua maneira
inusitada de lidar com os problemas.
"É preciso
evitar a impressão de que os vegetais seriam mais valiosos se fossem mais
similares a nós", diz o pesquisador.
"É fascinante
ver o quanto as plantas são muito mais ativas do que pensávamos e desenvolveram
milhões de estratégias que as ajudam a sobreviver a condições ambientais
complexas e incertas"
Heil começou a estudar há quase vinte anos, na
Alemanha, os mecanismos extremamente sofisticados que folhas e ramos
desenvolveram para driblar sua falta de mobilidade e escapar de predadores.
Nos
últimos meses, descobriu como funciona a clássica associação entre plantas e as
formigas que as defendem de pragas e animais herbívoros como vacas e cavalos.
“Os vegetais
manipulam os insetos e os deixam sem outra alternativa para buscar alimento”,
diz o pesquisador.
Isso
acontece por meio de elementos químicos secretados pela planta que “viciam” as
formigas e fazem delas uma verdadeira tropa de defesa.
Nos próximos meses, o pesquisador entrará em um
time de especialistas em imunologia para descobrir como folhas e ramos
respondem a agressões externas.
"Nesse
contexto, plantas e humanos são realmente semelhantes. Nós usamos exatamente os
mesmos mecanismos de percepção de ferimentos e agressões", diz
Nova etapa — Em conjunto, todos esses estudos estão provocando
uma verdadeira revolução na compreensão das plantas.
Desde
a Antiguidade, quando o filósofo grego Aristóteles (século IV a. C.) classificou as plantas como seres entre os vivos
e os não-vivos — daí o sentido da palavra "vegetativo" — elas amargam a penúltima posição na evolução.
Estão
entre os minerais e os animais, classificadas como criaturas passivas, que
apenas sofrem os golpes do meio ambiente.
Relegadas a esse lugar, o interesse sobre seu
funcionamento chegou tardiamente.
Foi só nos anos 1960 que
todas as etapas da fotossíntese, com suas fases clara e escura, foram
desvendadas pelos cientistas.
"De certa
forma, ainda estamos na Antiguidade, acreditando que as plantas são
insensíveis.
Já sabemos que, de
um mesmo ancestral comum, evoluíram plantas e animais", diz o biólogo Marcos Buckeridge, professor de fisiologia vegetal do Instituto de Biociências
da Universidade de São Paulo (USP).
"É preciso dar
a elas um lugar ao lado dos animais"
Buckeridge trabalhou por vinte anos no Instituto de Botânica
de São Paulo e, pesquisando plantas como o jatobá e o pau-brasil,
percebeu
que elas têm sistemas inteligentes para se adaptar ao meio ambiente e escolher
as melhores opções para sua sobrevivência.
"Se
inteligência é a capacidade de se reconhecer como indivíduo e de tomar as
melhores decisões, de acordo as experiências vividas e condições ambientais,
então as plantas são inteligentes", afirma o pesquisador.
Diversos estudos publicados ao longo dos últimos
dez anos provaram que um vegetal se reconhece como um ser único e percebe
quando outras plantas ou animais tentam invadi-lo.
Além disso, relaciona variáveis como níveis de
água e luz e, de acordo com o que viveu no passado, toma decisões.
Escolhe crescer para um ou outro lado ou
abandonar ou manter suas folhas para economizar energia.
"Com todas
essas descobertas, não consigo ver diferenças nessa habilidade inteligente em
humanos ou vegetais", afirma Buckeridge.
Cérebro descentralizado — O que torna um e outro diversos é o tipo de
processamento de informações.
Árvores
e arbustos, devido a sua falta de locomoção, desenvolveram um sistema
descentralizado — diferente do animal,
que
é localizado em órgãos como o cérebro.
O
processamento vegetal de informações é semelhante a uma rede de inteligência
artificial, como em computadores.
Seus
sensores, que captam luzes de diferentes intensidades (como nossos olhos) ou sons delicados como o movimento aquático
dentro das células (como nossos ouvidos),
estão espalhados por todo o vegetal.
“Plantas leem ao
menos vinte parâmetros diferentes do ambiente e integram toda essa informação
sensorial a suas células e tecidos para responder de maneira inteligente –
senão, elas não sobreviveriam.
Isso requer memória,
aprendizado, uma forma de cognição.
Mas é preciso
lembrar que elas têm sua própria versão dessas habilidades, ditadas por sua
vida vegetal”, afirma Frantisek Baluska, biólogo da Universidade de Bonn, na Alemanha e um dos
fundadores do Laboratório Internacional de Neurobiologia Vegetal,
em Florença, na Itália.
Dessa
maneira, um vegetal age por meio de uma reunião de sistemas inteligentes que
dirige suas atitudes.
"Cada ramo ou
folha é uma unidade mais ou menos autônoma que se une para formar o todo da
planta.
Como uma
confederação",
diz Buckeridge.
Ética — Intencionalmente, o
objetivo dos pesquisadores é borrar as fronteiras entre os reinos mineral,
vegetal e animal.
Essa visão hierárquica da natureza — criada
pelo botânico sueco Carlos Lineu no século XVIII, espelhada nos grandes
impérios europeus — deu lugar a uma visão mais democrática da natureza na área
científica.
"Passamos de
uma visão cósmica centrada no homem para outra centrada no animal. Agora,
estamos caminhando para um sistema que será centrado na vida", afirma o biólogo.
O
próximo passo será decidir o que fazer com essas informações que colocam os
vegetais em um espaço muito próximo a nós.
Da
mesma forma que descobertas mostrando que animais sentem dor e têm sistemas
biológicos próximos aos humanos suscitam a discussão sobre o uso que fazemos
deles, também a forma de utilizar as plantas no futuro, a depender desses
pesquisadores, será uma questão ética
"O problema vai deixar de ser se esses
seres sofrem ou não ou se têm memória. Eles sentem e lembram. O que ainda vamos
precisar decidir é nosso papel e responsabilidade frente a seres que colocamos
a nosso serviço. Será um problema moral para as próximas gerações",
diz Buckeridge.
História
Neurobiologia vegetal
O hesitação de cientistas em usar metáforas
animais para falar plantas está ligada ao sucesso do livro A vida secreta das
plantas,
lançado originalmente em
1973, nos Estados Unidos.
Nele, os autores Peter
Tompkins e Christopher Bird afirmam que as plantas interagem com os homens, reagem a
seus pensamentos e ações e têm memória de eventos traumáticos.
O best-seller esotérico influenciou gerações —
contribuiu para que até hoje pessoas conversem com suas plantas ou abracem
árvores.
Para
quem vive nos laboratórios, o livro foi uma tragédia.
"A maior parte
do que está ali não é ciência", diz Elizabeth Van
Volkenburg,
bióloga da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
Em 2006, ela percebeu como a obra lançava um estigma
sobre áreas inteiras de pesquisa.
Elizabeth assinoum com cinco colegas, um manifesto propondo
uma área de estudos chamada "neurobiologia
vegetal".
"Tínhamos o
propósito de chamar a atenção para os processos vegetais similares aos
estudados por neurocientistas", diz
a pesquisadora.
A resposta foi um artigo violento em que
cientistas consideraram a palavra "neurobiologia" um acinte.
Mesmo assim, Elizabeth abriu um departamento em seu laboratório para estudar o tema
e fundou a Sociedade de Neurobiologia Vegetal, rebatizada de Sociedade de
Comportamento e Sinalização Vegetal, pouco tempo depois.
FONTE: REVISTA
VEJA
UFOS WILSON:
ALGUNS CIENTISTAS JÁ SABEM DESDE DÉCADAS QUE
ALGUNS VEGETAIS PODEM SE COMUNICAR ATRAVÉS DA TELEPATIA, QUE POSSUEM UM NÍVEL
DE INTELIGÊNCIA AVANÇADO,
MAS INFELIZMENTE NÃO INTERESSA A DIVULGAÇÃO NA
TOTALIDADE DESTAS INFORMAÇÕES QUE IRIAM CONTRA ANTIGOS DOGMAS RELIGIOSOS E
DESCONSTRUIRIAM ANTIGOS PARADIGMAS NOS LEVANDO A UMA NOVA CONSCIÊNCIA.
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