AEROCAPTURA
DE NAVES ESPACIAIS SERÁ TESTADA NA PRÁTICA
quinta-feira, 3 de abril de 2014
Na
aerocaptura, a nave mergulha na atmosfera do planeta, parando de forma muito
mais rápida do que na aerofrenagem.
[Imagem: AEROFAST]
Aerofrenagem
Uma
nave ou sonda espacial deve ser acelerada ao máximo, para diminuir o tempo das
viagens.
Ao
chegar ao destino, porém, é necessário brecá-la, ou ela simplesmente passa do
alvo, como aconteceu com a sonda japonesa Akatsuki, que deveria estudar Vênus.
Uma
técnica simples consiste em virar a nave ao contrário e acionar seus foguetes,
que passam a funcionar como freios.
Isso,
porém, consome muito combustível, o que aumenta o peso da nave, dificulta seu
lançamento e aumenta o custo da missão.
A
técnica mais conhecida nesses casos é a aerofrenagem, que já foi utilizada em várias missões espaciais
com êxito.
Com
a ajuda dos seus motores, que funcionam como guia e também ajudam a frear, a
nave raspa na atmosfera do planeta do qual ela deseja entrar em órbita, e o
arrasto se incumbe de fazer a maior parte da desaceleração.
Aerocaptura
Ainda
mais radical, mas ainda não testada, é a aerocaptura, na
qual a nave simplesmente mergulha na atmosfera do planeta, parando de forma
muito mais rápida.
Engenheiros
europeus agora estão se preparando para testar a aerocaptura na prática pela
primeira vez.
Deu
tudo certo nas simulações computadorizadas, levando em conta planetas com
atmosferas razoavelmente conhecidas, como a Terra ou Marte.
Mas
é preciso mais do que cálculos para a entrada no ângulo preciso na atmosfera -
a aerodinâmica da nave deve ser bem projetada e, mais importante, ela deverá
ser equipada com escudos termais eficientes.
A equipe do projeto Aerofast (Aerocapture for future space transportation) levou
tudo isso em conta e projetou uma nave completa que atendesse a todos os
critérios.
O
escudo de reentrada da NASA tem um formato cônico, mas a aerocaptura exigirá
um formato bicônico, com a nave totalmente encapsulada.
[Imagem: NASA]
Escudos térmicos
Foi
necessário desenvolver novos algoritmos para direção, navegação e controle da
nave.
Finalmente,
tudo foi simulado em uma missão completa.
As
simulações confirmam que a aerocaptura pode funcionar.
A
missão simulada teve sucesso mesmo nas condições de pior caso, sem exigir
grandes aumentos de peso da nave ou de orçamento da missão.
Os
testes definiram o formato aerodinâmico bicônico como o mais apropriado para
que uma nave mergulhe na atmosfera do planeta sem correr grandes riscos.
Finalmente,
a equipe construiu um protótipo de escudo termal, em escala reduzida, e os
resultados experimentais em laboratório confirmaram os cálculos teóricos.
Todo
o resultado do projeto está sendo agora repassado para as agências espaciais
que participaram do esforço (França, Alemanha, Itália,
República Tcheca, Portugal, Polônia, Bulgária e Bélgica)
para que os tomadores de decisão possam avaliar quando um protótipo real será
construído para envio ao espaço.
A NASA já testou com sucesso um escudo de reentrada
inflável, mas ainda não anunciou planos de uma missão real.
FONTE: SITE INOVAÇÃO TECNOLOGICA
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