EDUCAÇÃO INTEGRAL
A PEDAGOGIA LIBERTADORA DE SRI AUROBINDO
terça-feira,
8 de julho de 2014
A Educação Integral é decorrente da visão de Sri
Aurobindo e formulada em termos prático-vivencias por Mira Alfassa, A Mãe.
Segundo ela, tal educação abrangeria os cinco principais
componentes do ser humano: o físico, o vital, o mental, o psíquico e o
espiritual.
A educação integral visaria "a
realização simultânea de dois movimentos interligados: de um lado, o ajudar o
ser a encontrar sua lei de crescimento característica e missão central e
caminho, e crescer de conformidade com eles; junto com isso fazê-lo ver e com
força sentir a unidade que tudo forma e como cada um de nós, integrando esta unidade,
é um de seus múltiplos elementos, minúsculo em relação à imensidade do todo e,
no entanto, indispensável para seu existir..."
(Rolf Gelewski, 1977).
Os Três Princípios Educacionais de Sri Aurobindo
Primeiro Princípio:
Nada pode ser ensinado.
O professor não é um instrutor ou um mestre de tarefas,
ele é alguém que ajuda e guia.
“O primeiro princípio do ensinar verdadeiro é que nada
pode ser ensinado.
O professor não é um instrutor ou um mestre de tarefas,
ele é alguém que ajuda e guia.
Sua tarefa é sugerir e não impor.
Ele, no fundo, não treina a mente do aluno, apenas lhe
mostra como aperfeiçoar seus instrumentos de conhecimento, e o ajuda e encoraja
no processo.
Ele não lhe transmite conhecimento, ele lhe mostra como
adquirir conhecimento por si mesmo.
Ele não faz aparecer o conhecimento que está dentro,
apenas lhe mostra onde se situa e como se pode habituá-lo a subir à superfície.
A distinção que reserva este princípio ao ensino das
mentes adolescentes e adultas e nega sua aplicação à criança, é uma doutrina
conservadora e não inteligente.
Criança ou homem, menino ou menina, há somente um
princípio sadio de bom ensino
A diferença de idade serve apenas para diminuir ou
aumentar a quantidade de ajuda e guiança necessárias; não muda sua natureza”
Segundo Princípio:
A mente tem que ser consultada em seu próprio crescimento.
“O segundo princípio é que a mente tem que ser consultada
em seu próprio crescimento.
A idéia de martelar a criança até ela chegar a forma
desejada pelo pai ou pelo professor é uma superstição bárbara e ignorante
É ela própria que deve ser levada a expandir-se de acordo
com sua própria natureza.
Não pode haver erro maior do que o pai estabelecer de
antemão que seu filho deve desenvolver qualidades, capacidades, idéias,
virtudes particulares, ou ser preparado para uma carreira preestabelecida.
Forçar a natureza a abandonar seu próprio dharma é
causar-lhe um mal permanente, mutilar seu crescimento e desfigurar sua
perfeição.
É uma tirania egoística sobre uma alma humana e um
ferimento à nação, que perde o benefício do melhor que um homem poderia ter
dado a ela, e em vez disto é forçada a aceitar algo imperfeito e artificial, de
segunda mão, padronizado e comum.
Cada um tem em si algo divino, algo bem seu, uma chance de
perfeição e força em uma esfera por menor que seja, que Deus oferece a ele para
pegar ou recusar.
A tarefa é encontrar isto e desenvolvê-lo e usá-lo.
O objetivo principal da educação deveria ser ajudar a alma
em crescimento a extrair de si o melhor e torná-lo perfeito para um uso nobre.”
Terceiro Princípio:
Trabalhar a partir do que está perto para o que está distante, a
partir do que é para o que deve ser.
“O terceiro princípio da educação é trabalhar a partir do
que está perto para o que está distante, a partir do que é para o que deve ser.
A base da natureza de um homem é quase sempre, em acréscimo
ao passado de sua alma, sua hereditariedade, seu ambiente, sua nacionalidade,
seu país, o solo do qual ele tira sustento, o ar que ele respira, as paisagens,
os sons, os hábitos a que ele está acostumado.
Apesar de insensivelmente, eles não o moldam menos
poderosamente, e é disto,
pois, que temos que começar.
Não devemos arrancar a natureza pelas raízes da terra em
que ela deve crescer,
ou rodear a mente com imagens e idéias de uma vida que é
estranha a esta em que ela deve fisicamente se mover.
Se alguma coisa tem que ser introduzida de fora, ela deve
ser oferecida, e não forçada sobre a mente.
Um crescimento livre e natural é a condição do
desenvolvimento genuíno.
Existem almas que naturalmente se revoltam contra seu
ambiente e parecem pertencer a outra idade e clima.
Que elas sejam livres para seguir sua inclinação; mas a
maioria enfraquece, torna-se vazia, torna-se artificial, se artificialmente
adaptada ao molde de uma forma estranha.
É o arranjo de Deus que elas pertençam a uma nação, época,
sociedade particulares, que elas sejam crianças do passado, possuidoras do
presente, criadoras do futuro.
O passado é nossa base, o presente nosso material, e o
futuro é nosso objetivo e cume.”
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