A GRANDE INICIAÇÃO PELO ESPÍRITO DE BABAJIANANDA
CAPÍTULO I DO
LIVRO:
"VOZES DE
ARUANDA"
sábado,
17 de janeiro de 2015
PERGUNTA: - As iniciações na umbanda são as mesmas da Grande
Fraternidade Branca Universal?
BABAJIANANDA: - Não, meu filho.
As iniciações na umbanda
relacionam-se com o mediunismo entre o plano astral e o físico.
As verdadeiras iniciações
da Grande Fraternidade Branca Universal objetivam mudanças de plano vibratório,
e o iniciando não pode ter rupturas na tela búdica (*) ou carmas a "queimar" no ciclo carnal, causados por uso da magia negra,
nesta ou em existências passadas. Essas pequenas diferenças devem ser
esclarecidas, pois há muita confusão e erros de entendimento.
As iniciações dependem da
finalidade
Na umbanda, intentam
ajustes vibratórios magnéticos dos corpos sutis,
ligados ao quaternário
inferior (mental concreto, astral, etérico e
físico), e dos chacras.
Visam à fixação fluídica (mental-astral-etérica) do médium magista com as
sete linhas ou orixás e com as respectivas entidades que trabalharão com ele,
enquanto lhes servirá como aparelho.
(*) A
tela búdica, denominação esotérica do que melhor seria chamar de tela etérica (já que nada tem a ver com o nível búdico) é uma
estrutura magnética situada entre os corpos astral e etérico, que serve de
proteção à consciência encarnada contra percepções imaturas do plano astral e
investidas indesejáveis de entidades daquela dimensão.
Abusos de substâncias de
grande atuação etérica, como álcool e drogas, assim como de magia negra, rompem
essa tela, instaurando o desequilíbrio.
A busca dessa sintonia
fina envolve rituais no Astral, em espécie de lojas etéreas umbandistas, com
manipulação de elementos astrológico- planetário-magnéticos, onde somos um
iniciador.
Levamos a efeito tarefas
relacionadas com o agrupamento do Oriente (*),
e nos apresentamos em
corpo de ilusão (**)
de nossa encarnação inglesa,
quando emigramos para a
Índia e nos tornamos um iogue, submetendo-nos ao método de iniciação aplicado
por nosso amado guru ancestral,
reencontrado no Oriente
naquela vida.
(*)
Indevidamente chamado de "linha do Oriente",
na verdade é um agrupamento que atua sob a linha de Oxalá.
(**)
- Veículo transitório de matéria astral criado para uso momentâneo por guias,
protetores e mestres que habitam planos superiores de consciência.
Boa parte das figuras de
pretos velhos e caboclos da umbanda é dessa natureza.
São instrumentos de
trabalho, nada mais, criados pelo poder mental que aglutina as moléculas de
matéria astral.
PERGUNTA: - Quanto às iniciações na umbanda e seus graus
hierárquicos,
já temos informações
precisas suas.
Pedimos que nos fale sobre
as iniciações na Grande
Fraternidade Branca Universal, ainda desconhecida do grande público
e comentada somente no interior de lojas rosacrucianas, maçônicas e teosóficas,
ignorada,
portanto, pela maioria da
população espiritualista.
BABAJIANANDA: - Um esgrimista que não tem precisão se ferirá.
O fato de os homens terem
uma estrutura de corpos sutis equivalente aos planos vibratórios do Universo
setenário (átmico, búdico, causal, mental inferior,
astral, etérico e físico) não capacita a sua consciência para que se
utilize deles como veículos de expressão nesses planos.
Transportar-se ou
conduzir-se conscientemente nos planos correspondentes a todos os sete corpos é
o objetivo final das iniciações superiores, quando a individualidade estará
pronta para transitar desde as dimensões superiores até os subplanos astrais
inferiores.
Não temos palavras capazes
de fazer entender aos filhos como ocorrem as mudanças de veículo da consciência
nos planos superiores.
Podemos afirmar que a
maioria dos filhos consegue entrar com o corpo astral no plano astral, mas
poucos sabem disso.
Quando esse corpo estiver
apto para ser utilizado com maior capacidade de percepção, tornando-se um
confiável veículo de expressão da consciência {*), podemos proceder à primeira
iniciação no plano astral, o que dará um adequado controle da mente sobre sua
atuação.
Aos poucos, vão se
ampliando a desenvoltura e a sensibilidade do neófito,
até que o poder de livre
trânsito da mente no corpo astral é adquirido de direito, o que caracteriza um
candidato à segunda iniciação, que se efetuará no plano mental inferior; ao
contrário da primeira, que se realizou no plano astral.
É o que podemos
compartilhar com os filhos.
A partir da terceira
iniciação, que se efetiva no plano causal, ou mental superior, onde só existe
matéria mental sem imperfeições pertencente aos subplanos superiores do plano
mental, fica por demais abstrato,
exigindo esforço
desnecessário ao instrumento com que estamos a transmitir nossos pensamentos.
(*)
Em outros termos, quando a criatura pode atuar com plena desenvoltura naquele
corpo, consciente do plano onde se encontra, ou plenamente desperta.
A maioria das pessoas,
quando em corpo astral, comporta-se como em sonho, que dirá nos planos
superiores!
Na verdade, o sensitivo
que ora nos recepciona as idéias não tem condição psíquica de entendimento para
maiores descrições do plano mental superior, que é todo perfeição.
Seu cérebro físico é como
uma muralha de pedra que o impede de sobrepujar a barreira vibratória para sua
entrada consciente além do plano mental inferior.
No máximo, o instrumento
que ora nos empresta o psiquismo percebe clarões multicoloridos, translúcidos,
rápidos e intensos vindos do seu corpo causal, direto do plano mental superior.
É importante que fique
claro que a consciência gradativamente vai adquirindo condições de estagiar em
cada um dos sete grandes planos vibratórios do Universo, utilizando envoltório
ou corpo espiritual afim com o plano que está sendo explorado. Isso é o que
qualifica um corpo sutil que envolve a mônada espiritual como veículo da
consciência.
O fato de os filhos terem
uma estrutura de corpos setenária não os autoriza a usá-los como veículos da
consciência, o que requer graduação evolutiva.
Na umbanda, as iniciações
não se referem à mudança de plano vibratório enquanto campo de atuação dos
veículos da consciência.
Simplesmente se alinham os
corpos e se ajustam os chacras do quaternário inferior, que se adaptam às
freqüências vibratórias das entidades, guias e protetores, que se comunicarão
de outra dimensão nas sete linhas ou orixás, por intermédio do instrumento
mediúnico dócil e passivo na Terra.
O corpo astral fica
levemente desprendido, mas de maneira alguma serve de veículo da consciência
encarnada no plano astral quando se dão as manifestações dos caboclos, exus e
pretos velhos na umbanda, nem se fazem iniciações com essa intenção.
PERGUNTA: - Entendemos que o mediunismo na umbanda, que está
ligado com a magia e as energias planetárias, sendo uma forma de resgate de
médiuns altamente comprometidos com a magia negra em vidas passadas, acaba
sendo um impeditivo para asiniciações que conduzem a consciência a se utilizar
dos corpos sutis nos planos correspondentes do Universo.
É isso?
BABAJIANANDA: - Perfeitamente, meu filho.
Essa condição estabelece
uma fixação nos planos inferiores de manifestação do espírito (astral, etérico e físico), impedindo as
iniciações para a entrada nos planos mais elevados. Isso não quer dizer que a
consciência encarnada não possa ser conduzida por um outro ser espiritual em
incursões nas dimensões mais rarefeitas, obtendo rasgos momentâneos de
consciência, por influência externa desse espírito que já conquistou a condição
perene de domínio dos seus corpos superiores (átmico,
búdico e causal)
Observações do médium:
A experiência que
descreveremos ocorreu em desdobramento astral na noite de 13 de abril de 2004.
Fomos conduzidos por Babajiananda
a um templo do Astral que é a contraparte etérica de uma ordem iniciática do
movimento de umbanda existente na Terra, de que não estamos autorizado a dizer
o nome.
Seu dirigente é um dos
raros iniciados encarnados que teve as sete iniciações na umbanda esotérica, e
faz um articulado trabalho de estudo e divulgação umbandista, pregando a
unidade e a convergência entre todas as doutrinas, abarcando as ciências,
religiões e filosofias existentes.
Essa imensa loja etérea
era similar às construções egípcias, com muitos ornamentos dourados com
símbolos solares.
As entidades trabalhadoras
apresentavam-se em formas astrais de pretos velhos, caboclos e orientais,
vestindo uma indumentária de cor alaranjada.
Chamou-nos atenção a
alegria e a desconcentração desses espíritos,
demonstrando-nos que a
espiritualidade não é circunspecta sem motivo,
chorosa e compungida, como
preconizam muitos irmãos encarnados e desencarnados.
Foi-nos mostrada a Ala do Oriente desse
templo diáfano: vimos um salão de
tarô e quiromancia que assiste a médiuns em suas iniciações na umbanda;
visualizamos muitos encarnados desdobrados, sentados a pequenas mesas dispostas
diante de ciganos e orientais de várias etnias,
que elaboravam complexos
mapas sinópticos individualizados das regências vibratórias e dos orixás,
procedimento importante para que se programe as corretas iniciações dos médiuns
no plano astral.
Ao passarmos por uma
dessas mesas, fomos informados de que conheceríamos os entrecruzamentos
vibratórios das sete linhas da umbanda, com os seus respectivos agentes mágicos
(os exus), e, em seguida, eu e um irmão do
grupo de apometria que me acompanhava estaríamos prontos para incorporar nossos
exus originais, o que se daria, a partir de então, por meio dos verdadeiros
exus da umbanda, chefes de legião.
Então, eu estaria iniciado
para manifestar o
exu Pinga Fogo, e o meu companheiro de grupo o exu Sete Chaves, o que nos
fortaleceria nos trabalhos de apometria que conduziríamos na Sociedade
Espírita de Umbanda Jandaia Mirim.
Enxergamos ainda o que se
pode chamar de sinalizadores (espécie de triângulos
fluídicos violetas com uma pomba branca dentro), num tipo de "vias" vibratórias, na região da subcrosta.
Babajiananda nos informou que esses símbolos indicam portais
interdimensionais para a movimentação dos agentes mágicos entre as sete linhas
de umbanda no Universo manifestado, onde atua a falange que nos dá cobertura
espiritual, e que tais "vias" eram as
correntes dos átomos primordiais do plano astral que propiciam a concretização,
no mundo da forma, das energias cósmicas.
Trabalhos de alta magia
são produzidos nesses sítios vibracionais pelos exus, sempre que uma pessoa tem
seu merecimento cármico distorcido (casos de magia
negra), devendo ser novamente equilibrado pela lei de justiça que rege
as atividades da umbanda.
Após as iniciações, que
não conseguimos descrever porque se deram sem forma manifestada no plano astral
- nossa limitada clarividência funciona bem nos subplanos inferiores do Astral,
pois ainda somos espírito imperfeito e sedento de ascese espiritual -, Babajiananda
e seus auxiliares nos conduziram para dentro de uma gigantesca abóbada de cor
cobre
Foi-nos dito que ali era
como se fosse o compartimento holográfico da loja etérea e que o pensamento
concentrado de Babajiananda
procederia à criação de formas manifestadas e nos conduziria ao término das
iniciações da noite.
Repentinamente começamos a
escutar um borbulhar de água de cachoeira, que gradativamente ocupou todo o
espaço da concha onde nos encontrávamos.
Vimo-nos, então, em meio a
uma correnteza de água maravilhosa, sem nos afogar, respirando normalmente,
envolto por sinais gráficos que se formavam no éter aquático ao som de mantras
e baladas musicais desconhecidas, e imerso em cores faiscantes de indescritível
beleza.
Sentimo-nos arrebatado por
um amor e aconchego materno imensuráveis, como se um raio nos atravessasse.
Por último, Babajiananda
nos esclareceu que a água, por ser um excelente condensador energético, mesmo
no éter, é utilizada como ponto de fixação e aglutinação das energias de que
estávamos necessitando,
relacionadas, por sua vez,
com os quatro elementos planetários e os orixás.
Em seguida, nos vimos à
beira de uma praia como não existe igual na Terra.
Nesse local, fomos "entronizado" no sítio vibratório do caboclo Ogum Iara, e orientado a
invocá-lo sempre ao término dos atendimentos apométricos no terreiro de
umbanda.
Dessa maneira, todas as
energias enfermiças dos trabalhos socorristas seriam descarregadas e retomariam
para o mar, integrando-se novamente à natureza.
Depois dessa última
experiência, acordamos suavemente no corpo físico.
PERGUNTA: - O que dizer dos trabalhos de apometria na umbanda,
em que os médiuns se desdobram ativamente e procedem a incursões no plano
astral?
BABAJIANANDA: - São exploradas as potencialidades anímicas dos
sensitivos.
Não se fazem iniciações no
mediunismo para conduzir o corpo astral a ser um veículo de consciência plena.
Isso não quer dizer que essas iniciações não possam ter ocorrido em vidas
passadas, sem relação com a mediunidade.
Muitos dos médiuns que têm
essa facilidade foram iniciados e descambaram para a "mão
esquerda", para a magia negra, e
hoje estão se reajustando com as leis cósmicas.
O trabalho de apometria é
mais mentalista nas percepções do plano astral, assim como toda magia é mental.
PERGUNTA: - Pedimos que nos fale algo mais sobre sua assertiva
de que "toda magia é mental".
BABAJIANANDA: - Toda magia passa pela mente.
Mente capaz significa
pensamento concentrado e firme.
Antes de qualquer técnica
ou ritual, é importante o candidato a mago avaliar se o que deseja realizar
trará benefícios para os que estão a sua volta.
Deve haver harmonia com as
leis cósmicas, de justiça e equilíbrio universal.
Que fique claro: na magia, todo ato de
vontade para prejudicar alguém estará precipitando um retorno na mesma escala, em
maior ou menor tempo.
Como as folhas de uma
árvore que se alimentam do mesmo tronco, o que se faz de mal ao irmão ao lado
contraria a unidade cósmica e resulta num justo e necessário ajuste.
Com essa
consciência, os magos brancos sempre afirmam mentalmente antes dos trabalhos
magísticos:
"Para os outros e para mim"
Então, as leis do Universo
se colocam a seu favor e ele se torna um verdadeiro agente de transformação
para o bem.
O praticante de magia deve
ser possuidor de uma vontade férrea,
indomável quanto ao ideal
que abraçou.
A firmeza de propósito
pede flexibilidade e constantes adaptações, sem perda da meta traçada.
Essa é a essência da magia
mental.
Os que têm o conhecimento
de que a magia é mental, devem se resguardar de palavras chulas e da maledicência.
É pelo som que se invocam
as forças da natureza; pelo seu poder há uma alteração de freqüência dos
pensamentos, que penetram agudamente nas dimensões espirituais, atraindo os que
vêm em auxílio.
Não se deve conspurcar o
templo mental com palavras de baixas vibrações.
PERGUNTA: - Pedimos que nos fale um pouco do seu guru amado.
Quem foi ele?
Por que esse reencontro com ele se deu na Índia?
BABAJIANANDA: - Esse reencontro foi-nos muito marcante.
Como estávamos desde nossa
reencarnação do primeiro século da Era de Cristo sem nos encontrar na carne, já
fazia mais de nove séculos que esperávamos a oportunidade redentora para ter as
iniciações libertadoras do ciclo carnal conduzidas pelas mãos de nosso guru
amado.
Registramos que nos planos
rarefeitos nunca deixamos de nos encontrar,
sempre que se fez
oportuno.
Mesmo agora, nosso guru
está conosco pela sua abrangente capacidade mental, que lhe dá uma onisciência
incomum à maioria dos espíritos que estão auxiliando a comunidade da Terra.
O sensitivo que nos recebe
os pensamentos tem vaga noção desse estimado iniciador da Grande Fraternidade Universal,
como o canto do pássaro no sopé da montanha em meio ao taquaral, que se ouve ao
longe mas não consegue ser identificado em sua espécie.
Quem foi ele?
Em que data foi mais expressiva sua existência?
Isso nada significa.
Se destacarmos uma
encarnação das demais, estaremos nos prendendo à ilusão da forma, o que não
representa a realidade da individualidade imortal.
O vaso ornado pela tulipa
admirada em sua beleza exótica é o mesmo que irá sustentar a erva que mata ao
toque do curioso.
As diferenças na Terra são
igualdades no Universo.
Importa reconhecer que,
quebrando-se o vaso, a vida que o animava será plantada em outro.
As ações educativas da
alma, conduzidas por esse espírito, de muito tempo vêm orientando os homens nos
verdadeiros ensinamentos cósmicos, levando a todos os buscadores espirituais
que cruzaram o seu caminho a refletir que a tradição e religiosidade estão dentro
de cada um,
independente de rituais e
cerimônias externas que, ao invés de unir,
separam os homens até os
dias atuais.
Por largos compromissos
cármicos, nessa ocasião se impunha que passássemos por certas iniciações iogues
conduzidas pelo nosso guru ancestral.
Só assim, movidos pelo
amor e confiança mútuos, existe a entrega recíproca para as iniciações
superiores que desvendam as verdades espirituais.
São elas que sepultam
definitivamente os apelos inferiores dos veículos densos de que o espírito se utiliza
ao estagiar no Cosmo manifestado,
astral, etérico e físico.
Seguimos nosso iniciador
por longos anos, em que nos vimos despertados por um enorme manancial de
conhecimentos de vidas passadas, até então esquecidos.
Nosso reencontro se deu na
Índia, em razão da universalidade cósmica de sua filosofia e da religiosidade
milenar inserida em nosso ser por fortes laços do passado.
PERGUNTA: - A afirmação: "O sensitivo que nos
recebe os pensamentos tem vaga noção desse amado iniciador... " se dá por que motivo?
É possível fornecer-nos
mais informações sobre o assunto
BABAJIANANDA: - Nosso amado guru tem desenvoltura em planos
vibratórios destituídos da forma, que os irmãos ainda não podem entender.
Como nos utilizamos de
instrumentos conscientes, é um tanto complexa a sintonia vibratória, já que a
recepção se dá em planos tão densos como o do encarnado.
Um mesmo pensamento
transmitido a dois sensitivos diferentes, em mesmas condições de preparo
mediúnico, corresponderá a duas frases distintas, embora semelhantes.
Este médium de que estamos
nos servindo agora, o acompanhávamos fazia cinco anos, a fim de que conseguisse
dar o primeiro passo para nos recepcionar os pensamentos mais simples.
Durante esse período, ele
estava em aprendizado na umbanda, como que ajustando os chacras e os corpos
etérico e astral para nos sentir, quando levemente desdobrado, sem perder a
consciência, tal como uma fresta aberta por onde entra tênue claridade.
Além da dificuldade que
encontramos, pelo seu agitado psiquismo e pouca concentração, foi-nos
extremamente difícil conviver com suas emanações etéricas, oriundas da
alimentação carnívora, que acabavam funcionando como uma espécie de barreira
vibratória intransponível.
Por isso, tivemos de
permanecer a distância no terreiro, e solicitar aos prestimosos auxiliares dos
exus que o envolvessem em agudas catarses (limpeza
comparável à de um carburador entupido onde se injeta forte jato de água e
querosene).
Então, gradativamente
foram se sutilizando suas emanações ectoplásmicas.
Ao conseguir manter-se
firme nas consultas no dia da sessão de caridade pública, aos poucos, com
constante irradiação intuitiva, sem influenciá-lo diretamente e respeitando o
seu livre-arbítrio, este instrumento resolveu abandonar as carnes vermelhas, o
que foi motivo de júbilo para nós.
Esse foi o passo
primordial para que conseguíssemos nos aproximar vibratoriamente e trabalhar
com ele.
Quanto ao nosso guru, sua
dificuldade de sintonia com o médium é acentuada no momento
Para sintonizá-lo com mais
clareza, teríamos de levar a efeito algumas "iniciações" do sensitivo no plano astral durante o sono físico, o
que poderia levar alguns anos para surtir efeito.
Neste momento, não há
programação para que ele seja canal de recepção do espírito que é o nosso
iniciador.
PERGUNTA: - Mas a sintonia mediúnica não se dá pela mente, como uma
telepatia?
Que diferença faz a alimentação?
BABAJIANANDA: - Meu filho, a sintonia mentalista é comum na mesa
mediúnica.
Os trabalhos na umbanda
têm algumas peculiaridades que exigem "iniciações", tanto no plano dos encarnados, como no plano astral,
e manipulação de algumas energias dos quatro elementos planetários,
baseados na regência
astrológica dos orixás que influenciam os médiuns e nós, espíritos que os
assistimos.
As emanações energéticas da
digestão carnívora e o seu impacto no metabolismo corpóreo impedem os ajustes
dos chacras, por incompatibilidade vibratória do duplo etérico, encharcado
desses fluidos densos e pestilentos.
É uma barreira vibratória
densa e pegajosa de resíduos pútridos,
emanados do metabolismo do
corpo físico.
É oportuno esclarecer que
os pretos velhos, a partir do nível de guia,
quando precisam de maiores
impressões nos canais mediúnicos, como,
por exemplo, a vidência,
atuam utilizando-se de corpos de ilusão, que são verdadeiros condensadores
energéticos para o rebaixamento de vibrações dos planos atemporais até a crosta
planetária.
Muitos dos espíritos da Grande
Fraternidade Branca Universal que labutam na umbanda assim procedem.
Informa-nos Babajiananda:
"Viemos em auxílio,
impondo-nos um rebaixamento vibratório desde os planos sem forma, chamados pela
teosofia de mundo devachânico, que é habitado por consciências libertas do
ciclo reencarnatório e de qualquer carma que nos imante ao plano astral.
Impõe-se que criemos "novos" corpos
astrais, temporários, que são na verdade corpos de ilusão,
necessários para chegar
mais perto dos filhos da Terra.
Por meio de nossa volição,
emanada do corpo mental superior,
aglutinamos átomos e
moléculas astralinas, criando uma nova morfologia para nos apoiar nas
manifestações com médiuns encarnados.
Após os trabalhos, essas
formas astrais ilusórias são desintegradas e retomam à natureza."
Esclarece-nos um pouco mais Babajiananda
sobre o assunto:
"Os habitantes dessas
paragens cósmicas não têm mais o corpo mental inferior, pois se livraram de
quaisquer defeitos e registros negativos, atuando com desenvoltura nos corpos
perenes da tríade divina (átmico,
búdico e
mental superior), o que não é novidade
para os
umbandistas,
rosacrucianos, maçons, ocultistas,
esotéricos e teosofistas esclarecidos"
Temos esporádicos contatos
com a vibração de Babajiananda na sua forma astral de apresentação, como
preto velho, ocasiões em que ele adota o nome de Pai Tomé, espírito amoroso e
extremamente humilde.
Certa vez, quando
estávamos trabalhando num dia de caridade pública no terreiro de umbanda, com o
intuito de abrandar nossa vaidade crescente, pois começávamos a nos considerar
intelectualmente melhor que os irmãos de corrente mediúnica, esse espírito resolveu
lavar os pés de uma senhora que apresentava erisipela crônica, e depois
beijá-los.
Mas, no momento em que
tínhamos de nos abaixar para tocar os lábios nos pés descamados da consulente,
houve um levante de nossa consciência e nos recusamos a dar passividade a tal
ato.
Imediatamente, o
envolvimento fluídico vibracional dessa entidade cessou, e, depois de uma leve
pressão no chacra frontal, enxergamos Pai Tomé no Astral, abaixado, com uma
tina de água, cheia de folhas, ao lado e uma toalha branca nas mãos, enxugando
os pés da consulente.
Finalmente, a entidade
abaixou-se e beijou-lhe as pontas dos dedos, de unhas grossas e fétidas.
Ato contínuo, de seu
chacra cardíaco saltou-nos aos olhos um facho de luz amarelo violeta.
Nesse momento, Pai Tomé
fixou-nos os olhos cheios de lágrimas e,
humilde e calmo, nos disse:
"Veja, meu filho, que todo o conhecimento do mundo e o
largo intelecto não garantem um simples ato de amor, de verdadeiro sentimento.
Pense a respeito, e não critique os seus irmãos pelo pouco
entendimento das coisas ocultas.
Observe como eles se entregam ardorosamente, para atender aos
que chegam.
Antes de julgar as manifestações e a falta de estudo dos outros,
compreenda que a grande iniciação se dá no templo interno de
cada criatura.
Aquele que almeja ser um iniciado na umbanda ou em qualquer
outra forma de caridade na Terra, para ser um verdadeiro terapeuta das almas e
instrumento dos benfeitores dos planos rarefeitos, deve aprender a se rebaixar,
enxergando os seus defeitos e, ao mesmo tempo, realçando as qualidades alheias.
Acima de tudo, deve servir com sinceridade de propósito e total
desinteresse pessoal."
A lição clarividente de Babajiananda
apresentando-se num corpo de ilusão de preto velho, como Pai Tomé, foi de grande.
importância.
Nem tanto pelo que
visualizamos e ouvimos, mas pelo que sentimos,
indescritível por meio dos
sentidos ordinários de um médium.
Aos poucos, passamos a
sentir com regularidade as vibrações de Pai Tomé como Babajiananda, o que
intensificou-se sobremaneira depois que abandonamos as carnes vermelhas da
alimentação.
Nas ocasiões em que ele se
apresenta, está todo de branco, com um turbante ao estilo dos iogues: pele
clara, tipo anglo-saxão, nariz aquilino,
alto, barba comprida e
espessa no queixo e rala nos lados do rosto.
Nossa ligação com esse
espírito nos remete ao antigo Egito, época em que ele foi um alto sacerdote,
tendo nos iniciado desde jovem nos segredos dos rituais e sessões ocultas dos
templos.
Infelizmente, acabamos
usando mais tarde os ensinamentos recebidos para o bem, com todo o amor, no "lado
esquerdo" e em proveito próprio,
insanidade que estamos até hoje a resgatar.
Toda a humildade, amor,
mansuetude e calma de Babajiananda nos deixam melancólico, a ponto
de sentir muita vontade de chorar, pois não conseguimos exteriorizar a
magnitude de seus sentimentos e vibrações,
em razão das percepções
limitadas de encarnado.
Espírito muito simples e
direto, orientou-nos que, ao passar seus pensamentos para a escrita, os
vestisse em nosso idioma de maneira clara e fácil, a fim de que sejam
entendidos pelo maior número de pessoas que desconhecem a umbanda.
Ainda nos pediu que
ficássemos bem a vontade e não nos preocupássemos com nossa interferência, pois
isso seria inevitável,
porque somos médium
consciente.
Deu-nos muita segurança,
alertando que à noite, durante o sono físico,
nos reforçaria as
impressões, desdobrando-nos em corpo mental.
Dessa maneira, se "soltariam" arquivos do inconsciente, que nos trariam muitas
informações ao escrever no teclado do computador, o que realmente acontece.
Essa atividade é
acompanhada pelos seus jatos fluídicos na nuca, o que nos deixa com uma espécie
de estática em toda a cabeça, e uma friagem agradável no pescoço e nos ombros.
PERGUNTA: - Quanto à citada reencarnação do primeiro século da
Era cristã, ao que parece muito marcante pelos fortes laços do passado que o
unem ao seu guru, solicitamos maiores pormenores.
BABAJIANANDA: - Fomos filho de família grega muito pobre.
Não conhecemos nosso pai.
Crescemos em uma vila de
camponeses situada numa região montanhosa.
Desde pequeno nos
mostramos melancólicos, a ponto de seguidamente chorar diante da rispidez dos
habitantes de nossa pequena comunidade agrícola.
O amor que nos arrebatava
o coração era incompreendido por aqueles homens rudes, acostumados à vida
simples do campo, em que uma mudança meteorológica podia refletir-se na falta,
à mesa, do alimento duramente conseguido.
Sentíamos muita saudade de
um local e de uma família que não sabíamos onde se encontrava.
Latejavam em nosso
inconsciente as muitas encarnações passadas no interior dos templos de outrora,
onde muito ensinamos, praticando o amor.
Inevitável, com a modorra
do tempo e os altos cargos sacerdotais,
esquecer a simplicidade de
servir, verdadeiro alicerce de todo o iniciado que passa a ser um iniciador.
Nossa melancolia e
tristeza devia-se à falta da vida metódica, quase monástica, que levávamos nas
fraternidades que nos acolheram.
A disciplinada rotina com
os neófitos, as meditações, as aulas, as iniciações seguidas, tudo isso nos fez
esquecer a vida comezinha dos profanos.
Não perdemos o amor, mas,
em certo aspecto, "embotamos" o
nosso espírito, que se acostumou a ser servido em vez de servir
Dito isso, os filhos
compreenderão o impacto que sofremos quando escutamos as primeiras instruções
de nosso amado guru.
Próximo à nossa vila
existia um pequeno templo.
Tendo sido recusada a
nossa aceitação naquele local iniciático, já que não vínhamos de casta abastada
e influente, aceitamos ser fornecedor de hortaliças, ao mesmo tempo que nos
deixavam fazer pequenos serviços de manutenção.
Certa vez, deparamo-nos
com um visitante todo de branco, muito vistoso,
cabelos compridos que lhe
caíam nos ombros e barba levemente ondulada nas extremidades.
Austero e manso,
chegou-nos perto, à saída do templo, e, sem titubeios,
olhou-nos profundamente,
confiante e humilde, e falou:
“Queres te libertar da imensa tristeza interna que te arrebata o
coração, sem motivo que possas entender?
Aprende novamente a servir nesta vida, o que será a tua grande e
maior iniciação.
Sabes que ninguém morre, como ninguém nasce.
És simplesmente um ser visível e invisível, material e
imaterial, denso e fluídico.
Assim é a natureza dos corpos nos mundos inferiores: quando está
preenchido por matéria, o espírito torna-se visível na Terra.
Não te iludas pelo espaço que o encerra.
Na verdade, isso é uma falsa noção.
Teus pais e teus familiares atuais são o meio e não a causa real
de tuas aflições.
A orquídea germina associando-se aos fungos, mas não é formada
deles.
O teu corpo visível é transitório, e as mudanças perenes
acontecerão no princípio que não consegues ver, mas que o anima, que é
preexistente e tem uma vida infinita pela frente.”
“Finalmente te reencontrei mais uma vez. Lembra sempre de que um
discípulo meu não vai às termas, não sacrifica animais, não come carne de
nenhuma espécie, e, para alcançar liberdade, deve combater sempre a
intolerância, a inveja, o egoísmo, a vaidade e tudo que é hostil,
preparando o campo interno para o verdadeiro Deus, que não se
encontra exclusivamente em nenhuma religião, ritual ou culto,
mas em todos ao mesmo tempo.”
“Dá-me um forte abraço e vamos de partida.
Não temos tempo a perder.
Segue-me!”
Dessa forma, tivemos o
primeiro contato com nosso guru amado. Sem pensar, o seguimos.
Envolto em todo o seu
magnetismo, por um momento nos sentíamos como uma unidade que retoma ao Todo
cósmico, tal o profundo eco que suas palavras tiveram em nossa alma.
PERGUNTA: - Pela sua resposta, supomos que esse guru era um
filósofo
andarilho, sem um templo
fixo.
O senhor seguiu um andarilho?
BABAJIANANDA: - Sim, com toda a convicção de nosso pobre coração
sedento de amor e de nova compreensão das coisas ocultas.
Aqueles que nada têm,
pouco necessitam.
Não tendo bens, são livres
para ir aonde bem entenderem.
Dizia-nos nosso guru: "Nada possuindo, toda a Terra será nossa.
Caminhemos rumo às estradas longínquas.
Se nossa parada em locais desconhecidos nos tornar mais sábios,
quando retomarmos de onde viemos seremos melhores do que quando
partimos.
No início, em cada local onde passarmos, aprenderemos mais do
que ensinaremos.
Com o tempo, mais ensinaremos do que aprenderemos.
Os homens, presos às suas seitas e rituais, enxergam somente um
aspecto da Divindade, que não demonstra toda a unidade que permeia o Universo a
nossa volta, desde o menor ser deste planeta até as maiores estrelas invisíveis
aos nossos olhos no Infinito cósmico."
PERGUNTA: - A intolerância religiosa nessa época deveria ser
maior que nos dias atuais.
Havendo muitos cultos e
preconceitos, como servir a um sábio errante sem sofrer as violências comuns
aos sectarismos, preconceitos e vaidades humanas?
BABAJIANANDA: - Nosso guru, sendo um sacerdote da religião
universal,
facilmente poderia ter
indicado o lado ruim desse ou daquele culto em particular.
Em nossas andanças por
centenas de templos diferentes, nunca o vimos apontar aspectos negativos de
rituais, liturgias ou cerimoniais.
Afirmava apenas que eram
formas que não deveriam nos escravizar; dizia que a essência divina era uma só,
seja na arte religiosa grega ou egípcia da época; ensinava a forma mais
exaltada de simbolismo espiritual que não se prendia aos usos e costumes das
religiões instituídas.
Por isso, não exaltava um
culto em detrimento de outro.
Sempre lembrava que o
sábio, seja qual for, é um livre-pensador cósmico que deverá morrer por seus
princípios, se necessário for.
A natureza interna do
místico é a sua força e coragem, e não haverá espada ou fogo que o forçarão a
dizer uma inverdade diante das verdades universais que ele vivencia em sua
alma.
PERGUNTA: - Pedimos um exemplo de pregação desse guru quando
chegava a um templo pela primeira vez
É possível?
BABAJIANANDA: - Sim, meu filho, é possível.
Por que não o daríamos?
Certa vez, quando chegamos
a um templo egípcio, nosso guru foi admoestado pelo grão-sacerdote, que ironizou
os templos gregos, muito ornados de belas estátuas, de corpos perfeitos e
exuberantes, dizendo que aquele amontoado escultural de músculos era nada mais
que uma exagerada adoração da beleza física, que nada tinha a ver com as
glórias espirituais.
Nosso guru, calmamente,
após os cumprimentos ritualísticos, usou da palavra:
"Os homens, sendo imperfeitos na Terra, perseguem o modelo
divino de todas as coisas.
Seguidamente se esquecem que existem graus ascensionais para o
perfeito.
Mesmo assim, existem traços de perfeição nos humanos, de uma
beleza quase divina.
As feições angelicais, os corpos perfeitos das esculturas gregas
pertencem não aos da Terra, mas sim aos corpos espirituais dos ocupantes do
'mundo céu'
Os escultores gregos, tendo contatos místicos com os seres
angélicos,
conseguem registrá-los na forma, para a contemplação de todos.
Em, vez de se exaltarem os músculos e nervos que estão nos
corpos da Terra, diminuindo-os, devem ser apreciados em suas belezas
angelicais,
modelo de perfeição futura, exuberante, pura demonstração da
arte divina nos planos mais elevados, inconcebível para a maioria da Terra.
Por benevolência, é possível serem visualizados nessas estátuas
majestosas, alegrando a existência dos que conseguem perceber a profundidade do
que transmitem."
PERGUNTA: - Existe algo que era pregado naquela época que ainda
seja válido nos dias atuais?
BABAJIANANDA: - Meu filho, se tudo que Jesus pregou é muito válido
na Terra hoje, o que sobra para nós, humildes aprendizes do Mestre dos mestres?
A conduta interna nos
templos, defendida por nosso guru, confrontava diretamente os costumes
ritualísticos da época
Por ser um ardoroso
divulgador da disciplina pitagórica, isso exigiu dele um esforço monumental de
esclarecimento em favor da vida e dos animais menores do orbe.
Lamentavelmente, tudo que
ensinou ainda não foi interiorizado em muitos terreiros da umbanda.
Ele recomendava que não
deviam vestir-se com paramentos ritualísticos feitos de animais mortos, e se
abster de alimentos carnívoros.
Não admitia, sob nenhuma
possibilidade, o sacrifício animal e o derramamento de sangue, pois o
verdadeiro Deus não aceita oferendas de aves ou bois mortos.
A Divindade não precisa de
ritos absurdos para auxiliar os da Terra.
As distorções nos ritos
cerimoniais são desmandos dos homens doentios
Nesse aspecto, os absurdos
que se praticam em nome da sagrada umbanda estão a registrar simbolicamente no
Livro da Lei o vintém que cada consciência terá de reembolsar aos cofres
divinos, devidamente atualizado no instante da prestação de contas definitiva.
Observações do médium:
Embora Babajiananda nos
diga que as personalidades ocupadas nas encarnações servem para nos fixar na
ilusão transitória da forma,
esquecendo a essência
duradoura e imortal, e que, portanto, não tem a menor importância quem foi o
seu amado guru, autorizou-nos a dar maiores detalhes aos leitores nestas
observações.
Em seu indescritível amor,
Babajiananda
entende que nós, estando presos ainda ao ciclo carnal, precisamos muito dessas
referências que estabelecem a relação de causalidade entre as encarnações
sucessivas.
Isso nos auxilia na
expansão da consciência e do discernimento quanto às verdades espirituais.
O seu guru amado foi Apolônio de
Tiana
Naquela existência, Babajiananda encarnou
a personalidade de Dâmis,
seu fiel discípulo.
Sua grande iniciação foi
servir a todos que beberam da sabedoria de Apolônio no interior dos diversos
templos de outrora, sem poder participar dos cerimoniais internos.
Esse foi um pedido de Apolônio,
dizendo que a maior iniciação no seu discipulado seria servir
incondicionalmente.
Outra faceta dessa
experiência foi o fato de Babajiananda ter convivido humildemente com o
escárnio de muitos grão-sacerdotes, que mal olhavam o semblante do simples
serviçal com a cruel indiferença de muitos iniciados para com as castas
subalternas.
A verdade que tem de ser
dita é que Apolônio
de Tiana tratou Babajiananda, no caso Dâmis, com muito amor, tendo
dado oportunidade a enormes aprendizados das coisas ocultas em suas andanças,
numa convivência intensa e fraterna, quando estavam sós.
Chegando aos vilarejos e
cidadelas, em visitas aos templos, mostravam-se bastante circunspectos. Babajiananda-Dâmis
se comportava como um singelo serviçal.
Dessa maneira, resgatou um
carma do passado, em que muito foi servido nas fraternidades iniciáticas.
Essa resignação e
humildade o credenciaram para que ficasse mais de novecentos anos no Espaço sem
reencarnar, estudando e trabalhando junto com um grupo de espíritos orientais
fortemente ligados a Apolônio e a Ramatís.
Estiveram juntos na época
de Pitágoras (século V a.C.), numa encarnação do primeiro
século depois de Cristo, e se encontraram novamente no templo da Indochina do
século X, fundado por Ramatís, existência em que anos antes Babajiananda tinha
reencontrado Apolônio
como seu amado guru ancestral, agora um mestre iogue.
Na encarnação em que foi Babajiananda,
decisiva por ser sua última estada terrena, seu mestre, Apolônio de Tiana, reencarnou na
Índia,
animando a personalidade
de um mestre iogue, por amor a um grupo de discípulos.
Fez questão de, pessoalmente,
conduzir algumas iniciações superiores,
que só podem ser
realizadas no derradeiro momento de libertação total de carmas que ainda
requeiram encarnações futuras.
Ou seja, somente uns
poucos, totalmente livres do ciclo carnal, contudo ainda encarnados (os chamados sábios e profetas da História), se
credenciam a usar com total desenvoltura os sete corpos como veículos da
consciência nos sete planos do Universo, principalmente os corpos perfeitos da
tríade divina.
Esse procedimento exigiu
de Babajiananda
um profundo preparo no Espaço, com árduo estudo e trabalho.
Daí o longo período, ao
menos para a nossa temporalidade material, sem reencarnar.
No plano físico, houve
então um ensaio crucial, em razão das dificuldades inerentes a todo encarnado,
para, num futuro próximo, já de volta ao plano astral, vivenciar a segunda e
definitiva "morte" (o que na verdade já ocorreu), ocasião em que ele
abandonou o corpo astral em troca da vida nos planos mental superior e búdico.
Isso não quer dizer que
entidades nesse estágio, ou melhor, após a "segunda morte", não atuem mais no plano astral, o que se dá por meio
da utilização de corpos de ilusão, como é o caso, por exemplo, de Pai Tomé (ou
Babajiananda) e Ramatís (Pai
Benedito ou caboclo Atlante),
sempre que se fizer
necessário impressionar os médiuns de que estão se servindo na umbanda.
Diz-nos Babajiananda: ''A ocasião
faz a vestimenta"
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